#9 - Ofegar - Kinktona - Levi Sasyk

me enforca por favor?

Olá querides safades, tudo bom?

Bora que bora que hoje tem mais kinktona, a maratona kink do Só uma rapidinha! Essa é a penúltima semana desse evento kink delicioso, e esse é o último autor convidado. Na semana que vem, encerro essa montanha russa com um texto meu 🙂 Mas ainda não terminamos, então vamos que vamos.

Quem escreve pra vocês hoje é o Levi Sasyk!

Apresentação

Levi, ou Sasyk, — bsky, instagram — é uma pessoa transmasculina aquileana e autor de obras LGBTQIAP+ envolvendo principalmente a demografia BL. Tende também sempre a explorar personagens extremamente humanos, disfuncionais e falhos. Seu principal trabalho é Pillow Talks, quadrinho publicado gratuitamente online e em formato físico pela Indievisivel Press. A série conta, até o momento, com o primeiro volume do quadrinho, "Pillow Talks: Hanahaki" e a novel erótica "Pillow Talks: Eros". O segundo volume do quadrinho, "Pillow Talks: Divino" está atualmente sendo lançado online e será lançado no físico no fim do ano.

Lembrem-se de conferir a lista de aviso de conteúdo logo no começo do texto e se mantenham segures! Bora?

Se quiser contribuir com o trabalho de Levi, considere doar qualquer valor para [email protected] para o ajudar a continuar contando histórias.

Aviso de conteúdo

amab x amab; dry humping; breathplay (com um pequeno twist); opostos se atraem; ficantes em acordo de não envolver sentimentos (que eles falham miseravelmente).

Ofegar

— Tu é maluco? Teu pulmão tá podre, porra!

— Estou ciente.

— Tu quer morrer, é, Dazai?!

— Sim. Mas não vejo qualquer relação entre isso e a presente discussão. 

Não é necessário a Nico dar voz aos palavrões que Dazai sabe estarem se acumulando no fundo de sua garganta. O silêncio por si só comunica indignação. Exasperação. Uma exaltação que carrega um toque de ofensa, escorrendo pelas linhas de expressão do rosto de Nico para pesar-lhe as sobrancelhas e os cantos dos lábios em reprovação. É tão clara, tão próxima do exagero que os olhos de Dazai escapam em direção ao torso dele à procura do pouco de pele visível sob a camiseta, procurando e ansiando pela fagulha que costuma incendiar mera irritação ao ponto de alimentar uma fúria visível, dourada e particularmente bela. 

Suas sobrancelhas se erguem, o desapontamento claro demais para confundir-se com qualquer outra emoção. 

Não há ouro.

Não há raiva a ser descontada, por Nico, nele.

Dazai meneia a cabeça, dando um único passo para trás e em direção ao aparador contra qual Nico o aprisiona com promessas até então jamais ditas. Ele tateia a superfície de vidro cegamente, afasta quaisquer itens decorativos no caminho com muito menos cerimônia do que se esperaria de alguém sempre munido de tanta graça. O olhar dele sobe novamente, sustentando o de Nico, e ele apoia o próprio peso em ambas as mãos para então se sentar sobre a mobília, a coluna reta contra a parede e o sutil, lento e ridiculamente delicioso abrir de pernas convidando Nico a tomar seu lugar em meio a elas. 

Ele o faz, sem qualquer hesitação. 

As mãos procuram pela cintura de Dazai, pausando nela e se enfiando quase que de imediato sob a blusa dele em busca de pele ao invés de tecido. 

— Faz isso comigo não, Dazai — ele diz. 

— É um pedido inocente, menino de ouro.

O desprazer de Nico mais uma vez toma sua expressão.

— Papo reto, Dazai, nada inocente sai da tua boca. Nunca. Nem tuas flores. Tu tá querendo que eu te enforque.

— Não — Dazai o corrige. — Eu quero que você me foda. E também que me enforque enquanto o faz. Não vamos abrir mão do contexto, certo? Ele é importante. 

— Com contexto fica ainda pior, porra!

— É um fetiche. 

— Teus fetiches são problema teu, caralho! Tenho nada a ver não. Tu vem com uns papo meio burro quando tá com tesão, né? Tu tá ligado que não dá conta de duas sentadas sem meter a bombinha de asma na garganta? Tu jura… — Nico fecha os olhos, engole um ou dois palavrões. Ele tenta argumentar de maneira pacífica. — Tu jura mesmo que da conta de ter tudo isso e também de me ter apertando teu pescoço? Perigoso pra caralho.

— Qual o pior que pode acontecer?

Foda-se o pacifismo.

— Tu morrer, porra! Tu é maluco? Tu perdeu a noção? Tu ou morre, ou vai parar na porra do hospital!

— A asfixia erótica é uma prática realizada de maneira controlada… 

Nico ri. Não há qualquer humor no som. Soa como uma corda prestes a se arrebentar. 

— Pô, valeuzão, Wikipédia. Só que tu tá pedindo isso pra um cara que tem zero controle!

— Na verdade, menino de ouro, devo dizer que acho admirável o autocontrole que tem quanto a mim. Para alguém movido pela violência, me surpreende como há uma linha muito bem definida a meu redor, até mesmo no sexo. Você me fode forte, gostoso e cheio de desespero. Em qualquer lugar que eu quiser, qualquer posição que eu inventar, quantas vezes eu pedir. Você já me amarrou, amordaçou, filmou, usou gelo e… ouro… — Dazai conta cada memória nos dedos — Você é surpreendentemente bom em dirty talking… Voce já concordou em blasfemar o próprio Deus em que acredita. E ainda assim… Diz não para spanking, asfixia erótica e eu tenho a impressão que o faria cair no choro caso ousasse propor que me humilhasse de verdade. 

Absorto em seu próprio discurso, Dazai falha em antecipar a resposta de Nico a suas palavras. Ele opta pela linguagem que melhor expressa a irritação que se enraíza em seu peito — a de ações, não palavras — e segura o rosto de Dazai com uma das mãos, os dedos se afundando nas bochechas dele com força o suficiente para servir de alerta. E só. É uma advertência, não uma agressão, e Dazai percebe o controle do qual fala, claro na maneira como Nico o aperta sem jamais chegar a machucar.

— Dazai — ele diz. — Na moral, na moralzinha, não começa que não tô afim. Tu quer dar, não quer? Porque eu quero te comer. Uma vez, uma vez só, me deixa te comer em paz. Vamos transar normalzinho, rapidinho, hm? 

Dazai sacode a cabeça para se livrar da mão de Nico.

— Você vai me comer, menino de ouro. Sua mão estará ao redor do meu pescoço…

— Ah, puta que pariu.

— E minha mão ao redor de seu pulso. Sempre que me encontrar em desespero por ar, irei apertá-lo. Comunicarei meus limites.

— Teu cu que tu vai, Dazai! — Nico protesta. — Tu parece que esquece que é maluco. Que tu topa tudo por tesão. Quer saber o que tu vai fazer? Pensando positivo, vai: tu vai tentar estender o prazer ao máximo, sufocar, desmaiar e aí o palhaço aqui vai ter que te levar pro pronto-socorro e explicar que tava apertando teu pescoço, mas, né, tu não avisou que ia dar ruim porque noooooooossa, eu amo tanto o eufemismo!

Hedonismo.

A cabeça de Nico pende para trás e um grunhido arranha sua garganta ao escapar. 

Uma das mãos procura por seu próprio rosto, massageando as sobrancelhas, pálpebras, e então deslizando para baixo como se ele assim pudesse forçar para fora de si a exasperação que endurece suas feições. Ele olha para Dazai novamente, ainda sentado no aparador, ainda carregando determinação em seu sorriso, graça e insinuação em seu abrir de pernas. E Nico sabe que poderia muito bem dar meia volta, caminhar de volta para casa e resignar ambos à frustração diante de um prazer que fora prometido e jamais cumprido — haveria, de certa forma, uma vitória nisso — mas ele também sabe que até mesmo sua teimosia é capaz de tremer diante daquele sorriso, talvez vacilar diante de seu próprio querer.

E ele o quer tanto

— Tu quer brigar, é? — Nico pergunta. Ele se aproveita do silêncio que precede uma possível resposta para dar um único passo adiante e sentir o tampo de vidro do aparador tocar-lhe as pernas.

Ele se encaixa em meio às pernas de Dazai e cada uma de suas ações seguintes surpreendem o suficiente para deter possíveis respostas às perguntas que as intercalam. São retóricas. Peças de uma verdade incontestável, repletas de uma provocação que lhes é muito familiar. 

— Tu adora me peitar, né? — ele pergunta e enfia os dedos nas abas que seguram o cinto de Dazai, puxando o quadril dele para mais perto da beirada com uma impaciência que quase deságua na violência. 

Dazai consegue apenas dar voz a uma exclamação. De surpresa ou prazer, ambos igualmente satisfatórios.

Nico continua:

— Não era tu que sempre escolhia prazer? Acima de tudo? — ele pergunta. E a mão desce, roçando o tecido da calça de Dazai e então tocando-o bem em meio às pernas entreabertas.

Dazai pressiona os lábios para conter um suspiro.

Nico sorri. E continua:

— Tu tá aí, doido pra brigar. Me testando, me provocando… Mas eu tô afim de outra coisa. Tu sabe o quê? — ele pergunta. E a mão sobe de novo, desfazendo a fivela do cinto de Dazai com uma destreza que denota prática, anos de familiaridade.

Dazai entreabre a boca, mas Nico é mais rápido. A mão busca pelos lábios dele e os pressiona com a palma antes que qualquer palavra possa encontrar voz. Nico não fala de novo, não ainda. Ele precisa provar seu ponto, comunicar ambos sua impaciência e seu tesão, para então ler em cada detalhe da reação de Dazai que a determinação que carrega é também capaz de se desfazer diante do querer.

Ele move o quadril para frente e Dazai sente de imediato. A urgência de Nico, pesada e dura contra seu próprio pau. Roçando. Pressionando. Afastando-se e então tocando-o novamente como se ele tentasse fodê-lo através das roupas. A fricção é tão satisfatória quanto a própria reação de Dazai, cujos cílios tremem em meio a um revirar de olhos, a voz escapando pelas frestas dos dedos de Nico em um gemido.   

— Sentiu? — Nico sussurra.  — Durasso. Tá ligado no que eu quero agora?

Ele beija as costas da própria mão, como se oferecesse e negasse a Dazai uma prova de si.

— Abre mais as pernas.

Dazai não reflete sobre a própria obediência, apenas atendendo à ordem de Nico. É o que é, afinal. Imperativo ao invés de sugestivo. Um jogo de alternância de controle, agora tomado de Dazai, talvez à força, talvez como uma barganha. 

Não importa. 

Satisfaz a Nico vê-lo derretendo por sobre o aparador a cada esfregar de seu pau, as pernas abertas em uma entrega óbvia ao prazer, a pele quente sob os dedos que lhe sobem as costas e traçam a espinha e a boca que busca pelo pescoço. Satisfaz a Dazai senti-lo cada vez mais duro contra si, ofegando em seu ouvido, talvez sequer capaz de apreciar o momentâneo controle que tem sobre a situação ao estar ele próprio igualmente desesperado por mais. 

— Tô maluco pra te foder, Dazai — Nico ofega uma risada. — Porra. Bem aqui. Vou te comer bem aqui.

Dazai suspira uma risada através dos dedos de Nico. É parcialmente um gemido, tão carregado de calor, de tesão, que o argumento de minutos atrás já não mais lhe parece impor condições para que sigam em frente. Parece enfim seguro a Nico remover a mão da boca de Dazai. Mas não apenas isso, ele anseia por ouvir-lhe a voz, o arrastar de sílabas que compõem seu nome — Fran-cis-co — ou uma súplica para tê-lo dentro dele, sem floreios, ou meias verdades. A simplicidade do querer cai bem em Dazai. A impaciência também. E acima de ambos, a obscenidade que Nico quer crer ser o único capaz de trazer a seu vocabulário. Me fode, me come, me faz gozar, anda rápido, bem gostoso, mais forte, até que eu me esqueça de quem sou. 

— Francisco… — ele murmura.

Fran-cis-co.

A última sílaba parecendo oferecer-lhe os lábios para beijar.

Nico segura o rosto dele e pressiona as testas, uma contra a outra. Suas voz também não se eleva acima de um sussurro, derramando como segredos incongruentes, certamente inconsequentes, de sua boca diretamente para dentro da de Dazai. 

— Tu tá me deixando maluco, viu? — Nico confessa. — Quantas vezes tu quer gozar?

Dazai solta uma risada que é engolida de prontidão. Escaldante. Os braços envolvem o pescoço de Nico, a boca toca a dele em um ato que não ainda o concede o beijo faminto que parecem ansiar, equilibrando-se em uma frágil, decerto perigosa provocação onde cada palavra desenha o formato dos lábios de Dazai contra os dele.

— Não me dê tanto poder assim. Sou insaciável.

— Então vou te fazer gozar a noite toda. Vou te fazer gozar tanto que tuas pernas vão até falhar — Nico o cobre de promessas, os lábios tocando, roçando, beijando os de Dazai ao fim de cada uma delas. — E aí eu vou te carregar até tua cama. Vou te virar de costas e subir em ti e eu vou continuar a te comer. De novo e de novo, contigo gozando um monte de vezes gritando meu nome.

— Francisco — ele sussurra.

— Hm…?

— Faça o que quiser comigo. Agora, nesse momento, sou inteiramente seu.

É a escolha de palavras.

O pronome possessivo, oferecido tão prontamente a um homem possessivo.

Arrebenta tensão em ação como um fio elétrico que não mais suporta a própria voltagem, energizando todo o corpo de Nico com a urgência de consumir Dazai por completo. Ele o beija com a boca aberta, engolindo o gosto das últimas palavras ditas, a recíproca não apenas verdadeira como imediata e de igual desespero. Nico pergunta, silencioso porém agressivo, o mesmo Tu é meu? que tão frequentemente permeia seus pensamentos quando na presença de Dazai, cujo o corpo arqueia contra o dele, as mãos agarrando-lhe o rosto, a língua o provando de volta e a boca buscando a dele e os dentes se chocando e não é apenas um sim é um com toda certeza é deliciosamente molhado e desesperado e um banquete mutuamente antropofágico e Nico continua a repetir repetir repetir e repetir a mesma pergunta para deliciar-se com a mesma resposta:

tu é meu?

sim

apenas meu?

seu por completo apenas seu irrevogavelmente seu da maneira mais sincera

As mãos de Nico tocam esfregam apertam com toda a violência que lhes é familiar e as de Dazai agarram desabotoam puxam tecido e zíper com um desespero certamente incomum e as calças de nico caem até seus joelhos. A cueca mal chega até lá e o gemido que ele deposita na boca de Dazai é vociferado com todo o peito ao ter os dedos dele ao redor de seu pau. 

é como se não houvesse tempo a perder pois certamente não lhes resta fôlego 

e tudo o que dazai veste da cintura para baixo é arrancado de suas pernas pois não há nada nesse momento que nico queira mais do que estar dentro dele 

fodê-lo de uma vez só 

reduzir dazai à loucura ridiculamente obscena que sempre lhe cai tão 

tão 

tão 

tão bem 

mas céus o peito de dazai dói 

ele precisa de ar 

tanto quanto precisa da língua de nico em sua boca 

do pau de nico não apenas se esfregando contra o dele mas arruinando sua compostura 

tomando seu corpo 

confundindo sua mente ao entrar e sair e entrar e sair e

dazai o puxa para si ao invés de se afastar

ele o beija de novo e de novo 

ele precisa de ar

mas ele se recusa a deixá-lo ir

ele quer gozar

talvez gozar mesmo antes de nico enterrar o pau em seu corpo

as costas se arqueiam em direção ao toque de nico e ele se recusa a se afastar

ele precisa respirar 

e é tarde demais quando ele sente o pau de nico pressionar contra si e ameaçar entrar

Com um arfar alto e chiado, Dazai enfim se afasta.

 E tudo para por um segundo.

O próprio Nico precisa de um momento para recuperar o fôlego. Ele não olha para Dazai, não de imediato. Ele não ouve ainda o chiar da respiração dele acima do acelerar de sua própria. Nico espalma ambas as mãos na superfície do aparador, uma de cada lado de Dazai, seus braços trêmulos em uma ameaça de ceder sob o peso de seu corpo. Ele, então, fecha os olhos. 

— Tu quase… só com… né? — é o que consegue dizer. 

Por mais inviável que seja, nesse momento, organizar uma linha de palavras com coerência o suficiente para ser considerada uma sentença, a satisfação no tom dele é clara o suficiente para ambos. 

Dazai, porém, não o responde.

— Tu quase gozou… — Nico tenta de novo, após alguns instantes. — Tu treme quando tá pra gozar… né? Tu quase gozou só com um beijinho. Se eu tivesse metido em ti um pouquinho antes de tu ficar sem ar, tu não teria aguentado… né?

Sem resposta.

E quando ele enfim ergue os olhos para Dazai, a sintaxe o escapa mais uma vez.

A visão é tão obscena. Tão bonita, tão deliciosamente explícita. O corpo dele caído sobre o aparador, como se jogado ali de qualquer maneira, mas, ao mesmo tempo, com cuidado como se posasse para uma pintura. Ele parece sem forças, ruborizado, coberto apenas pela camisa meio desabotoada que revela parte de seu peito enquanto deixa partes — apenas o suficiente — para que a imaginação complete.

Os olhos de Nico descem. 

As pernas de Dazai permanecem entreabertas ao redor das dele — sem calças, sem cueca, apenas pele inteiramente nua — e é o contraste entre a sugestão de erotismo da parte superior do corpo dele e a vulgaridade explícita da inferior que água a boca de Nico. O pau de Dazai pesa em meio às pernas, tão obsceno e dolorosamente duro, a cabeça melando as coxas de pré-gozo. Elas tremem em sutis espasmos de prazer.

Os olhos de Nico tornam a subir.

A cabeça de Dazai, recostada contra a parede, pende para o lado, o cabelo cobrindo-lhe parcialmente os olhos. É o suficiente para envolver-lhe em mistério enquanto também revela vislumbres de uma expressão tão carregada de indecência que Nico mal é capaz de ponderar antes de se inclinar para frente, as mãos procurando pela cintura de Dazai para então subir-lhe a espinha junto de um arrepio, o queixo descansando no vai e vem violento do peito dele.

— Porra — Nico ri. — Devia mesmo ter metido em ti. Sem caô, acho que eu gozava também. 

Dazai arfa uma risada e então tosse, engasgando-se com a própria respiração. Nico beija o peito dele através da blusa, molhando o tecido com saliva. O que ele mais quer, nesse momento, é tê-lo ao redor de seu pau, sim, mas seu desejo e sua imaginação vão muito além. Ele é igualmente insaciável. Ele quer beijar-lhe a boca mais uma vez, levá-lo de novo ao limite do próprio fôlego. Talvez fazê-lo gozar antes mesmo de colocar seu pau dentro. E então de novo, ao fodê-lo. E de novo, ao comê-lo por trás. De novo, com Dazai por cima. De novo. De novo. De novo.

Jamais deixando-o respirar. Sem pausas. Sufocando-o cada vez mais com seus beijos, fodendo o ar para fora de seus pulmões, reduzindo-o a uma loucura obscena que jamais encontra fôlego para gemidos ou provocações ao ter cada ofegar rasgando-lhe a garganta.

Até que não lhe sobre porra.

— E se eu não te deixar recuperar? E se eu meter em ti agora mesmo? Quanto tu dura?

— Pouco. E você?

Nico ergue os olhos ao ouvir a voz de Dazai novamente. Lenta, mais grave do que lhe é comum, o peito ainda subindo e descendo em um ritmo que pouco a pouco afasta Nico da razão, guiando-o na direção contrária: a do desespero, não da temperança.

— Se tu me olhar desse jeitinho enquanto eu te como, duro nada.

— Então gosta do que vê?

— Pra caralho. 

— Me sufocar te dá tesão, não dá?

O murmúrio de concordância de Nico sai apenas pela metade antes que ele compreenda a armadilha para a qual foi direcionado. Ele vê, enfim, nas entrelinhas da entrega que Dazai faz de seu próprio corpo a ele, a satisfação de provar seu ponto. O ar de superioridade que Nico não foi capaz de identificar enquanto refém do próprio querer, da parte de si que sempre clama por arruinar Dazai — apenas um pouco. Apenas o suficiente para que perca a graça e o orgulho, substitua-os pela indecência que veste agora. 

É apenas na cama que Nico consegue forçá-lo para longe da eloquência, é apenas com o próprio corpo que consegue subjugar Dazai à própria humanidade. 

— Me sufoca, Francisco.

O nome desarma Nico. O arrastar de Fran-cis-co

— Apertando teu pescoço, não.

— De outro jeito, então. Do jeito que você acabou de fazer. Foi gostoso, né?

Nico hesita.

— Faz de novo.

— Mas…

— Faz de novo. — Dazai insiste. — Dessa vez, com o pau dentro de mim.

Nico se rende à ação antes mesmo que sua cabeça registre tudo o que lhe é dito. O pedido final, o indecoro de palavras o despe de qualquer razão, qualquer comedimento que lhe poderia restar e a boca desenha um caminho desajeitado pelo pescoço de Dazai, molhando-lhe a pele, provando-lhe o corpo, lambendo cegamente em busca de mais um beijo — igual ou além em termos de fervor quando comparado ao anterior. Nico sente um gemido tremer a garganta de Dazai antes de ouvi-lo e é quando se afasta de súbito.

Ele quer ver.

Ele quer sufocá-lo, ele pretende fazê-lo, mas acima de tudo ele quer ver a expressão tomar conta de Dazai quando privar seus pulmões já muito debilitados daquilo que mais precisam.

Não é Dazai com suas propostas e fetiches pouco convencionais, mas a própria natureza visual de Nico a sua maior antagonista. Há apelo, claro, em sufocá-lo com beijos, sentir o corpo dele tremendo em resposta à asfixia e o tesão que ela indubitavelmente o proporciona, mas a ideia de permitir que seus olhos devorem Dazai até os ossos enquanto sente o corpo dele tremer de prazer ao redor de seu pau é de uma conotação artística tão ridiculamente tentadora que Nico apenas percebe o próprio dilema ao ver seus dedos tocarem o pescoço de Dazai, envolvendo-o com uma leveza incerta.

Dazai sorri. 

— O beijo não lhe parece o suficiente?

— Eu quero ver — Nico confessa. — Eu quero te ver sem ar. Revirando o olho de tesão. Se acabando de dar. Quero ver meu pau entrando e saindo e teu corpo tomando de novo e de novo e pedindo mais, porque tu ama quando eu te como direitinho. Quero te ver gozar, quero ver porra saindo de ti, quero ver a carinha que tu vai fazer quando eu continuar te comendo enquanto tu goza.

— Então aperta.

— Aí é que tá: eu não quero.

Ele diz, porém não remove sua mão. Dazai consegue percebê-lo revirando a própria mente à procura por uma alternativa. Há subtexto em tal negativa, ele entende, clara demais na maneira como os dedos de Nico o acariciam ao invés de apertar. Não é a asfixia que o incomoda, mas sim chegar em tal objetivo com uma ação já tão enraizada na violência à qual ele se recusa a submeter Dazai.

— Posso tentar um negócio?

— Sempre admirei sua criatividade. E já fui mais que claro: faça o que quiser comigo.

— Abre a boca.

A obediência de Dazai é ausente de decoro o suficiente para fazer Nico vacilar.  Ele agarra o rosto dele com apenas uma mão e é sua boca que avança primeiro, aguada e fora de seus próprios planos, lambendo dentro da de Dazai e então se afastando antes que a recíproca o desarme em um beijo. Os dedos deslizam pela bochecha dele, tocam-lhe os lábios, sentem a respiração quente, tão quente, incendiarem-lhe as pontas.

Ele desliza dois para dentro.

Nico não vai muito fundo, não na primeira vez. Ele toca a língua de Dazai, sente o fogo e o molhado que ele carrega dentro de si, e os desliza para fora lentamente ao sentir a boca dele se fechar em um molde perfeito para chupa-los por completo ao saírem. Ele avança de novo, um pouco mais fundo, apenas o suficiente para forçar uma tossida para fora de Dazai. Eles saem de novo. Apenas até a metade. O movimento seguinte é muito mais súbito, agressivo, os dedos desaparecendo até seus nós, as pontas quase tocando o fundo da garganta de Dazai. O som molhado de engasgar que ele oferece a Nico é delicioso. Tão alto. Tão espontâneo.

— É tipo como se eu tivesse fodendo tua boca — Nico ri. — Tu não consegue falar, mas tu me olha implorando pra ir mais fundo, pra meter mais forte. É assim que tu gosta, Dazai?

O aceno de cabeça de Dazai é sutil demais para ser compreendido, mas há afirmativa o suficiente nas lágrimas que ameaçam escorrer de seus olhos.

— Tu vai chorar de tesão? Ou tu vai chorar porque tá engasgando?

Quando a mão de Dazai procura pelo pulso de Nico, ela não o aperta para que pare. Ao contrário, a firmeza com a qual seus dedos o envolvem é um incentivo, um pedido para que vá mais fundo. Ele o faz. A garganta de Dazai se fecha ao redor dos dedos de Nico em visível desespero quando o ar entra apenas em pequenos soluços, e é tão lastimável que o pau dele não esteja dentro para devassá-lo ainda mais, em cima e em baixo, boca e cu ao mesmo tempo.

Dazai solta um som estranho; talvez um gemido sufocado, ou um pranto desesperado por mais. Sua mão livre tateia cegamente em busca do pau de Nico, tão grande em meio aos dedos, tão duro ao ser segurado e esfregado contra o seu próprio, tão quente no ir e vir desajeitado que Dazai oferece a ambos em meio a ofegos. 

Ele o quer agora 

imediatamente 

tão desesperadamente 

por favor 

por favor 

me fode francisco 

ele precisa de nico da maneira mais indecente e alucinada e humana 

porque ser sufocado é  tão gostoso 

a fricção de seu pau contra o dele é tão prazerosa 

mas nada disso é o suficiente e é como se tudo nesse momento o condenasse a permanecer na beira do precipício de um orgasmo 

que apenas uma metida 

uma única metida do pau de nico poderia concedê-lo 

porque nada mais o satisfaria da mesma maneira que tê-lo 

grande 

e duro 

e quente 

dentro de si

nico geme palavrões sob seu toque e fode a mão ao redor de seu pau mas o som é tão distante por trás do próprio engasgar de dazai

ele diz algo

uma reclamação ao arrancar a mão de dazai para longe de si

não é o suficiente para ele também e dazai sabe que ele quer foder seu corpo e não sua mão ele quer gozar dentro ele quer comê-lo agressivamente através dos tremores de um orgasmo ele quer ver a própria porra escorrer pelas coxas de dazai ao terminar

ele pergunta algo e dazai não é capaz de ouvir

ele pergunta de novo e dazai não consegue se importar

ele pergunta pela terceira vez 

E ao perceber que não obteria qualquer resposta a sua pergunta, Nico remove os dedos da garganta de Dazai em um movimento único e súbito.

Dazai tosse. Ofega, também, mas principalmente tosse. O peito dói. Os pulmões chiam com cada inspirar. Ele não se importa. Ele está com raiva. Do cessar abrupto de seu prazer. Nada além. Ele olha para Nico novamente. Ele cospe cada uma de suas palavras com fúria:

— Por que você parou?

Nico segura-lhe o rosto com uma mão, os dedos molhados escorregando pela bochecha.

— Porque meu pau tá duro pra caralho. — ele diz, direto e calmo. — Porque tu esquece do mundo quando tá pra gozar, mas tu vai gozar é no meu pau. E eu vou gozar dentro de ti, não na tua mão. É uma delícia tu se apertando todo enquanto goza. Também parei porque te perguntei três vezes cadê a porra da camisinha e tu não respondeu.

— Você prefere sem.

— Prefiro. Mas tu enche o saco quando esqueço de tirar e te encho de porra.

— Bolso da calça. De trás.

— Lubrificante?

— Lá no quarto, acredito. Pode ir sem.

— Tu esqueceu?

— Você já chegou com paciência de menos e tesão demais, querendo me foder na sala. Esquece o lubrificante.

— Porra, no cuspe? Certeza?

Foda-se, Francisco!

O que surpreende Nico não é apenas o quão subitamente a voz de Dazai se eleva. Ou o vocabulário crasso, muito mais comum a ele próprio. É o tom. O desespero que implora pelo prazer cuja negativa se estende em meio a perguntas triviais. 

— Porra… — ele ri.

— Só me come. Me come e me sufoca.

Nico abre um sorriso. Muito além do mero curvar de lábios que tende a exibir a cada ocasião em que silencia Dazai. É largo. Genuíno. Um sorriso que mostra todos os dentes ao compreender o descuido de Dazai ao oferecer-lhe tão prontamente uma recíproca a seu querer. Ele cega Dazai com tamanha euforia, o faz hesitar ao se perceber incapaz de desviar o olhar. 

É como erguer os olhos diretamente para o sol.

Nico continua a carregar aquele sorriso ao se inclinar para frente e pressionar suas testas uma contra a outra. Mal restam traços de impaciência nas feições de Dazai, há muito deixados de lado e substituídos por uma curiosidade sincera, quase inocente, que logo dá vez a um querer muito mais pesado, ainda que igualmente sincero. Ele surge com a sensação das mãos de Nico deixando seu rosto à procura de seu quadril, movendo-o para mais perto de si com um único puxão. Dazai sente as pernas dele em meio às suas, abrindo-as mais em um convite ao sentir o peso e a forma do pau duro que agora descansa contra sua coxa.

Ele em nenhum momento o notou buscando e então vestindo a camisinha.

Ele também não notou a palma que lhe é oferecida logo abaixo da boca, até que Nico diz:

— Cospe.

Dazai o faz. Apenas um pouco de saliva, a boca seca em partes iguais de cobiça e calor, clamando por ser molhada com mais um beijo de Nico. Aquele beijo. Não os que ele costuma oferecer-lhe, mas o mesmo primeiro beijo que hoje o sufocou.

Nico cospe também. A mão desce em meio a eles e os olhos de Dazai a acompanham, o observam correr os dedos e misturar saliva com a pouca lubrificação oferecida pela camisinha. E a urgência de Dazai lhe corre tão fundo, tão crua nas veias que os movimentos de Nico lhe parecem lentos demais, uma provocação, uma tentativa de arrancar-lhe do peito a submissão de um pedido.

Mais rápido. Francisco, anda rápido. Mete em mim logo. Vai, bem fundo.

Mas não há qualquer lentidão. Os movimentos que parecem a Dazai se arrastar ocorrem em meros segundos. Uma linha de ação desajeitada, movida por impaciência e carregadas daquele toque de agressividade que sempre acompanha Nico. Ele pula etapas. Não há tempo para preparação. Dazai que pediu no seco. Ele aguenta. Ele força as pernas dele a se abrirem mais, ao máximo, por completo. As calças caídas no joelho o incomodam, limitam seus movimentos. Mas também não há tempo para isso.

 O som que ambos deixam escapar quando Nico agarra o quadril de Dazai com ambas as mãos e começa a deslizar o pau para dentro dele é tão pesado, tão líquido e quente e desvairado que não forma qualquer palavra. Nada que descreva o prazer de possuir e ser possuído, de dominar e de ser dominado, de foder e ser fodido.

— Relaxa. — É tudo que Nico consegue dizer. Ele força a testa contra a de Dazai, as palavras seguintes tremendo tanto quanto seus lábios. — Relaxa o corpo. Olha pra mim.

Céus, como a obediência cai bem a Dazai.

— Tá ok? Tá doendo?

— Escuta. — Dazai agarra o rosto de Nico com as mãos e há também agressividade em seu toque. — Se você não continuar… Se você não meter esse pau até o talo em mim imediatamente, eu vou enlouquecer. Continua.

E, céus, como a obediência cai bem a Nico.

Ele força o quadril para frente, deslizando para dentro centímetro por centímetro. Isso também parece enlouquecer Dazai, pesar o olhar que Nico sustenta com seu próprio. Ele sempre teve apreço por ver o corpo dele aceitando o seu, há um apelo único em assistir o próprio pau entrando pela primeira vez. Mas Nico não olha para baixo, não dessa vez.

Ele observa Dazai.

A maneira como sua expressão transita por dezenas de emoções antes de lavar-lhe as feições com o mais completo deleite. Como as sobrancelhas franzem, as lágrimas escorrem dos olhos, o queixo despenca em um escancarar de boca que força para fora o pouco ar que lhe restava nos pulmões. 

Nico quase goza.

Só de tê-lo ao redor de seu pau e perceber que o próprio Dazai também quase gozou.

Os cílios de Dazai tremem. Suas mãos também. Seu corpo, sua sanidade. Os braços envolvem Nico, ambas as mãos agarrando o tecido da camiseta dele para puxá-lo mais para perto e forçar todo o corpo dele a desenhar uma curva paralela à formada por seu próprio. Lágrimas escorrem de suas bochechas, saliva de seu queixo, e ele esconde o rosto na curva do pescoço de Nico, quase subindo nele, quase se erguendo por completo do aparador atrás de si.

— Me fode — ele soluça. — Me fode o mais forte que conseguir.

Pode ser apenas um pedido, mas tem o efeito muito mais próximo de um gatilho. Um que Nico não sabia estar esperando, um que incendeia sua mente, tão rápido e efetivo que suas ações não mais dependem de razão. Ele endireita as costas e o corpo de Dazai é erguido junto ao seu, todo seu peso dele agora sustentado pelas mãos de Nico em sua bunda. A primeira estocada de Nico é dada de pé. A segunda, também. A terceira, quarta, quinta.

Na sexta, o pau dele escorrega para fora.

Dazai soluça contra o ombro dele, o próprio pau molhando a camiseta de Nico com pré-gozo com o esfregar de cada ir e vir. Nico se aproxima do aparador mais uma vez para apoiar Dazai contra o móvel. Ele o aguarda soltá-lo. Deita-se contra o vidro com ambas as pernas abertas e o rosto dentro de seu campo de visão.

E lá está.

O obsceno, o vulgar, a indecência, o que há de mais delicioso que Nico é apenas capaz de ver ao fodê-lo forte o suficiente para anular qualquer decoro.

Nico não diz nada. Ele não hesita. Ele não busca pelo afeto de um beijo, não mais, não agora que todo seu corpo se encharca com a necessidade de tomar Dazai para si. Ele puxa o quadril dele para perto, encaixa uma das mãos por trás de um dos joelhos dele para forçá-lo para cima e abri-lo mais, expô-lo, tê-lo inteiramente para si. Ele mete de uma só vez, em meio a um choro de prazer e desespero que escapa de Dazai com a mesma força que o pau de Nico o adentra.

Há uma selvageria em seus movimentos, no encaixe perfeito de seus corpos, na ferocidade daquele ir e vir, talvez jamais condizente com humanos, talvez reservada exclusivamente àqueles tão terrivelmente mais humanos que os demais.

Dazai é incapaz de falar. Ele mal consegue respirar ao ter todo o ar fodido para fora de si. Mas quando ele olha para Nico e abre a boca, escancarando-a o suficiente para que sua língua deslize para fora, a mensagem é clara.

Me sufoca. Me asfixia. Não para. Me come. Me fode. Me destrói.

Nico se aproxima para lamber-lhe a língua, derramar na boca dele uma risada tão grave e ardente que o juízo de Dazai derrete antes mesmo que ele enfie os dedos em sua boca. São três de uma vez. Forçados em sua garganta tão, tão fundo que Dazai se vê sem fôlego quase que imediatamente.

A cabeça dele pende para trás e bate contra a parede e a língua de nico busca seu pescoço tão quente tão molhada tão deliciosa e a maneira com a qual ele sussurra o nome de dazai é tão lasciva tão indecente tão maravilhosamente ausente de pudor que dazai quer abraçar todo aquele erotismo mas ele é incapaz de gemer ele é incapaz de respirar mas seu corpo inteiro se aperta ao redor do pau de nico e ele diz seu nome de novo dessa vez com o tom de um xingamento como se fosse um palavrão como se fosse incapaz de acreditar que foder alguém possa ser tão gostoso e ele continua a sussurrar ele diz caralho tu é tão gostoso tu é tão apertadinho e também vou te fazer gozar tanto e também tu tá quase lá tu tá se tremendo inteiro tu tá quase gozando dazai tu vai gozar?

e dazai pensa sim

caralho sim eu tô quase gozando

por favor não para me fode mais forte

a maneira como nico geme seu nome é incomparável a maneira como ele se recusa a desviar seus olhos dos de dazai também e ele quer que dazai ouça o quão vulgar seu próprio nome pode soar quando o corpo dele aperta o pau de nico daquele jeito gostoso e ele quer que foder dazai de toda e qualquer maneira possível com o pau com os dedos com os olhos

meu deus francisco

eu vou

gozar

desmaiar

dazai não é capaz de suportar mais

a mão procura pelo pulso de nico e ele hesita o suficiente para que sua visão fique turva porque meu deus eu tô quase lá vai de novo vai mais forte me reduza ao que há de mais vulgar me transforme em pornografia

Prestes a perder a consciência, ele então aperta o pulso de Nico.

Ele remove os dedos da garganta de Dazai de imediato. E talvez seja o alívio que toma seu corpo com aquela primeira lufada de ar. Talvez seja a maneira como Nico enterra cada centímetro de si nele, particularmente fundo agora que ambas as mãos agarram o quadril de Dazai. Talvez seja a visão que tem de Nico, tão igualmente entregue, suado, explicitamente pornográfico.

Talvez seja a maneira como Nico se inclina contra ele, lambe-lhe a boca, ameaça continuar a sufocá-lo — agora com um beijo — e então opta por fazê-lo engolir um sussurro:

— É tão gostoso dentro de ti que eu nunca vou te deixar ir.

Dazai goza. 

Ele goza forte, ele goza violentamente.

E talvez seja a maneira como o corpo de Dazai aperta seu pau em consecutivos espasmos, forte o suficiente para rachar o pouco que resta de sua sanidade. Talvez seja como Dazai o encara durante todo o decorrer de seu orgasmo, as bochechas vermelhas, lágrimas e cuspe manchando-lhe o rosto. Talvez seja como a boca dele desenha — sem jamais dar voz — palavras que Nico sabe que jamais será capaz de confirmar.

É tão gostoso dentro de ti que eu nunca vou te deixar ir.

Não irei a lugar algum.

Nico também goza.

Um último chocar de quadris, alto como um tapa. Fundo, tão fundo. E tudo para.

Eles caem um sobre o outro, contra o aparador, a mão de Nico espalmando a parede em um esforço para suportar-lhe o peso, seu pau ainda dentro, ainda se deleitando com os últimos espasmos de prazer que o corpo de Dazai o oferece.

Dazai ofega em meio ao silêncio.

E eles continuam assim por bastante tempo. Talvez até mais do que durou toda essa rapidinha.

Oi! Aqui é Levi.

Talvez você me conheça de Pillow Talks, de onde saíram esses personagens. Talvez me conheçam como o cara do namorado grego. Talvez não me conheçam — e a vocês, muito prazer!

O que eu mais gosto de escrever no erótico são experimentações. As primeiras vezes, a maneira como um casal — ainda mais sendo um casal composto por um vanilla e um kinky — se adequa a cada kink, tão universais enquanto muito particulares. E foi isso que trouxe a vocês nesse texto! Espero que tenham gostado!

Agradeço demais ao Koda pela honra de me chamar para esse projeto e também por toda a paciência com o atraso que tive. A literatura erótica é muito mais completa contigo, Kodinha!

Obrigado demais por lerem! Me contem o que acharam.

Beijo!

Levi

Leia todos os textos da kinktona!

E se você leu até aqui, essa é a penúltima rapidinha de dez com autores convidados. Estamos na reta final, então fica por aqui, manda pra amigues, divulga nas redes sociais e me ajuda a levar esse projeto mais longe ❤️ 

É isso! Um xêro e um queijo,

Kodinha

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