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#6 - O Arquimago do Outono - Kinktona - Fai Mazell
itens mágicos pouco ortodoxos
Olá querides safades, tudo bom?
Bora que bora que hoje tem mais kinktona, a maratona kink do Só uma rapidinha! Até o dia 04 de dezembro teremos textos novos por aqui toda semana, cada um de uma pessoa convidada diferente, e todos muito queer e kink!
Quem escreve pra vocês hoje é o Fai Mazell!
Apresentação
Fai Mazell (ele/dele) — twitter, instagram, bsky — é autor, ator e diretor, além de jogador de RPG. É bi e não binário e produz conteúdo queer de todo tipo na internet. É co-criador do canal geek LGBTQIAP+ Maré Geek e da websérie Desaventureiros (também atua como Geburath, uma meio-orc que é um deus do caos). A Maré também tem várias mesas de RPG gravadas e transmitidas ao vivo no canal, e todo o conteúdo — websérie e RPG — é gratuito para assistir. Fai também escreveu Cedro, Guaco e Cantarelo, uma fantasia erótica com três gnomos que é uma delicia de ler e que logo será publicada de forma independente na Amazon.
Fai tem papilas gustativas parecidas com as minhas pra conteúdo erótico duvidoso e potencialmente questionável, o que quer dizer que eu amo as coisas que ele faz e fiquei muito feliz quando aceitou escrever pra kinktona. Espero que vocês se divirtam lendo como eu me diverti também.
Lembrem-se de conferir a lista de aviso de conteúdo logo no começo do texto e se mantenham segures! Bora?
Aviso de conteúdo
sexo anal, sexo oral, sensações compartilhadas, provocações, restrições, negação, dá pra chamar isso de foursome se as duplas estão em locais diferentes?, excesso de estímulos, ainda conta como monsterfucking se ninguém sabe se ele é mesmo um dragão?
O arquimago do Outono
Quando Luar desperta sozinho em sua cama com um puxão de cabelo, ele sabe que perdeu a aposta errada.
A joia em seu dedo — sua punição — reluz sarcástica na luz da manhã, gabando-se da aura mágica maliciosa que sem dúvida possui, ainda que Luar não seja capaz de detectá-la.
O anel havia parecido perfeitamente inofensivo na véspera, depois da humilhante partida de damadrez que selou o destino de Luar. Você pode tirá-lo quando quiser, Amidrie havia dito. Se for, você sabe… Demais.
Palavras doces, olhos preocupados e o meio sorriso de filho da puta que sabe muito bem que está manipulando sua presa direitinho. Você quer que eu explique o que ele faz?
Não, Luar não queria. Luar queria uma boa noite de sono, porque se tivesse dormido direito um único dia no último mês nunca teria perdido aquela partida idiota em primeiro lugar. Luar queria que o namorado calasse a boca bonita e o abraçasse sob as cobertas, e não, claro que ele não ia tirar a porra do anel, ele era um bom perdedor e certamente seria capaz de aguentar um dia inteiro de… qualquer que fosse o tormento que Amidrie houvesse engendrado em seu excesso de tempo livre.
Passando a mão no cabelo encaracolado e curto, buscando o fantasma da dor de um puxão bem dado e o encontrando na lateral raspada da cabeça, Luar sente um frio na barriga ao constatar que aquela dor não podia ser sua.
… Certo.
Nunca namore um feiticeiro.
Muito menos um elfo feiticeiro com sono de menos e imaginação demais. Agora que Luar quer explicações, Amidrie não se encontra, criaturinha matinal e agitada que tende a ser. Seu perfume ainda paira pela casa, fantasmagórico como o formigamento improvável na pele de Luar, e o único sinal de que esteve aqui esta manhã é café passado e uma pequena nota em letra afiada: bom dia, te amo, boa reunião! Com um coraçãozinho cínico rabiscado do lado.
Ele não tem um bom presságio.
O dia se arrasta sem grandes incidentes, mas os pequenos efeitos mágicos vão se acumulando o suficiente para que Luar aos poucos compreenda o que está acontecendo: ele sente cabelo ricocheteando ao seu redor, e reconhece o peso da trança loira de Amidrie com facilidade. Uma brisa fria refresca seu rosto em um cômodo fechado. Um beijo estalado em sua bochecha é áspero demais para que seja de Amidrie — é o rosto do feiticeiro que está sendo beijado. Sim, Luar está entendendo para onde isso está indo.
Mas a manhã se desdobra em tarde e nada de grave acontece, sua reunião se aproxima a galope e agora Luar está suando frio. É difícil dizer se ele está cada vez mais sintonizado com a magia do anel ou se o anel está cada vez mais sintonizado com sua paranoia: Amidrie está se comportando (e é exatamente isso que o preocupa), mas Luar começa a perceber cada pequeno estímulo ao seu redor, até ter certeza de que o tato de ambos está perfeitamente sobreposto — o tecido frio e rígido de seu terno coexiste com o toque delicado dos robes do feiticeiro, uma mão aperta a sua na solidão de seu gabinete, o papel áspero sob seus dedos também parece feito de água corrente.
E ele não faz a menor ideia se o efeito é recíproco, porque ele topou essa cilada sem pedir explicações, mas, ao massagear um ponto de tensão entre as sobrancelhas e sentir tapinhas condescendentes em suas costas, ele passa a desconfiar que sim.
Ninguém dá tapinhas condescendentes nas costas de seu feiticeiro. Ele sem dúvida deu tapas nas próprias costas apenas para atormentá-lo.
E Luar poderia retribuir. Céus, ele deveria retribuir.
Em moeda muito pior.
Ele não namora quem namora à toa — infinitas possibilidades se desdobram diante de seus olhos despudorados. Qualquer outro dia ele certamente aproveitaria a oportunidade e daria o troco em uma mistura deliciosa de vingança e autoindulgência…
Qualquer outro dia.
Não hoje.
Hoje é sua última reunião com Malaquir, o Arquimago do Outono, e Amidrie sabe disso.
Não há coincidência alguma. O feiticeiro está se roendo de ciúmes há semanas. O relacionamento deles nunca foi monogâmico, mas a obsessão de Luar por um dos magos mais controversos da atualidade talvez tenha cruzado algum limite da paciência de Amidrie...
Essa situação foi planejada.
Seu namorado tem um senso de humor perigoso.
O portal que irá transportá-lo à torre de Malaquir surge pontualmente no gabinete de Luar às três da tarde. Pela última vez. A pontada de angústia vem acompanhada de outra aflição: um arrepio causado por dedos elegantes e familiares em seu pescoço, um toque suave que não promete nada de bom.
Luar cogita deixar o anel sobre a papelada da mesa para encontrar Malaquir sem interrupções, mas percebe o requinte de crueldade da metáfora proposta por Amidrie e desiste.
Com um suspiro conformado e sentidos à flor da pele, Luar atravessa o portal.
Um pequeno solavanco, e a luz dourada do outro lado o acerta em cheio, como de costume, fazendo algo em seu peito derreter com o calor do sol.
É um pouco ridículo, na verdade.
Luar é o maldito Cronista das Sombras. Seu trabalho é feito no escuro, madrugada adentro, na miúda, não à luz do dia. Quando seu ofício é restaurar reputações duvidosas e manipular narrativas ao bel prazer do ouro alheio, você não quer ser avistado na casa de um figurão do reino. Isso gera falatório, e não do tipo útil. Este bardo ardiloso sabe disso melhor do que ninguém.
Ainda assim, as tardes na Torre Auríflua haviam enrolado suas vinhas de folhas cor-de-fogo ao redor, se não de seu coração, de seu bom senso, e Luar havia se dobrado aos horários e ao charme de seu cliente e anfitrião.
A vista da varanda aninhada no topo da enorme árvore que Malaquir chama de casa rouba seu fôlego, como em todas as visitas anteriores. A arquitetura terrosa das casinhas do reino lá embaixo parece uma extensão natural dos domínios do Arquimago do Outono, nunca o contrário. Luar se obriga a dar as costas para o vento que sempre açoita nessa altitude, e seus pés encontram com confiança o caminho até o escritório de Malaquir. Foram meses de trabalho, inúmeros encontros, incontáveis perguntas não respondidas.
É enlouquecedor.
O trabalho de Luar é compreender a verdade para melhor manipulá-la.
Distorcê-la.
Transformá-la.
Ele vai encerrar o caso do Arquimago do Outono com sucesso, sim, com a reputação de Malaquir devidamente restaurada, claro, mas ainda sem fazer a menor ideia de com quem infernos trabalhou por meses a fio — seu maior sucesso de mãos dadas com sua maior frustração.
Não que o reino todo não saiba quem Malaquir é…
O melhor amigo do príncipe.
O mago bonito que vive na torre mais alta.
O herói todo poderoso que protege a capital do reino.
O idiota que foi pego na suruba em que o rei perdeu (muito literalmente) a cabeça.
Exceto que ninguém sabe de onde (ou de quando) caralhos ele veio.
O melhor amigo do príncipe (que agora é rei) e de sabe-se lá quantos príncipes anteriores.
O mago bonito de aparência humana que vive na torre mais alta há centenas de anos.
O herói todo-poderoso que protege a capital do reino apenas existindo, já que os dragões que assolam todas as outras cidades não ousam se aproximar daqui.
O idiota que claro que não estava comendo o mui majestoso pai de seu melhor amigo quando outro participante do fatídico e sensual evento decidiu enforcá-lo com algo ligeiramente afiado demais. (Essa parte foi Luar quem apagou habilmente da infinita litania de fofocas.)
Enfim.
As más línguas dizem que Malaquir é um dragão, e não há língua mais maldita que a de Luar, mas ele se recusa a proferir essas palavras sem saber se está dizendo verdade ou mentira.
A essa altura, ele deveria saber.
Ele encontra Malaquir em sua impressionante mesa de estudos, debruçado sobre um livro, compenetrado, e aproveita cada segundo que o mago o ignora (porque claro que ele sabe que Luar está aqui) para gravá-lo em sua memória.
Uma última tentativa de decifrá-lo: os longos cabelos escuros caindo em cascatas ao seu redor, apenas parcialmente presos, os feixes oblíquos de luz do sol revelando um tom de verde profundo e improvável (mas nada é impossível para um mago, certo?), a pele marrom jovial e imaculada demais para sua suposta idade (driblar o tempo é um dos grandes clichês da magia, não é?), os olhos dourados de fera paciente (um pequeno pacto também tornou os olhos de Luar perturbadoramente prateados, então quem é ele para julgar, de verdade?), a postura impecável mesmo quando apoia o queixo na mão para ler. (E se Luar treinou a vida inteira para se tornar a pessoa mais elegante de qualquer ambiente e ainda assim se sente desajeitado diante da fluidez sem esforço do Arquimago do Outono, como ele pode ter certeza de que não haja um feitiço vaidoso no ambiente sabotando sua autoconfiança? Ele já viu coisa pior.)
O fato de que Malaquir tem ombros muito mais largos do que um mago enclausurado em uma torre tem direito a ter não ajuda.
Luar é um tolo. Nada disso importa — Malaquir é seu melhor cliente. Estar nesta sala deveria ser vitória o suficiente, comprovação de que Luar é o melhor bardo obscuro de seu tempo. A silenciosa reputação do lendário Cronista das Sombras se esparrama pelo reino como uma onda implacável na escuridão, e Luar não tem a menor dúvida de que seu próximo trabalho será no palácio…
Um puxão forte na base de sua nuca o arranca de seus devaneios de grandeza, forte demais, dessa vez, para que tenha partido das mãos de Amidrie.
Alguém segura seu namorado pela trança, e a sensação fantasmagórica faz Luar cambalear para trás.
Malaquir ergue o rosto lentamente em sua direção, uma fagulha de divertimento acendendo seu olhar.
— Tudo bem aí, meu poeta?
Ele se pergunta se Amidrie pode sentir seus joelhos amolecendo com o apelido possessivo.
Luar é um tolo.
A tarde escorre no ritmo vagaroso e implacável da seiva que ilumina a Torre Auríflua.
Uma última recepção calorosa.
(Dedos grossos desfazendo a trança de Amidrie sem pressa.)
Um último relatório detalhado.
(Uma boca ávida mordendo cada pedaço de seu namorado, lentamente, esfregando a barba áspera por todo seu corpo, com calma, fazendo Luar se arrepiar da cabeça aos pés, obrigando-o a recorrer a cada exercício de respiração em seu repertório para segurar a excitação a um braço de distância. Pela garganta.)
Uma última promessa de recomendação.
(É irritante não conseguir identificar o cúmplice do feiticeiro. A quarta pessoa dessa dança tem plena consciência do que está fazendo. Luar repassa mentalmente a longa lista de amantes do namorado, de colegas de profissão sem escrúpulos, de amigos em comum. O resultado é inconclusivo, o que está se tornando um padrão enfurecedor. Luar vai destruir a reputação do desgraçado que topou arrastar carícias por horas a fio coincidentemente bem no horário de sua reunião mais aguardada.)
Malaquir está expressando outra vez sua enorme gratidão por um trabalho bem feito (eu realmente achei que precisaria sumir por mais um século), relembrando a sorte grande que foi Coração de Larva tê-lo recomendado (ainda bem que nosso amigo em comum não sabe calcular quantas costas dá conta de apunhalar sem chamar atenção, não é mesmo?), rasgando elogios à competência de Luar de um jeito que sem dúvida o faria corar se não estivesse tão empenhado em não corar por outras razões (meu caro Cronista das Sombras, você faria os primeiros bardos obscuros estremecerem — acredite, eu conheci todos eles).
As perguntas depois da linha que Luar não ousa cruzar se acumulam.
O sorriso de Malaquir aumenta a cada insinuação de sua longevidade.
Aparentemente, todas as pessoas que Luar conhece tiraram o dia para provocá-lo.
Um último chá na Câmara do Pôr do Sol.
O Arquimago do Outono é cheio de pequenos rituais, e Luar aprendeu a apreciar todos eles. Suas reuniões sempre se encerram com Malaquir servindo chá rubro pouco antes do anoitecer em sua saleta favorita, um ambiente aconchegante que ganha contornos surreais no colorido do ocaso.
Da primeira vez que esteve aqui, Luar foi informado que pouquíssimas pessoas conheciam esta parte da torre. Uma demonstração de confiança, mas também um exibicionismo descarado: cada superfície disponível ostentava livros e artefatos mágicos de valor incalculável. Tomos de magia antiga se acumulavam nas prateleiras, traquitanas brilhantes se espalhavam pelas mesinhas, joias de cores quentes enfeitavam o parapeito da janela — cada item tão ridiculamente bonito que era impossível não desconfiar que o conjunto havia sido escolhido a dedo por sua aparência, não por sua utilidade.
Na época, Luar honestamente não soube se devia se sentir lisonjeado ou ameaçado.
Hoje ele escolhe se sentir afrontado. Que tipo de pessoa tem acesso ilimitado a artefatos mágicos poderosos a ponto de poder escolhê-los por seu valor estético?
Um dragão. Esse tipo de pessoa.
Se Luar ao menos pudesse provar.
(A pior parte é desconfiar que todas as evidências sumiram porque alguém melhor passou por aqui antes. Alguém como ele. Outro bardo obscuro. Não um dos primeiros, não quando Malaquir zomba deles com tanto desdém. Um dos mais recentes, então? Do último século, ou do anterior? O Poeta das Possibilidades, talvez. Ou o lendário Compositor do Oportuno. A competição faz os dedos de Luar formigarem, a vontade de destruí-los através do tempo, vencê-los na memória do homem que o elude com maestria, da torre que o abraça como uma sentença.)
A sensação ardida de uma mordida particularmente intencional na parte interna de sua coxa promete que Amidrie não se esqueceu dos monólogos intermináveis de Luar sobre a Câmara do Pôr do Sol. Seu namorado sem dúvida sabe que horas são, o que significa que a situação precária de Luar está prestes a cambalear ladeira abaixo.
Tirar o anel seria sensato, mas ele é teimoso.
Em um anacronismo imperdoável, sua imaginação transforma o amante sem rosto de Amidrie em seu suposto rival através dos séculos, e a língua fantasmagórica que invade sua boca e o faz engasgar com o chá quente é a de um bardo que viveu eras atrás, bebericando chá rubro nesta mesma sala com muito mais dignidade, enterrando segredos de dragões onde as garras de Luar um dia não conseguiriam alcançar.
Do outro lado da mesa de centro, aprumado em um sofá tão confortável quanto o que envolve Luar em um abraço que desafia sua postura, Malaquir observa em silêncio seu acesso de tosse.
Luar se recompõe como pode, ignorando mordidas insistentes em seu lábio.
— Você tem cuidado de sua saúde, meu belo amigo? Estou te achando um pouco febril.
Meu belo amigo.
Quem fala assim?
Deveria ser patético (Luar é patético), mas a voz grave e melodiosa faz coisas com suas entranhas.
Ele está mesmo se sentindo um pouco febril.
— Eu tomei chuva — Luar responde debilmente, mordendo a parte interna da bochecha para tentar retomar o controle perdido.
Amidrie morde a própria língua em resposta, com força, obrigando-o a fechar os olhos para reprimir um ganido. Claro. O filho da putinha. Luar vai destruí-lo na cama.
… Se sobreviver à tarde de hoje.
Parece provável que o vexame o aniquile a qualquer instante.
Malaquir está estreitando os olhos em sua direção.
— E o Bailarino das Tempestades, como está?
Prestes a ser fodido, Luar tem vontade de responder, se as mãos fortes separando as coxas dele servirem de indício.
— Ocupado. — Ele range entre os dentes, ao invés disso.
— É mesmo?
Seu anfitrião pousa a própria xícara na mesa e caminha em sua direção, e a única coisa que Luar enxerga são as mãos fortes de Malaquir.
Todo mago tem mãos elegantes, todo arquimago tem mãos poderosas.
É completamente injusto que o Arquimago do Outono ainda por cima tenha mãos fortes.
Luar quase recua quando uma delas se aproxima de sua testa, apavorado pelo próprio desejo. E então faz pior — apoia o peso de sua cabeça nela, desmanchando-se na ânsia pelo toque firme.
O Arquimago do Outono confere sua temperatura, e essa é a deixa perfeita para Luar emendar sua melhor performance de enfermo. É a coisa sábia a se fazer — escapar da torre antes que seja tarde demais, antes que seu corpo esteja muito além do socorro da melhor respiração ou do pior pensamento, antes que ele precise se humilhar e recorrer a uma das almofadas luxuosas do sofá para esconder a ereção que ameaça despontar entre suas próprias pernas em resposta à fricção úmida entre as pernas de Amidrie.
Ah.
Ele não tinha pensado por esse lado.
Sim, isso explica o calor estranho e pegajoso se acumulando por horas a fio.
O estímulo desconhecido o desorienta como se Luar fosse virgem e intocado, o que é uma ideia que o faria gargalhar em qualquer outra situação.
Não, pensando bem, já é tarde demais para uma performance. Para sair daqui com algum resquício da própria honra, Luar precisa jogar longe esse anel infernal agora mesmo.
Seria mais fácil se a mão supostamente livre de Malaquir não estivesse aprisionando seu pulso.
Como isso aconteceu?
O mundo não está girando, mas deveria.
Os olhos dourados do arquimago faíscam ao analisar o presente ardiloso de Amidrie.
O estômago de Luar despenca.
Ele sabe.
A mão quente (e tão maior) de Malaquir sobe pela sua, o polegar deslizando pela palma da mão de Luar, pressionando-a até alcançar o anel, seus dedos hábeis girando a joia no lugar, sem arrancá-la, provavelmente conferindo sua aura mágica — e se algum dia Luar soube como respirar, ele esqueceu.
— Hmm. Uma Espiral Vulnerável — Malaquir conclui, contemplativo, e poderia ser qualquer outra tarde, eles poderiam estar conversando casualmente sobre qualquer outro artefato do recinto. — A primeira foi criada como instrumento de tortura, há mais de um milênio. Era uma sentença pior que a morte, compartilhar da destruição gradual da pessoa amada. E então, como tende a ocorrer com a maior parte dos artefatos interessantes, algum estudante de magia entediado concluiu que era o brinquedo sexual perfeito. — Inabalado. O homem diz isso inabalado, enquanto Luar ferve da cabeça aos pés. — Foi moda por um século e meio, mais ou menos. O catalisador era a menor pluma de um pássaro vermelho relativamente comum naquela época, hoje, infelizmente, extinto. Quando a obtenção dos ingredientes se tornou difícil, a Espiral multiplicou exponencialmente de preço, e se tornou um símbolo romântico. Depois sumiu nos cofres de colecionadores. Eu devo ter umas três só nessa sala — ele admite, por fim, e a ameaça de um sorriso no canto de sua boca faz Luar estremecer de ideias.
— Você toma chá na sala dos brinquedos sexuais, é isso? — Ele tem a pachorra de perguntar em um fio de voz, porque agora que já foi pego, não existe universo em que Luar esteja disposto a demonstrar o constrangimento que de fato sente.
— Não seja simplista, Cronista das Sombras. Não combina com você.
Para sua mortificação, Malaquir não sorri ao dizer isso, mas também não o solta. Ao invés disso, segura sua mão aberta no lugar e a lambe do pulso até os dedos, passando pela palma sensível e demorando-se ao redor do anel.
Afundando-se ainda mais contra o toque imperioso em sua testa, Luar deixa a boca pender em um longo gemido que não ousa vocalizar. Sua imaginação leva a melhor — é mesmo só sua imaginação? — e ele se sente pequeno, sem peso, excitado e apavorado na mesma medida, como se suas dimensões humanas fossem completamente irrelevantes na pata da fera que o sustenta, como se uma língua enorme e afilada houvesse lambido seu corpo inteiro, das coxas ao pescoço, e não apenas sua mão.
Em algum lugar, percebendo a atenção peculiar do Arquimago do Outono ao redor de seu brinquedo, o desgraçado do Bailarino das Tempestades apressa o Rival Anacrônico de Luar, e a cabeça do membro de um desconhecido insolente ameaça invadi-lo por uma abertura delicada que Luar não tem, mas que é perfeitamente capaz de sentir mesmo assim.
É delicioso e enfurecedor em partes iguais.
Luar não calculou essa situação direito.
Enquanto isso, Malaquir avalia a porra da Espiral Vexaminosa com a ponta da língua, como magos não costumam fazer.
— É uma réplica recente. Bastante razoável, considerando a falta de materiais. Provavelmente só cobre um ou dois sentidos mais táteis... Então ele não está espionando… — A preocupação sensata quase faz Luar rir. Não, a verdade é muito mais simples e mais absurda que espionagem. — Posso assumir que foi Amidrie quem o presenteou?
Ele faz que sim.
— Devo considerar um desaforo pessoal?
Luar abre seu melhor sorriso alucinado.
— Provavelmente — ele admite, sua voz tão rouca quanto estaria se um pau grosso estivesse se esgueirando sob sua pele um milímetro de cada vez, tortuosamente devagar, o que não está acontecendo, claro, exceto que meio que está.
Algo no olhar de Malaquir muda.
Ele parece tão sério.
Não, não é só isso.
As pupilas.
Parecem fendas.
— Quer revidar?
O questionamento na voz ainda elegante, mas subitamente mais grave, faz o membro já irremediavelmente duro de Luar protestar contra seu confinamento.
Luar não implora, mas também não hesita.
— Sim.
A velocidade com que a mão em sua testa desliza e enlaça sua nuca, envolvendo-a por completo ao puxá-lo para frente, faz Luar cambalear — caindo de joelhos, exatamente onde Malaquir o quer.
— E você, veio até aqui com o anel por afronta a mim ou por obediência a ele?
— Perdi uma aposta — Luar admite, ainda sorrindo, porque por que não? — E sou orgulhoso.
— Arrogância, então…
Sim.
E se a intenção do arquimago é ensiná-lo uma lição de humildade, ele não começa bem — porque ao afastar camadas e mais camadas da roupa pretensiosa e arcaica que Luar não sabe nomear, Malaquir revela seu próprio interesse, dolorido e indisfarçável, com uma curvatura perfeita e veias saltadas que obrigam a boca de Luar a salivar e rir sem modéstia.
De forma que, quando Malaquir agarra essa mesma boca, escancarando-a com o polegar e depois a invadindo com seu objeto de fascínio sem cerimônia ou preocupação, bem.
Luar sabe que mereceu.
Sobre sua língua, enveredando-se por sua garganta e provocando lágrimas, o pau de Malaquir parece enorme, delicioso e ordinário. O cheiro do arquimago também o arrebata, um cheiro quente e reconfortante, humano — quente como a terra e como o sangue acelerado dentro deles, não como uma fornalha, não como um vulcão. Humano! Seria decepcionante, se a experiência toda não fosse tão sublime. Malaquir está usando sua boca. O Arquimago do Outono está usando sua boca.
Luar o chupa com uma obsessão acumulada por meses a fio, mas também com o desespero armazenado nas últimas horas e contando. Amidrie não é conhecido por se render, e o volume que sem dúvida sente contra a própria língua faz com que seus dedos se juntem ao assalto aos sentidos de Luar — o feiticeiro está se tocando com urgência enquanto um conspirador qualquer arromba sua buceta sem dó, e Luar está descompensado, porque o arrombado é ele mesmo, por tudo que é mais secreto, mais sagrado, mais indiscreto, como alguém sobrevive a isso? E agora que não precisa mais se conter, Luar sabe que está fazendo uma cena completamente disparatada aos pés de Malaquir, tremendo, chorando e gemendo como o homem atormentado que é, aparentemente intocado, desfazendo-se só por chupar uma pica.
Exceto que Malaquir sabe muito bem que não é só isso.
Luar percebe o instante em que a paciência do arquimago acaba como quem percebe uma corda se romper sobre o abismo — ao cair.
Um gesto displicente é tudo que Malaquir precisa para que Luar seja arremessado sobre o sofá. Outro gesto, mais maldoso, e há um excesso de mãos incorpóreas sobre seu corpo fervente — despindo, roçando, beliscando. Magia na cama não o impressiona, não deveria o impressionar, pelo menos, não quando ele divide a sua com o Bailarino das Tempestades. Mas o Arquimago do Outono está se exibindo, não são uma, duas ou três mãos, talvez sejam dez, talvez sejam mais — dedos precisos revidando o excesso de estímulo que enlouquece Luar com ainda mais estímulo, ele vai morrer, ele está nu diante de Malaquir com mãos demais vagando por seu corpo intocado e fodido, mãos feitas de magia, sem calor, sem textura, brilhando contra sua pele escura, dedos que são apenas energia furiosa o torturando.
Porque Malaquir finalmente está irado.
Indefeso e se contorcendo sobre o sofá — sobre a bandeja em que Amidrie o fez tropeçar pateticamente quando já estava quase de saída — Luar sente o olhar incandescente do arquimago sobre si, queimando-o mais do que qualquer toque espectral poderia almejar.
Alguém vai pagar por tanta insolência.
Ele quase sente medo.
(Ele deveria sentir medo?)
Luar se tornou o tabuleiro entre o mago milenar mais poderoso do reino e um jovem feiticeiro petulante em assombrosa ascensão.
É desesperador.
É demais.
Ele gosta.
Uma mão segura sua garganta, duas prendem seus pulsos; uma puxa seus cabelos, duas maltratam seus mamilos; dedos fodem sua boca; três, quatro ou cinco mãos provocam suas pernas e o que há entre elas, apertando e abrindo, abrindo, abrindo.
O orgasmo o apanha de surpresa, como uma onda que sacaneia um nadador que nunca antes esteve no mar. Orgasmos são explosões, não — isso. Em um momento, Luar está vibrando sob o delicioso olhar de desprezo febril de Malaquir, no outro, Amidrie é arrebatado em um quarto distante e o carrega junto, Luar está capotando, ralando os joelhos na areia, engolindo água — tudo sem que ninguém encoste nele, não de verdade.
Muitas mãos o seguram no lugar, desorientado, sujo e exposto, mas não as mãos que ele gostaria.
— Melhor agora?
Desdém pinga da voz bonita do arquimago enquanto uma centena de dedos o abandonam, e Luar tem a sensação desagradável de que está prestes a ser mandado de volta para casa, humilhado e estranhamente insatisfeito, para nunca mais voltar.
Ele não tem fôlego para responder, mas se esforça mesmo assim, balançando a cabeça para os lados, agora sim apavorado.
— Não? Que ganancioso. O que mais você poderia querer?
A pergunta vem com frieza demais para ser só um flerte.
Diante da muralha de orgulho que é Malaquir, Luar resolve que seu próprio orgulho é um sacrifício perfeitamente razoável dadas as circunstâncias.
Ele suplica com voz rasgada, um pouco mais sincero do que gostaria:
— Você.
E para que não restem dúvidas quanto à sua intenção, Luar complementa a resposta retirando o maldito anel do dedo, deixando-o cair no chão e rolar para longe — e se contorce com languidez, arqueando a coluna, exalando a confiança presunçosa de quem sabe que sofre de um jeito bonito.
(Em algum lugar, Amidrie com certeza está sorrindo, puto, melodramático e vitorioso.)
O gesto floreado tem o efeito pretendido — Luar é um bardo habilidoso — e Malaquir estreita os olhos, reconsiderando a situação.
O menor dos sorrisos satisfeitos acaba se insinuando pelo canto de seus lábios, e Luar geme em resposta.
Mais tarde, em retrospectiva, ele vai jurar para si mesmo que o som foi calculado.
Malaquir cai sobre Luar com toda a sua gloriosa materialidade, virando-o no sofá e cobrindo todo seu corpo, e Luar grita quando seu pau ainda parcialmente duro roça no tecido outonal sob si. O som parece terminar de destruir a compostura de Malaquir, que morde seu pescoço sem piedade e o aperta por toda parte — com apenas duas mãos, sim, mas mãos fortes, poderosas, elegantes…
Afiadas.
Luar não consegue vê-las, não com a lateral de seu rosto pressionada contra a almofada, mas pode senti-las: garras.
Que não estavam ali antes.
O que restava de sua compostura se junta à de Malaquir em alguma dimensão distante, e ele se contorce e se esfrega contra o corpo maior acima do seu como um animal possuído. A mordida se aprofunda e Luar teme por sua vida, contente e delirante.
Ele sente mais do que vê Malaquir se despir sem soltá-lo, benditas sejam suas misteriosas roupas arcaicas, e o calor inclemente de sua pele é divino e monstruoso, tal qual a maldita rola que Luar sente deslizar entre suas nádegas — um pau já não tão ordinário, preocupantemente maior, com sua maravilhosa textura de cordilheira prometendo sensações que enchem Luar de uma coragem insensata.
Um dedo circula sua entrada, a ponta afiada de uma unha poupando-a por muito pouco, e se Malaquir decidisse rasgá-lo, nesse estado, talvez Luar nem protestasse. Por sorte, não é isso que o arquimago faz — os círculos são intencionais, precisos, formigantes, Malaquir está conjurando a porra de um feitiço em seu cu, é ridículo e degradante e faz Luar rir histericamente de puro constrangimento.
Ele se sente excitado, molhado e prontíssimo, mas, para ser justo, ele já estava se sentindo assim há algum tempo, mesmo que não fosse bem verdade.
Malaquir encosta a cabeça generosa e úmida de seu pau na entrada ávida entre as pernas de Luar, e é demais, seu coração salta de medo, desconfiado do preparo meramente mágico a despeito da disposição irracional de seu guardião. A ideia de tantos dedos percorreu sua pele, e ainda assim nenhum deles o preparou. Isso não pode ser uma boa ideia, pode?
Claro que pode, mas Luar quer ver a fera a quem está confiando seu rabo.
Ele tenta se virar, um pouco desesperado, mas o Arquimago do Outono o imobiliza no lugar com braços de aço, implacável.
— Não, não, meu querido, só te restaram duas opções: empinar essa bunda e tomar no cu gostoso ou ir embora de pau duro. Nem pense em se virar.
Luar se arrepia, vitorioso: o quanto ele sonhou com uma versão suja da boca desse homem!
— Eu não… Não pensei.
— Ahã, claro que não.
Malaquir não se move, mas lambe o pescoço de Luar da base até a orelha, paciente.
— Aquele rei filho da puta foi privilegiado até o último segundo da vida dele, né? — Luar deixa escapar.
Ele visualiza com clareza o enorme sorriso de dentes pontiagudos que se abre contra sua pele.
— Não sei do que você está falando, meu poeta. Devaneios líricos, sem dúvida. E aí, qual vai ser?
— Me enraba logo — Luar rebate, ríspido, emendando a última sílaba com um uivo quando Malaquir o obedece sem hesitar.
A maior parte da ereção descomunal desliza para dentro dele sem dificuldade, exigindo espaço, expandindo suas entranhas, provocando sua entrada hipersensível com cada delicioso e inexplicável cume ao longo de sua extensão.
Luar não se parte ao meio, então é um bom feitiço.
Vantagens de dar para um arquimago, Luar supõe.
Malaquir ergue o próprio tronco, mantendo Luar no lugar com uma mão — pata? — sobre sua nuca, assumindo um ritmo lento e inexorável, resumindo o universo de Luar a uma pica fantástica de quiçá-dragão.
Por um instante, o Cronista das Sombras realmente acreditou que escaparia dessa torre com sua dignidade intacta.
Agora, ele está arruinando o sofá bonito de seu anfitrião com porra, saliva e suor enquanto é arruinado em retorno.
Malaquir só precisa de algumas estocadas pacientes para penetrá-lo por completo, e o relevo improvável de sua curvatura pressiona a próstata de Luar de todos os jeitos certos. Com a bunda empinada desse jeito, seu pau comparativamente insignificante não encontra sequer o alívio do roçar do tecido caro sob si, e Luar se pega choramingando, inconsolável.
— O que foi? Não era o que você queria?
— M-mais…
— Mais? — Malaquir gargalha, convencido e insuportável. — Sua hubris não tem fim, bardo?
— Me toca, idiota — Luar rosna, inconsequente.
Dessa vez, a risada de Malaquir é muito mais baixa e perigosa.
— Por quê? Eu já sei que você consegue gozar com muito menos.
E para provar seu ponto, o Arquimago do Outono acelera seu ritmo apenas o suficiente para Luar saber que vai gozar a qualquer momento.
— Não, não, não, não, por favor, por favor.
E que não digam que Malaquir não é nada se não magnânimo, porque ele puxa o cronista para si, abraçando-o por trás, ao mesmo tempo em que envolve o pau de Luar com sua destreza devastadora — bem a tempo de derrubá-lo mais uma vez com apenas uma, duas, três estocadas.
Dessa vez sim, Luar sente a realidade explodir — e seguir existindo assim mesmo, inabalável, porque o arquimago aparentemente vai continuar a usá-lo até estar satisfeito.
Luar não protesta, muito pelo contrário — segue gemendo, desfeito, torcendo para que Malaquir compartilhe ao menos uma pequena fração de sua própria loucura.
Pela forma como ondula seu corpo, parece provável que ele compartilhe. Garras arranham a cintura e o peito de Luar, deixando rastros quentes em sua passagem, e a respiração ofegante de Malaquir em seus ouvidos é música sombria.
A noção de tempo se desfaz.
É terrível e delicioso, como estar à deriva em um rio violento.
Quando ele goza fundo em Luar e desaba sobre seu corpo, é quente no limiar do aceitável, como tudo nessa experiência tresloucada.
Talvez o próximo trabalho de Luar não seja no palácio.
Talvez ele nunca mais trabalhe, na verdade. Algo sem dúvida se arruinou.
Se sua reputação ou se sua capacidade de sentar, ainda é difícil ter certeza.
Braços fortes — mas não de aço — o envolvem, virando-no de frente enquanto Malaquir se acomoda ao seu lado no sofá. Uma mão gentil — perfeitamente humana, sem garras — acaricia seu rosto, dança por seu tronco, gesticulando com delicadeza a sujeira para longe. É agradável e só um pouco frustrante — Luar sente falta da degradação e do monstro, mas gosta demais do cuidado e do homem ao seu lado para reclamar.
Malaquir grunhe, soando desconfortável pela primeira vez, e murmura em seu ouvido:
— Já estou velho demais para foder no sofá, Cronista das Sombras. Na sua próxima visita serei obrigado a apresentá-lo a uma ala com mais camas.
Próxima visita.
A voz está perto demais, o gesto é íntimo demais. Luar acabou de ser virado do avesso e percebe que, se pudesse, imploraria por mais. Seu pau dá um salto do qual ele não se orgulha, não quando a fala provocativa afronta mais seu intelecto do que seu corpo. A pergunta escapa, indignada:
— Quão velho demais, exatamente, Malaquir?
Silêncio.
— Por tudo que é mais profano, você é ou não é um dragão?
A gargalhada do arquimago, ribombando pelas paredes como se sua torre fosse a caixa toráxica de uma criatura ancestral, não diz nem que sim nem que não. Mesmo assim, ele rebate:
— Diga-me, caro amigo, com honestidade: que diferença faz para você? Se eu for um mago capaz de me tornar um dragão, ou um dragão capaz de me tornar um mago, como isso é relevante para a sua pequena perspectiva mortal?
Luar começa a protestar, ofendidíssimo, apenas para ter sua boca invadida pela língua faminta de Malaquir — no mesmo instante em que uma certa joia retorna magicamente para seu dedo.
O beijo destrói sua coerência e sua raiva.
Ao longe, Amidrie fecha os dedos ao redor de sua garganta.
— Você pode trazer seu bailarino atrevido semana que vem.
Luar vai só calar a boca e aceitar que está com sorte.
Olá, Velozes e Safades! Espero que tenham se divertido neste breve passeio pela Torre Auríflua. Eu com certeza me diverti escrevendo!
Participar da kinktona foi uma honra e um prazer. Muito obrigado pelo convite e pela confiança, Kodinha. <3
No momento, o pequeno universo do nosso (fodido) Cronista das Sombras existe apenas para este conto, mas encasquetei o suficiente com os personagens pra dizer: quem sabe um dia? Se acontecer, vocês viram primeiro aqui. ;)
Para mais universos fantásticos pouco ortodoxos, confiram meu trabalho na Maré Geek. Para mais fantasia que descamba em putaria, fiquem de olho em Cedro, Guaco e Cantarelo. (Finalmente está no forno! Desse ano não passa!! Poliamor de gnomo já!!! <3)
Com amor,
Leia todos os textos da kinktona!
E se você leu até aqui, essa é a sexta rapidinha de DEZ com autores convidados que virão nas próximas semanas. Fica por aqui, manda pra amigues, divulga nas redes sociais e me ajuda a levar esse projeto mais longe ❤️
É isso! Um xêro e um queijo,
Kodinha
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