#7 - Disque-punheta - Kinktona - Lacie

passo a passo de punheta

Olá querides safades, tudo bom?

Bora que bora que hoje tem mais kinktona, a maratona kink do Só uma rapidinha! Até o dia 04 de dezembro teremos textos novos por aqui toda semana, cada um de uma pessoa convidada diferente, e todos muito queer e kink!

Quem escreve pra vocês hoje é a Lacie!

Apresentação

Lacie (ela/dela) — twitter, instagram, tiktok, bluesky — é escritora de Salvador - BA e é apaixonada por dramas gays. Suas histórias passeiam pelo triste e pelo dolorido e entregam lágrimas e putaria na dose certa! Os personagens desse conto fazem parte do Lacieverso e são os protagonistas de “Sincronicidade”, uma webnovel sobre um rapaz que é destinado a matar o homem que ama — do contrário, todo o universo perecerá.

Tô bastante feliz de recebê-la por aqui e queria dizer que essa é uma temática que eu gosto muito e espero que vocês gostem também!

Lembrem-se de conferir a lista de aviso de conteúdo logo no começo do texto e se mantenham segures! Bora?

Se quiser contribuir com o trabalho da Lacie, considere doar qualquer valor para [email protected] para a ajudar a continuar contando histórias.

Aviso de conteúdo

exibicionismo, guidance, eles acabaram de se conhecer, punheta guiada, fast burn 

Disque-punheta

A universidade pública era completamente diferente daquela escola minúscula de interior que um dia Amin frequentou. Sempre soube que tinha boas chances no vestibular porque Ehre, seu irmão, sempre conseguiu prover a casa e não deixava Amin trabalhar para ajudar a complementar a renda, dizendo que ele deveria sempre se esforçar para conseguir um futuro melhor. Não queria dizer que os dois não passaram dificuldades, mas com o irmão trabalhando na prefeitura e sendo o crush da filha do prefeito, eles tinham algumas regalias. Uma delas foi conseguir acomodações para prestar o ENEM na capital, e agora, meses depois, Amin conquistara com afinco uma vaga para a Licenciatura em Letras na UFBA. Infelizmente a logística de se mudar para a capital era outra história. Ehre não conseguiria largar seu trabalho, mas com alguma ajuda, eles conseguiram um quarto livre em um pensionato próximo à faculdade, com o detalhe de que deveria compartilhar o quarto.

Sasha, um rapaz alto e forte, não era o tipo de companhia que Amin estava esperando, mas também não era das piores. Eles conviviam bem no quarto, e a casa tinha uma sala em conjunto com uma pequena cozinha que eles podiam utilizar. Sasha era uma pessoa bastante carismática e fazia questão de dividir a comida que fazia, mesmo sabendo que Amin não tinha tanto dinheiro para contribuir. Era uma pessoa pacífica, mas o problema de fato...

Era Leia. Vulgo a namorada de Sasha, uma menina que ele conhecera na faculdade, mas tinha um histórico completamente diferente dos dois. Ela era de uma família abastada e fazia questão de dizer isso e sempre pedir comida para as duas, além de sempre oferecer alugar um apartamento para as duas. Sasha sempre negava com um sorriso, mas, de vez em quando, Amin se perguntava se seria bom caso ele finalmente aceitasse. Assim, ele pararia de receber encomendas e encomendas em nome do outro de binders, coleiras e outros itens que ele temia nem saber o nome, apenas a função...

E certamente, os dois faziam muito proveito dessas funções.

No começo, era apenas durante os finais de semana, mas conforme o relacionamento dos dois avançou, Leia costumava aparecer mais e mais na pensão. Como dividiam o quarto, Sasha pedia para Amin esperar na sala. O problema para ele não era esperar do lado de fora, mas sim os barulhos. Leia gemia alto, e Amin não tinha dinheiro para fones abafadores de ruído. Sem falar que, quando o cansaço o abatia, ele queria descansar na cama, e não em um sofá mequetrefe de mais de trinta anos. Ele sabia que poderia reclamar com a dona do pensionato, que vinha uma vez pela semana deixar recomendações e obrigações, além de levar o pagamento, mas Amin não queria forçar uma situação complicada. Por isso, começou o hábito de estudar pela biblioteca da faculdade, e voltar a pé para o pensionato, uma caminhada de uns quinze minutos durante a noite. Amin agradecia por ser homem, porque a situação acabava sendo mais tranquila para ele. Não era totalmente seguro, mas ninguém mexera com ele até então.

Um dia em particular, no meio do semestre, ele voltou para a pensão e ao ouvir os barulhos em seu quarto, suspirou. Deixou suas coisas em cima da mesa, e, apesar de não se sentir tão cansado, ele não queria estudar. Pegou sua chave e deixou a mochila em cima do sofá, assim como o celular. Uma coisa que ele queria fazer há algum tempo, desde que se mudou, era ir para a praia, que ficava a poucos metros do pensionato. Não pretendia se molhar, mas ao menos poderia apreciar o pôr-do-sol e espairecer um pouco a cabeça.

A caminhada foi lenta enquanto ele observava o passar de carros e pessoas entrando em farmácias e mercadinhos para realizar as compras do dia e retornar para suas casas. Amin sorriu, sentindo enfim a brisa marítima em seu rosto. Ele gostava muito da cidade onde nascera, mas havia algo no mar que o atraía... como se seu próprio ser pertencesse às águas. Seu irmão brincava que ele era filho de Yemanjá, mas Amin não sabia o quanto isso era verdade. De qualquer forma, ao chegar na passarela, seus passos o levaram a descer as escadas e experimentar a areia fofa da praia. Ele tirou suas havaianas, afinal, queria ter a experiência por completo. Pelo movimento, a maré estava enchendo, e havia algumas poucas pessoas aproveitando o que restava do sol naquele dia de outono. Ele aconchegou-se em uma das pedras, mergulhando os pés na água que vinha e voltava, e fechou os olhos. Sentiu sua energia se repor, como se tudo que ele precisasse no momento era de uma pequena conexão com a natureza. Claro que tinha as preocupações mundanas: as notas da faculdade, se o irmão não estava sendo assediado pela filha do prefeito, se ele conseguiria voltar para casa no São João... eram inúmeras, mas naquele momento, nada importava.

— Oi? Você tá bem?

Sua meditação foi atrapalhada por uma voz e Amin voltou a abrir os olhos. Quase imediatamente achou que estava sonhando, porque a pessoa à sua frente só poderia ter saído de um romance de banca.

Ele era um homem alto, com os cabelos dourados presos em um rabo de cavalo baixo, e olhos azuis faiscantes, contrastando com a herança dos pais indianos, que o agraciaram com uma tez marrom escura e olhos castanhos avermelhados. A roupa de Neoprene dele estava aberta e pendurada ao redor da cintura, deixando seus braços e torso livres, e Amin teve de fazer muita força para não encarar o peito musculoso do rapaz, e sim seu rosto, que estava cheio de preocupação. Nas mãos, ele carregava uma prancha, e Amin adivinhou se tratar de um dos surfistas que vira mais cedo nadando entre as ondas. Ele estava próximo demais de si, a pele levemente bronzeada e com o cheiro de mar...

— Uh? — Ele se amaldiçoou no momento que sua própria resposta atingiu seus ouvidos. Pelo amor de Deus, ele era um estudante de Letras, mas todas as palavras lhe falhavam agora.

— Você tá bem? Cê tá parado aí a um tempão, meus amigos falaram que tu tava chapado ou passando mal.

— Nenhum dos dois — Amin respondeu, ríspido. — Estava apenas aproveitando o mar.

— Ah, que pena. Já ia pedir um pouco.

Amin achou que o estranho já iria embora, mas ao contrário do que esperava, ele se sentou ao seu lado no coral, sorrindo. Sentiu seu coração falhar uma batida. Havia algo no olhar do outro que o atraía, enquanto ele tentava com muita força prestar atenção ao seu rosto e não ao modo como as gotas de água desciam por sua clavícula...

— Mausi.

— Que... — Amin foi mais uma vez eloquente.

— Meu nome é Mausi. E o seu?

— Ah... Amin.

— Amin, eu nunca te vi por aqui. É novo na cidade?

— Sim, vim do interior para estudar na UFBA.

— Sabia. Eu nunca teria esquecido seu rosto se já o tivesse visto nas baladas lá do Red River.

Sentiu suas bochechas corarem. Era isso mesmo que estava acontecendo? Um surfista bonitão dando em cima dele? Não era como se Amin fizesse distinção de gênero ao se atrair, mas nunca chegara a fazer nada com ninguém. Agora tinha a tentação de todos os seus desejos mais íntimos em forma de gente e aparentemente interessado em si. Droga, o que ele deveria fazer? Não sabia como flertar, e parecia patético aos seus próprios olhos. Sem falar que estava com uma bermuda e camisa qualquer, que disfarçavam a barriga que nunca viu exercícios ou trabalho pesado na vida.

— Você estuda o quê?

— Hm... Letras. Licenciatura.

— Tem cara mesmo disso. E eu?

— Hu?

— Qual você acha que é o meu curso?

Amin sorriu um pouco. A situação era completamente surreal.

— Não saberia dizer. Mal sei seu nome.

— Mausi, eu falei. Tenho vinte e três anos. Moro na Vitória, estudo Administração. Gosto de vir aqui na praia de Ondina tanto quanto possível pra nadar ou andar. E agora, eu gostaria muito de ter um encontro contigo, porque eu sei um tesouro quando vejo um. E aí, topa?

Se Amin antes estava envergonhado, agora ele decididamente queria morrer. Colocou as mãos no rosto para tentar esconder o rosto rubro, mas ao roubar um olhar para Mausi, sabia que o outro estava completamente entregue, e não era uma pegadinha.

— Eu... Eu só não... o que fazer. Eu... Eu nunca namorei — confessou numa voz baixa.

Achou que Mausi fosse rir, mas ele apenas ofereceu uma mão em sua direção, dizendo:

— Não se preocupe. Nós temos todo o tempo do mundo.

Talvez não fosse tão ruim assim. Amin segurou em sua mão, apertando-a com força, sentindo as gotas de mar entre os deles, o calor entre eles aumentando.

— Posso lhe comprar um lanche? Tem uma lanchonete que curto aqui.

— Desculpe... eu esqueci a carteira no pensionato. Sem falar que a grana tá curta... — admitiu, sem olhar para ele.

— Tudo bem. Podemos deixar para outro dia, mas... Posso levar você em casa?

Amin corou ainda mais. Mas o dia já morria, e, francamente, era tão ruim assim? Ele era jovem e tinha um rapaz interessado nele. Não era o suficiente? Ele assentiu e os dois se levantaram. Mausi o guiou até o grupo de amigos dele, que se apresentaram, mas Amin não conseguiu prestar atenção. Estava com os batimentos do coração nos ouvido e quase teve uma parada cardíaca quando Mausi tirou a roupa de Neoprene e ficou apenas de sunga no meio da praia. Os dois foram até o carro de um dos seus amigos deixar a prancha e suas outras coisas de praia.

— Eu já volto. Vou deixá-lo em casa.

— Ê... tá namorando, Mausi?

Ele apenas sorriu para o amigo e segurou  a mão de Amin  mais uma vez. Os pensamentos de Amin estavam voando em todas as direções.

— E aí, você tá gostando de Salvador? — Mausi puxou assunto.

— Sim. Gosto do mar... e conheci pessoas legais.

— Eu sou uma delas?

Amin quase morreu ao se engasgar com a saliva, ao passo que Mausi ria. Por fim, Amin limitou-se a dizer:

— Eu acho que sim. Eu só... — ele hesitou por um momento. — Eu não sei como te dizer isso, mas eu nunca tive algo assim.

— Assim como?

Amin fez menção às mãos dele.

— Ah, tu é virgem?

Pela terceira ou quarta vez naquele dia ele pediu à terra que o engolisse, para ver se ele suportava a vergonha. Apenas assentiu, e os dois caminharam em silêncio chegando à entrada do pensionato.

— Se quiser, eu te ensino os macete. Amin... —- Mausi parou a sua frente, o olhar sério e decidido. — Eu não sou de fazer isso, sabe, de sair dando em cima de qualquer um. É só que eu tive a impressão que se eu te deixasse ir, não ia mais te ver, e isso não quero. Eu realmente gostei de ti.

— Mausi...

— Então eu não me importo de esperar, ou de te ensinar coisa. Sou paciente. Sei lá, eu só quero você. Então, por favor, dê uma chance pra isso.

Amin assentiu. Mausi sorriu, e aquilo o fez sorrir também. Os dois aproximaram os rostos e, ao ser beijado, Amin pensou que sim, era aquilo que faltava na sua vida. Podia não dar certo, podia ser que terminasse mal... mas o que importava era que tinha começado bem pra caralho.

O beijo tinha gosto de mar e ele, além do mesmo cheiro, tinha uma aura parecida... um leve perfume de lavandas. Sentiu a língua dele tocar seu lábio e timidamente abriu a boca, permitindo sua passagem, e sentiu ele explorando seu interior. Suas mãos foram para os cabelos curtos de Amin, enquanto as de Amin exploravam o peito bronzeado e forte. E... droga, ele era muito gostoso mesmo. Estava quase convidando o outro para entrar quando ouviu um barulho de grito vindo da pensão, e os dois se separaram.

— Tá tudo ok?

— Acho que a dona veio pra cá.... — Amin suspirou.

— Fica ruim pra você se eu ficar?

— Acho que sim, mas eu quero te ver de novo. — Amin puxou ele para mais um beijo rápido.

— Hehehe. Anota meu telefone então, por favor.

Amin abriu a porta para conferir lá dentro, e, aparentemente, a confusão vinha de um dos quartos. Voltou para fora e avistou Mausi próximo ainda. Eles trocaram telefone e mais um beijo antes de se separarem.

— Vamo marcar um dia de sair. — Mausi convidou. — Cê não foge de mim não, viu.

— Não pretendo.

Seus pensamentos estavam completamente perturbados, mas ao entrar de novo, Amin percebeu sobre o que era a confusão. Aparentemente era Sasha brigando com a dona do pensionato, que tinha pegado os dois em uma situação comprometedora. E agora Sasha estava fazendo as malas, enquanto Leia, nervosa, chamava um uber.

— Eu vou ficar bem, Amin — Sasha tentou tranquilizá-lo. — A gente resolve isso depois.

— Qualquer coisa, eu tô aqui, viu?

— Sei. De boas, fica bem.

E os dois partiram, deixando Amin com seus pensamentos. Ele voltou para o quarto, que ainda tinha algumas coisas de Sasha, e Amin prometeu que iria guardá-las até que o outro voltasse para pegar. Tomou um banho, para então se deitar na cama de solteiro.

O sono não viria com facilidade, ele percebeu ao zapear pelo telefone até às uma da manhã. A situação com Sasha era um problema, mas era nos lábios de Mausi que seus pensamentos se concentravam, e ele já se sentia meio duro entre as pernas. Droga, queria ter feito mais coisas com ele, mas entendia que eles ainda tinham bastante tempo. Era apenas o início. Era...

Ele voltou para o aplicativo de mensagens onde os dois conversaram mais cedo e encarou a foto de perfil dele. Lógico, era uma sem camisa. Ele suspirou, sentindo seu membro acordar mais ainda. Deslizou o dedo pela foto... Droga, ele ficava muito bem assim...

E aí a chamada se completou.

— Alô? — Ouviu a voz do outro perguntar, um pouco grogue. — Amin?

— Merda — xingou. — Desculpa, Mausi, eu só...

— Tava com tanta saudade assim? — ele brincou.

— Sim, mas... Não pretendia te acordar. Desculpa. Vou desligar...

— Que nada, eu demorei a dormir também. Desliga não, quero ouvir tua voz até dormir.

Amin se sentiu corar mais uma vez, mas a perspectiva era bastante agradável. E Mausi dissera que ele poderia ligar a qualquer hora...

— No fim, qual foi a confusão aí?

— Expulsaram meu colega de quarto porque a dona pegou ele transando com a namorada aqui, e aparentemente isso é proibido porque eles não são casados ainda. Toda uma treta. A namorada também abusa vindo aqui quase todo dia.

— E cê ficava de vela?

— Por isso fui pra praia hoje. Mas ainda bem que fui... por que conheci você.

— Ohh, tu é muito romântico.

— Cala a boca. Não é como se você tivesse esquecido.

— Claro que não. Mas agora estamos com espaços limitados para todos os modos que quero beijar você...

— Mausi.

— Castamente, claro. Posso esperar até nosso casamento.

Amin riu, mas o movimento no torso apenas o fez lembrar da sua ereção dolorosa entre as pernas. Ele queria ser beijado, queria ser tocado por Mausi....

— Mausi. Posso ser cara de pau?

— Pode, desde que não peça dinheiro emprestado.

— Eu tô muito duro lembrando do nosso beijo hoje — confessou.

Amin ouviu o rufar dos tecidos, enquanto o outro se posicionava melhor na cama.

— Porra, Amin. Puta que o pariu.

— Desculpe...

— Desculpe é o caralho, porque agora eu tô com as bola roxa. E não posso te comer.

Amin soltou uma risada.

— Não é você que disse que tínhamos tempo?

— Temos, mas caralho. Caralho... Tira uma foto?

Amin sentiu até os ombros corarem com aquela pergunta, mas se ele já tava no inferno, era melhor abraçar o capeta. Ajeitou-se na cama e tentou não pensar no irmão o julgando pelo que estava prestes a fazer. Abaixou a cueca e mostrou seu membro, que estava pulsante e corado, além de bastante duro. Tirou a foto, o flash ecoando pelo quarto, e mandou pelo aplicativo.

Mausi soltou um som quase inumano.

— Quero uma sua também — pediu.

— Caralho... Ok.

A foto demorou alguns segundos dos dados móveis para receber, mas quando viu os músculos definidos e a rola grande e grossa de Mausi, Amin quase sentiu chegar ao ápice. Ele respirou fundo.

— Amin... — Mausi o chamou. — Posso fazer algo? Pode ser esquisito, mas...

— O quê?

— Posso... te guiar? Cê falou que não sabia dessas coisas, mas eu curto ficar no comando, e gostaria muito de te ver gozar só com o que digo.

— Ah... — O que ele tinha a perder? — Ok.

— Se você quiser parar a qualquer momento, só falar.

— Mausi... por favor. O que você quer que eu faça?

— Hm... Primeiro, quero que tire essa cueca. Ela é bonitinha, mas cê não precisa dela agora.

Não preciso mesmo, Amin pensou. Deixando o celular cair para o lado, tirou o que restava da sua roupa e ficou completamente nu na cama. Ainda bem que Sasha foi expulso, porque não teria coragem de fazer essas coisas com ele no mesmo quarto.

— Agora... toque seu pau, devagar. Não pode gozar ainda. E seja lento.

— Mausi...

Ainda meio sem jeito, fez como o pedido, sentindo o alívio ao tocar o pau esquecido e rígido. Bombear lentamente trouxe aquela agonia gostosa que começou a se acumular em seu ventre. Estava filmando sua ereção — o que seu irmão pensaria disso, ele se questionou — e seus gemidos eram captados pela câmera do celular. Mausi não conseguia ver a expressão de Amin desse ângulo, mas sua tela mostrava a dele: seu rosto estava avermelhado e sua respiração estava visivelmente afetada, mas ele mantinha o olhar fixo no pau de Amin e um sorriso diabólico no rosto.

— Você gosta disso? — Sua voz era em um tom grave e ansioso. — Gosta de ser tocado? Porra, eu quero muito te tocar, sentir o gosto da tua pele.... Cê é muito gostoso, Amin. Eu quero que você toque seus mamilos, devagar, puxando-os porque sei que tu deve ser sensível pra um caralho...

— Mausi… — Suspirou contra o telefone.

Nunca se imaginara em tal situação. Era vergonhoso ouvir aquelas palavras, ao mesmo tempo que o fogo em seu interior se alimentava delas. Era a primeira vez que fazia algo do tipo, mas se fosse assim sempre com Mausi, ou ainda melhor, Amin estava certamente apreciando esse novo lado da vida. Ele passou os dedos por um de seus mamilos, sentindo-o duro e sensível, e imaginou a boca de Mausi sugando e deixando marcas com os dentes. Ele seria malvado, e não o deixaria gozar? Ou o recompensaria por ser um bom menino que obedece às suas ordens?  

Puxou seu mamilo de leve, gemendo contra o telefone. A respiração entrecortada de Mausi provava que ele também estava bastante afetado. O comando veio novamente em uma voz de registro baixo, mas decidida.

— Tu tem KY?

— Tenho...

— Ora, que safadinho. — Amin riu um pouco. — Sabe usar?

— Sei sim. Isso você não precisa ensinar...

— Amin, pegue o pote então.

Demorou alguns segundos para se situar e ir em direção à mesinha de canto, de onde tirou o produto e espalhou por sua mão. Com habilidade, seus dedos já familiares com aquele caminho, sentiu o toque gelado contra sua entrada e enfiou dois dedos em si, sentindo o desconforto conhecido rapidamente se derreter em tesão. Seus gemidos já eram mais livres e ele queria um pouco de vingança também.

— Mausi, eu quero você. Quero você dentro de mim...

— Porra... Amin.... Não goze ainda. Eu quero ver você.

Um gemido de frustração escapou dos seus lábios. Ele ainda estava insatisfeito, porque os dedos não o preenchiam da forma que ele queria, sua entrada pulsava pedindo um contato mais íntimo. Repousou o celular entre as pernas, de modo que ficasse de pé com o soquete atrás, com o ângulo voltado para seu pau e sua bunda. Com uma mão explorava mais o seu interior, enquanto a outra ainda lentamente bombeava seu pau, que estava vermelho e com a glande expelindo o pré-gozo. Amin não fazia ideia de que Mausi conseguia ver o seu rosto, mas imaginava que devia estar com uma expressão de uma grande vadia. Céus, isso é bom demais para ser verdade, pensou. 

— Porra, Amin, tu é muito gostoso. Seu cu tá engolindo seus dedos. E seu pau… Quero muito saber qual é o gosto dele.

Os olhos de Amin brilharam na escuridão, porque naquele momento se lhe oferecessem um portal de teletransporte para qualquer lugar, ele escolheria aparecer sentado naquele pau, e o mundo seria destruído antes que tirassem ele de cima de Mausi.

— Amin…

— Mausi, eu preciso gozar.

Na tela, Mausi sorriu. Que maldito sorriso.

— Você vai ser um bom menino e esperar mais um pouco.

— Mausi… Por favor…

— Paciência, Amin.

— Tenho nenhuma não, caralho.

A risada de Mausi ecoou de forma caquética pelo chiado do celular, mas claro que ele estava se divertindo. Não era ele com a necessidade de dar, de gozar naquele instante mesmo ou ele morreria. Ou algo assim. Não sabia mais diferenciar seu tesão de um ataque cardíaco.

— Pode ir mais devagar… Enfie mais um dedo dentro de você.

— Porra, Mausi.

— Sem boca suja, Sr. Amin. É uma chamada de respeito.

— Vai se foder. Melhor, venha me foder. Por favor.

— Tudo a seu tempo… — Amin queria socar aquele sorriso da cara dele, mas fez o que foi pedido. 

Meio sem jeito inseriu o terceiro dedo, sentindo ele alcançar aquele espaço tão precioso dentro de si. Seu pau deixou cair mais líquido em sua barriga, mas ainda manteve a mão nele calma e precisa, apesar de querer mandar tudo às favas. Sua boca oferecia gemidos, e mais uma vez agradeceu por Sasha não estar ali para ver aquilo.

— Amin… — Mausi disse, sôfrego. — Amin, eu quero te ver gozar. Goza pra mim. Eu deixo.

Como se tudo que precisasse fosse uma permissão, Amin aumentou a velocidade do vai e vem, e já não se reconhecia mais, apenas precisava de alívio. Quando o gozo veio, sentiu sua mente nublar, e apenas uma impressão ficou: de aquele fora o melhor orgasmo que tivera em vida. Seu esperma contrastava com a pele escura mesmo na noite iluminada apenas pelo celular, e ele jogou a cabeça para trás, tentando recuperar o fôlego. Após alguns segundos, pegou o celular de volta.

— Ainda tá aí? — perguntou brincando, mas com medo de que o outro tivesse ido embora. Tinha ficado tudo muito silencioso. — Mausi... — Nem sabia o que dizer, além de chamar pelo nome dele.

O outro parecia ainda mais perturbado que ele.

— Porra, foi a melhor foda da minha vida e nem meti em ti.

— Calma que temos todo o tempo do mundo — brincou.

— Calma porra nenhuma. Tô chamando o uber pra ti vir pra cá agora. E traga o KY...

— Mandão.

— O seu mandão. Agora venha logo, puta que o pariu.

Pensando que estava prestes a cometer a maior loucura de sua vida, Amin apenas se deixou descansar um pouco antes de arrumar a mochila com o material da faculdade e com uma muda de roupas. Talvez fosse apenas um caso, mas enquanto entrava no uber, pensava que agora tinha uma vida inteira pela frente, e ainda queria várias caminhadas na praia com Mausi... E quem sabe, o mesmo número de fodas.

Afinal, eles tinham todo tempo do mundo.

Olá, amoras! Aceitam um chá? Um biscoitinho doce?

Espero que vocês tenham curtido (hehe) este pequeno conto pertencente ao Lacieverso. Amin e Mausi moram na minha cabeça sem pagar aluguel há mais de vinte anos, e estou deliciada em finalmente trazê-los à tona.

Agradeço muito ao Koda pelo convite, este conto foi uma saída da zona de conforto hehehe. Primeira vez que ambiento uma história aqui em salvador city, foi ótimo revisitar espaços que fazem parte da minha história.

Amin e Mausi fazem parte do meu próximo projeto, Sincronicidade, que deverá sair em algum momento em 2025. Se você estiver ansioso, pode começar a leitura por Hortênsias, que é o primeiro romance do lacieverso, e pode ser lido gratuitamente em lacieverse.com. Tenho esperanças também de lançar o catarse do livro físico no primeiro semestre de 2025, vamos ver se o destino colabora…

Para mais notícias sobre o lacieverso, escrita ou simplesmente um lugar seguro para desabafar, recomendo meu canal do telegram! É aberto ao público!

Muito obrigada e espero que tenham aproveitado bastante, 

Lacie

Leia todos os textos da kinktona!

E se você leu até aqui, essa é a sétima rapidinha de DEZ com autores convidados que virão nas próximas semanas. Fica por aqui, manda pra amigues, divulga nas redes sociais e me ajuda a levar esse projeto mais longe ❤️ 

É isso! Um xêro e um queijo,

Kodinha

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