- Só uma rapidinha
- Posts
- #32 - Gozemos sempre de sua consolação - Só uma rapidinha
#32 - Gozemos sempre de sua consolação - Só uma rapidinha
A parte 2 da história de Padre Matheus!
É hoje que vamos todos de tobogã pro inferno!
De mãos dadas vamos todos sentar no colo do capeta e sorrir!
A segunda parte da história de Padre Matheus é, tal qual um velozes e furiosos, ainda mais herege e ainda mais gay. Como Deus quis, é claro. Se você ainda não leu a parte 1, leia aqui.
Aqui fechamos o caminho da profanação e do pecado, ao menos por agora. Não sei se voltarei a visitar Padre Matheus (não tenho planos, mas quem sabe?), mas certamente estou cada dia mais ciente de que não vou sossegar até ter textos hereges o suficiente para lançar um “Só uma rapidinha - Unholy Edition”. Tenho alguns temas com… (checa a lista) freiras e seminaristas, por enquanto. Aceitando indicações de mais temas para profanar o/
E já que estamos falando de profanação…
No ritmo da primeira rapidinha li um conto lançado pela autora Forlly que conheci recentemente no instagram e é beeem bom! Alguns detalhes textuais a parte, é uma história com um padre vampiro e uma devota querendo muito ser purificada por métodos nada convencionais. Para melhorar, a proposta é uma trilogia de contos/novelas e o segundo acabou de sair!
Você pode ler Purificai e Profanai na amazon, comprando ou pelo KU. Também recomendo seguir o instagram da autora, que sempre está postando conteúdos interessantes sobre seu processo, literatura erótica e vídeos sobre os livros.
Por último, mas não menos importante
Essa história saiu em formato de e-book! Com mais uma parte (que é maior que as duas primeiras juntas), revisada e BRILHANDO com uma capa maravilhosa. Confira sobre aqui.
Tudo isso dito, bora pecar?
Gozemos sempre de sua consolação
Padre Matheus sentiu o mundo girar e o corpo enfraquecer. Apoiou-se contra o balcão, temeroso de perder o equilíbrio e cair do banquinho. A cabeça estava latejando e aérea, seus sentidos sobrecarregados e em alerta. Subitamente tudo parecia meio fora de lugar, ou talvez tudo estivesse precisamente onde deveria estar. A textura do látex contra sua pele, da madeira contra a mão, o próprio chão sob os pés.
Mesmo que todo o seu mundo estivesse prestes a colapsar diante de si, não desviou os olhos de Thiago em momento algum. Sustentou o olhar, firme, ciente de que estava sendo analisado, preparado, devorado. A tensão que crescia dentro de Padre Matheus era como um milagre da multiplicação infernal, se alastrando, preenchendo-o por inteiro. Como? Quais as chances? Mais do que isso, por quê? Por que ali, por que com ele? As perguntas pulavam em sua mente conforme ele ficava mais e mais confuso, incrédulo e paralisado.
O olhar de Thiago era um ímã, envolvendo-o, seduzindo-o, quase um convite. Era como se não existisse ninguém naquele salão além de Padre Matheus. Nem mesmo sua cópia, de quatro no chão, a tão poucos metros do ex-seminarista, parecia provocar nele qualquer sentimento ou reação. Sua atenção estava inteira voltada para o Padre, fazendo-o se sentir importante, atiçando a ânsia que pousava em seu estômago.
Os lábios de Thiago se moveram, mas Padre Matheus não escutou as palavras. Naquela distância, era impossível compreender o que dizia, mas a cópia do Padre o entendeu perfeitamente e engatinhou devagar e sensualmente até Thiago, ainda de quatro. Parou entre as pernas dele e ficou de frente para o salão, as costas contra a cadeira. Sentou-se sobre os joelhos, apoiando a bunda sobre os calcanhares. Thiago sorriu, sem tirar os olhos de Padre Matheus, ainda medindo suas reações, e apoiou a mão esquerda sobre o ombro da cópia. Assim, desse ângulo, o homem de joelhos parecia um pupilo, um protegido, um apóstolo.
Um homem alto, sem camisa e usando uma gravata, se aproximou dos dois, de costas para o Padre. Thiago desviou o olhar para conversar com o desconhecido e Padre Matheus se sentiu desorientado por um segundo, como se tivesse sido abandonado por Deus em um calvário de sofrimento e tentação. Ele sentiu o suor escorrendo por dentro da máscara, deslizando pelo pescoço, o coração acelerado.
A dúvida começou a assombrar a mente do Padre, fazendo-o questionar suas escolhas, sua barganha, seus desejos e até a roupa que vestia. Queria arrancar cada peça de roupa, se despir dessa sua versão corrompida, ajoelhar-se implorando por perdão até a pele ficar em carne-viva, mas novamente Thiago silenciou seus pensamentos. Ou quase isso, porque não foi o aceno de cabeça do ex-seminarista que o tirou do transe de ansiedade e angústia e sim o que veio depois dele. O desconhecido abriu a braguilha da calça, exibindo o pau duro, médio, a ponta um pouco para cima e o Padre ficou quase incomodado de não conseguir devorar mais detalhes dessa distância. Thiago passou os dedos pela garganta da cópia de Padre Matheus, envolvendo seu pescoço. De joelhos, a cópia abriu a boca, a língua repousada nos dentes, pronta para receber a carne que lhe ofereciam. O desconhecido se aproximou e enfiou o pau inteiro entre os lábios vermelhos, a cópia devorando cada centímetro, faminta, sedenta. Thiago ainda o segurava pela garganta quando o outro homem começou a mover os quadris com força e violência, o prazer inegável da cópia visível à distância. Ela apertava os punhos sobre os joelhos, parecendo ansiosa para colocar as mãos em alguma coisa e desesperada de tesão como boquete. Os olhos de Thiago brilhavam, a expressão parecendo algo entre desejo e admiração. Era como se a cópia estivesse sendo fodida pela boca, e agradecendo cada minuto daquilo.
Padre Matheus sentiu a boca salivar, um gosto diferente escorrendo garganta adentro. Não era ele quem estava de joelhos levando estocadas na cara, mas ele reagia como se fosse. Cada pedaço de seu corpo estava arrepiado, sensível e descompensado. Thiago sorriu para ele, a mão livre fazendo um carinho sobre a máscara de látex do homem aos seus pés, e Padre Matheus sentiu tudo: o gosto do pré-gozo e a mão invisível acariciando sua cabeça. Sentiu a sombra de um homem que não estava na sua frente e a mandíbula doer. Sentiu o próprio pau torturantemente duro dentro de sua calça, implorando para ser tocado.
O homem falou algo e Thiago negou com a cabeça. A distância era, ao mesmo tempo, uma necessidade e uma agonia. Padre Matheus queria ouvir, sentir, tocar, se aproximar e se prostrar aos pés dele, mas não devia, de forma nenhuma. Segundos depois, o homem de pé começou a gemer cada vez mais alto, o som reverberando na mente do Padre, e então se afastou devagar, se masturbando até gozar no chão. Padre Matheus sentiu calafrios, aterrorizado e maravilhado. Mais dois homens se aproximaram antes que ele conseguisse compreender completamente o que acabara de assistir, os dois usando botas pesadas e shorts curtos, e já tinham os paus para fora. Cumprimentam Thiago com um beijo na mão e, sem cerimônia nenhuma, enfiaram seus paus ao mesmo tempo na boca da cópia, que os recebeu com a mesma avidez de antes. Foi algo desajeitado no começo, mas logo encontraram um bom ritmo, sem enfiar tudo de uma vez, não dando uma trégua ao homem de joelhos, que os devorava com entusiasmo. Padre Matheus instintivamente abriu os lábios, como se estivessem prestes a enfiar algo na boca dele também, e soltou um suspiro alto e longo, a cabeça levemente inclinada para trás.
Eles começaram a se revezar, um enfiando com força na boca da cópia e o outro mantendo o pau apoiado sobre o rosto dela, se masturbando e se exibindo. Era cada vez mais evidente que a cópia estava ali para ser usada, como um fiel a Thiago, como se fosse um instrumento de Deus. E parecia exultante com aquilo, como se todo o seu propósito fosse cumprir suas vontades, como se fosse o mais perfeito dos servos. Padre Matheus nem piscava, incapaz de desviar o olhar, se esforçando para decorar todos os detalhes, já ciente, de alguma forma, que aquilo representaria sua ruína e sua ascensão.
Os gemidos voltaram a dominar o cômodo, graves e roucos, e um por vez os homens se afastam e gozam aos pés da cópia. O chão estava visivelmente melado, mesmo à distância, e o rosto da cópia estava babado, escorrendo da boca até o queixo e pingando sobre o seu peito. A visão fez o pau do Padre se contrair e remexer na calça. Doía. Padre Matheus jamais admitiria, mas desejou em seu íntimo, naquele momento, que pudesse se levantar e se juntar a eles. Que pudesse se ajoelhar e receber homem após homem em seus lábios, sem desperdiçar uma gota do líquido precioso que derramavam. Mas tão logo o sentimento veio, ele o afastou, balançando a cabeça e desviando o olhar o suficiente para recobrar a razão.
Quando olhou para eles novamente, Padre Matheus viu Thiago se abaixar sobre a cópia e sussurrar algo em seu ouvido. A cópia imediatamente se moveu, voltando a ficar de quatro, mas agora invertendo a posição: apoiava o rosto sobre as coxas de Thiago, bem perto do volume que ainda era visível em sua cueca, e estava com a bunda empinada e virada para o salão. Thiago não poupou carinhos, passeando os dedos sobre a máscara, os ombros, as costas, cuidando e protegendo. Ocasionalmente levantava o olhar para Padre Matheus e abria um sorriso quando notava que ele ainda estava olhando, completamente hipnotizado. Não havia outra forma de descrever a situação senão como uma santa missa, uma consagração e profanação de si mesmo sobre o altar do Fantasia, perante a pessoa mais importante daquele salão, a que estava acima de todos, que tudo sabia, que tudo controlava, que tudo vigiava.
Padre Matheus não saberia dizer quanto tempo havia se passado com os três naquela mesma posição, porque o encarava com um brilho no olhar, sua devoção fervorosa não deixando mais nada além daquele momento em sua mente. Um homem de pele marrom escura e cabeça raspada se juntou a eles e cumprimentou Thiago com um beijo na bochecha. Com calma, desabotoou a calça da cópia e abaixou a parte de trás apenas o suficiente para exibir sua bunda. O Padre segurou a respiração, tenso, ansioso, desesperado, e seu corpo inteiro travou quando ele viu o homem colocando uma camisinha e um pouco de lubrificante antes de se inclinar por sobre a cópia e a penetrá-la.
O primeiro gemido que todos deram — o homem, a cópia, e, por Deus, Padre Matheus também — foi quase sincronizado. Thiago levantou o olhar como se soubesse que o Padre estava lentamente perdendo o que restava de sua razão, mesmo que não tivesse ouvido o suspiro abafado que ele dera.
Thiago abriu de novo seu sorriso tentador, exibindo um brilho diferente no olhar, mais atrevido, mais intenso, como se soubesse passado, presente e futuro, como se todo o roteiro daquela noite já tivesse sido escrito e ele estivesse apenas apreciando o seu desenrolar, se divertindo com suas criações. Era a única explicação para que os acontecimentos seguintes não tenham causado nem mesmo uma pontada de surpresa no homem, embora tenham destruído completamente qualquer resquício de pudor, sanidade e coerência que restassem em Padre Matheus.
Para o Padre, aquele momento durou uma vida inteira. Ele se viu suspenso, pela primeira vez em muito tempo um mero espectador de uma missa, e não a pessoa que a conduzia. Era mais estranho ainda porque ele tinha certeza de que aquilo era de alguma forma uma celebração em sua homenagem, todinha feita pensada em si, como se Deus tivesse subitamente o colocado no centro de todo o universo, seu filho mais precioso, sua criação mais maravilhosa.
Vários clientes da casa começaram a se aproximar da cena que se desenrolava, atraídos, curiosos, provocados e excitados. Thiago se tornara uma representação de Deus e eles, os fiéis, buscando-o em peregrinação. Cada um se envolveu com a cerimônia de uma forma diferente: um terceiro homem, usando uma máscara de coelho e um cordão de caveiras, começou a comer o careca que comia a cópia, um se aproximou masturbando o maior pau que o Padre já vira enquanto observava os três, um quinto, baixinho e completamente vestido, ajoelhou-se e logo alguém enfiou o pau em sua boca, e, em poucos minutos, a impressão era de que a casa inteira estava presente e de alguma forma envolvida com a cena, dando, chupando, comendo, se masturbando ou gozando. Todos ao redor, em uma sincronia, e Thiago no centro em sua cátedra, observando com um sorriso, acariciando a cabeça da cópia com zelo, fixando o olhar em Padre Matheus e depois observando os seus fiéis ao redor com uma satisfação palpável.
Padre Matheus não aguentava mais. Não era humanamente possível aguentar mais um segundo daquilo, seu corpo inteiro estava fora de seu controle, sua mente estava despedaçada, frágil, confusa, seus desejos não faziam mais sentido nenhum e fugiam de seu controlo, indo para direções perigosas que não teriam volta. Sua calça nunca pareceu tão apertada, tão desconfortável, o suor escorria pela sua pele como a água de um chuveiro, a máscara estava mais pregada no rosto do que o usual.
Àquela altura, não saberia mais dizer o que o impedia de se levantar e se juntar a eles, se era alguma mão divina ou a mais pura obediência — difícil dizer, naquele momento, se era a Deus ou a Thiago, ou se havia alguma diferença. O que Padre Matheus ainda sentia, por cima de toda a névoa confusa e de todo o tesão que latejava em si, era a obrigação de assistir, então ele observava sem pregar os olhos, vidrado.
Thiago era o começo e o fim de toda aquela orgia e a cópia de Padre Matheus o centro físico, com tudo se desenrolando ao seu redor. Apesar de todas as evidências, só agora Padre Matheus percebeu que de fato já fazia parte daquela cena. Podia não estar fisicamente envolvido, mas estava metaforicamente envolvido: ele era a razão, o verdadeiro motivo de tudo aquilo acontecer. Tudo era por ele, para ele. Eles eram como a santíssima trindade do inferno, heresia em sua pura forma, líquida, quente, urgente, cheia de calor e tesão.
Thiago levantou o rosto da cópia muito sutilmente, ainda sem parar seus carinhos e afagos, e sussurrou algo. O falso padre se moveu e endireitou o corpo, se desvencilhando do homem que o comia, e uma reação em cadeia obrigou todos os envolvidos a parar e observar, esperando, um súbito silêncio recaindo no lugar. O Mestre iria falar, então todos os seguidores paravam para o escutar.
— Mostre — Thiago falou, sua voz imperiosa ecoando no recinto.
Padre Matheus sentiu a respiração que já estava curta se descompensar ainda mais, o estômago gelado se revirando. A voz de Thiago era firme, intensa, e o Padre não sabia bem o que ele queria dizer, com quem exatamente falava, mas queria entender porque queria ser um bom fiel, queria agradar, queria mostrar, seja lá o que fosse. A cópia se ajoelhou e terminou de abrir a própria calça, descendo a cueca por completo e Thiago sorriu, observando-o enquanto ele exibia o pau duro. Ele subiu o olhar para Padre Matheus, mas seu sorriso se desfez ao encontrá-lo imóvel.
— Eu não gosto de pedir duas vezes.
Padre Matheus engoliu uma quantidade enorme de saliva. Sim, a ordem também era para ele. Um pedido direto, feito com olhos nos olhos, algo impossível de ignorar. Ele jamais poderia ignorar. Thiago queria vê-lo, queria ver o quanto estava sofrendo, mesmo sendo tão nítido sua condição, todo suado, se segurando para não cair do banco, tremendo, tonto, com o pau tão duro que doía tanto, tanto, tanto, que chegava a ser insuportável.
A sensação era a de que Padre Matheus descobrira uma nova figura maior do que si, um novo ser superior, fazendo-o se sentir exposto e observado, exatamente como Adão deve ter se sentido logo após comer da maçã proibida. Thiago era a maçã e Deus, o fruto proibido e a redenção, o pecado e a salvação. Padre Matheus se entregou sem pensar duas vezes, mordendo o fruto proibido e sentindo a seiva inundar sua garganta, a saliva escorrendo pelo canto da boca. Agora ele era um devoto irracional, pronto para ficar de joelhos pela serpente, pronto para se entregar para todos os conhecimentos do mundo que ela poderia oferecer.
Sem desviar o olhar, Padre Matheus levou os dedos até os botões de sua calça e Thiago pareceu tão satisfeito que o Padre quase acelerou ainda mais os movimentos só para vê-lo sorrindo, só para sentir sua aprovação. Se sentia obediente e satisfeito, arrebatado pelo êxtase que só conhecera na igreja antes. Jamais imaginou que aquilo seria possível. Terminou de abrir a calça, mexeu a cueca e seu pau se levantou de uma vez, duro, se apoiando contra a barriga, e sensação da cabeça melada gelada contra sua pele era apenas um dos muitos sinais de seu desespero. Padre Matheus se sentiu usado, e, claro, estava terrivelmente pronto para obedecer. Não ousou olhar para baixo, com medo do que a visão de si mesmo naquela situação causaria.
— Se toque. — Thiago continuou. — E não pare até eu mandar.
Ele falou tudo isso olhando para a cópia, mas levantou o olhar para o Padre logo em seguida. Padre Matheus hesitou, sem desviar o olhar. O temor queimava ao redor da sua garganta como um lembrete, mas o restante de seu corpo estremecia em um misto de medo e excitação.
A obediência falou mais alto, é claro, e Padre Matheus fechou os dedos ao redor do próprio pau, mesmo nervoso, mesmo ciente de que estava passando por cima de tudo que acreditava, sabendo que a sensação seria totalmente diferente de tudo que já fizera na vida. O sorriso de Thiago sumiu por um segundo, se desfazendo numa mordida de lábios terrivelmente sexy, e Padre Matheus quase gozou instantaneamente. Estar sob o olhar de Thiago era o mais puro desespero.
Parecendo satisfeito, Thiago permitiu que a orgia continuasse ao seu redor. O som de gemidos, líquidos e peles se chocando era uma crescente, e Padre Matheus começou a mover a mão devagar primeiro, deixando o prazer que ele já sentia aumentar mais, se espalhar pelo seu corpo, tensionando seus músculos. Estava sensível e molhado, a cabeça úmida e melada da penitência que pagara até chegar ali. Era bom, terrivelmente bom, insanamente bom, e Padre Matheus precisou segurar seus gemidos, mordendo os lábios, tão envergonhado, tão exposto.
Era mais do que o ato de se mostrar, era também a sensação de que estava sendo visto. Alguns dos rostos se viraram para ele e o observavam, devorando-o, tomando cada detalhe da cena: ele com as pernas abertas no banco, uma das mãos tocando a si mesmo enquanto a outra apertava a lateral do banco tão forte que doía, o colar clerical ao redor de seu pescoço como uma coleira. Alguns dos curiosos tentaram se aproximar, mas outras mãos, igualmente desconhecidas, os repreenderam e apontaram para o Thiago. Ele era o centro de tudo, o Orquestrador, o próprio Criador, e Padre Matheus sabia que cada subir e descer de sua mão era única e exclusivamente para Thiago, em devoção, louvor e agonia.
Padre Matheus não tinha mais forças para resistir. Deixou os gemidos saírem roucos, altos e intensos, seu peitoral estava vermelho, queimando em puro fogo, o suor já se acumulava no cós da calça, sua mão estava inteira lambuzada, as pernas arreganhadas, o quadril se movendo no ritmo da mão, buscando mais, querendo mais, implorando por mais. Ele não tinha mais nada a perder, nada a esconder. Estava tudo ali, visceral e exposto, sua alma uma oferenda.
Como se soubesse que as últimas amarras tinham se desfeito dentro do Padre, parecendo certo de que agora sim Matheus estava verdadeiramente entregue, Thiago se levantou. Enrolou a coleira da cópia em uma das mãos, pegou sua bengala e começou a procissão na direção de Padre Matheus. A cópia o acompanhou de quatro, o pau deixando uma trilha de gozo no chão. Todos abriram caminho para eles, deixando-os passar, e Padre Matheus lentamente diminuiu os movimentos da mão até parar quando Thiago chegou perto.
A cópia se ajoelhou bem à frente de Padre Matheus, os olhos castanhos o encarando de dentro da máscara. Ele não se demorou olhando para o homem aos seus pés e subiu o olhar para Thiago. Sua expressão era amável quando ele se aproximou com cautela. Esticou os dedos e tocou o rosto de Padre Matheus com tanta calma, tanto carinho, que o fez se sentir tão sortudo, escolhido, amado. Ele viu Thiago abrir a boca para falar algo, mas foram interrompidos quando quatro seguranças os rodearam, apontando para a pulseira que Padre Matheus carregava no pulso.
Thiago afastou os dedos, mas não se deu ao trabalho de olhar para os seguranças.
— O que você quer? Diga a eles o que você quer.
Toda sua atenção estava em Padre Matheus agora, os seguranças não importavam, as outras pessoas não importavam, nenhum outro ser humano naquele momento parecia ser mais importante para Thiago do que o Padre. Padre Matheus se sentia diante de um confessionário, sendo obrigado pela primeira vez a admitir em voz alta seus desejos, como se estivesse se confessando diante de toda a igreja suas vontades mais profundas. Seu coração estava acelerado, mas não havia mais volta. Nunca houve como voltar atrás.
Respirando fundo, ele levantou o braço, bem à vista dos seguranças e de todos os presentes, e rasgou a pulseira, deixando-a cair. Com ela ruía seu mundo, o chão sob os seus pés, todas as suas certezas. Só então os seguranças se afastaram, dando mais espaço para os dois e relaxando a postura.
Thiago se aproximou de novo, uma pulseira verde em suas mãos, e a colocou ao redor do pulso nu de Padre Matheus, sem encostar em sua pele. Seu rosto estava tão perto que sua voz saiu sussurrada:
— A partir de agora você só irá ser tocado com consentimento. Terá que abrir a boca e pedir toda vez que quiser alguma coisa. Então vamos, peça.
Padre Matheus não era capaz. Não era possível que a situação piorasse e piorasse e piorasse de novo e de novo, não era possível que mexesse mais e mais com ele, que o destruísse ainda mais toda vez que achava que não restava mais nada para ser destruído. Sentiu lágrimas finas escorrerem por sua bochecha, deslizando pelo lado de fora da máscara, não conseguindo mais conter toda a explosão de sentimentos que o inundava como um dilúvio. Deus o estava purificando, a profanação uma libertação.
— Vamos! Diga o que você quer. Diga! — Thiago aumentou o tom de voz, parecendo irritado com a dificuldade do Padre em obedecer e pedir, abrir a boca e falar. — Diga o que você quer, diga em voz alta!
— ME TOCA! — Padre Matheus não pretendia, mas estava tão angustiado com os gritos de Thiago que gritou de volta. E então chorou mais, tremendo, e gritou de novo e de novo: — Me toca, por favor, só me toca. Por favor! Tenha misericórdia de mim, por favor. Misericórdia.
Thiago beijou a testa do Padre, parecendo muito satisfeito com a explosão de sentimentos dele, e deslizou os dedos por cima da máscara, limpando as lágrimas. Com calma, apoiado na bengala, se moveu para trás do Padre, o rosto próximo de sua nuca. Manteve os dedos acariciando o pescoço e os ombros dele, lentos e tortuosos, seus dedos macios causando uma sensação elétrica e desesperadora, e sussurrou em seu ouvido:
— Goze nele. — Seu olhar se moveu brevemente para a cópia ajoelhada na frente deles. — Na boca, na cara, no peito, onde você quiser e conseguir. Goze nele como você quer que eu goze em você. Abençoe-o com seu líquido mais sagrado, se toque até explodir. Estou aqui e quero ver você explodir. Quero te ver gozar.
Os sussurros, na verdade, não pararam. Thiago continuou incentivando e provocando enquanto Padre Matheus voltou a se tocar. A tensão em seu corpo estava desesperadora e incontrolável, o orgasmo estava tão perto, tão perto.
— Dê a ele, deixe ele provar do divino. Deixe ele sentir o céu. Você me disse para te tocar e eu estou aqui. Te dei a escolha e você me deu o seu corpo, então se entregue a mim. Se derrame nele.
Padre Matheus gozou sem controle algum, a porra escorrendo pela máscara da cópia, no peito, caindo no chão e pelas coxas dele. Estava tremendo muito, gemendo alto e continuava se tocando, alucinado, abençoado . Thiago beijou o seu pescoço algumas vezes, suspirando com um prazer audível que mais parecia um lamento. A cada novo toque de Thiago, Padre Matheus parecia encontrar um novo nível de êxtase, mais intenso, mais agonizante, mas também mais maravilhoso e divino.
Depois do que pareceu uma vida inteira de prazer intenso, Padre Matheus finalmente sentiu o corpo relaxar. O mundo inteiro pareceu sair de seus ombros e ele se deixou desmontar sobre o banco, cansado e aéreo. Thiago, entretanto, tinha outros planos. Entregou a coleira para a cópia e anunciou:
— Vá e leve a minha palavra com você para onde você for.
A cópia se afastou de quatro, voltando para o meio da orgia, se misturando aos corpos com poucos segundos. Thiago se voltou novamente para Padre Matheus.
— Ajoelhe-se.
Desnorteado, mas ainda obediente, ele nem hesitou. Caiu de joelhos, sem se levantar antes, sentindo o peso do corpo sobre os ossos, olhando para cima com devoção e paixão. Thiago quase brilhava, uma aura divina ao seu redor. Lentamente ele abaixou a cueca, colocando o próprio pau para fora, e não era enorme, mas era mais grosso do que o Padre esperava. Estava tão duro, tão melado, a visão fazendo-o salivar, desejando provar do gosto do divino que ele poderia oferecer, o único que poderia saciar sua fome de Deus, o único que poderia alimentá-lo. Thiago levantou o rosto do Padre pelo queixo e sussurrou:
— Abra sua boca. Vou te alimentar agora, leite e mel para matar a sua fome.
Padre Matheus já estava duro de novo. Abriu bem a boca, pronto como nunca para receber aquele corpo, pronto para ser maculado, para ser liberto. Thiago começou a colocar o pau na boca dele, mas não precisou se mexer muito porque Padre Matheus fez o restante do trabalho, se movendo para frente para engolir o resto, sedento, ansioso e guloso. Ele teve fome e Thiago o deu de comer. Ele era um forasteiro e Thiago o acolheu. De joelhos, como se estivesse tomando a eucaristia, sendo preenchido até a garganta com o calor de Deus e seu amor por ele. Escolhido, ele era o escolhido.
O gosto era a coisa mais divina que Padre Matheus já tinha provado. Finalmente se sentia preenchido, completo, inteiro, como se estivesse em seu devido lugar, na sua posição mais correta de devoto fiel. Não havia mais como convencer o Padre de que aquilo era errado de alguma forma. Não depois daquele ponto, não com o pau de Thiago quase em sua garganta enquanto o encarava com olhos tão dóceis, tão gentis, tão paternais.
Era certo, divino, celestial, e Padre Matheus era um servo fervoroso, pronto para fazer qualquer coisa que Deus lhe pedisse, tudo em nome de agradar a Ele, tudo para servi-lo. Queria sentir o gosto dele para sempre, ter sua graça infinita. O melado em sua boca ficava mais intenso, cada vez mais gostoso, e ele notou que Thiago estava prestes a gozar pelas pequenas mudanças na sua postura. Ele queria mais, tão mais. Queria ser inundado por Ele, que sua graça o alcançasse por dentro, de todas as formas, por todos os caminhos, porque tudo leva a Ele, tudo era Dele, Padre Matheus inteiro era Dele.
Em um último golpe de misericórdia, Thiago se inclinou na direção dele e sussurrou:
— Tomai e bebei. É o meu corpo que estou entregando a vós.
ESTOU DANÇANDO DE FELICIDADE.
Tô bem feliz e satisfeito com a loucura que foi escrever essas duas partes e, apesar do atraso, espero que você tenha se divertido comigo! <3
Se quiser me falar o que achou e como eu sou MALUCO minha DM está aberta e o curiouscat também, para mensagens anônimas.
Compartilhe esse texto no seu twitter ou instagram (e me marque, se quiser!) para espalhar a palavra da putaria!
Queria mais uma vez agradecer à Isabelle Morais que preparou também a segunda parte e além disso escutou todo a minha falação sobre Padre Matheus e deu contribuições maravilhosas pra que ficasse ainda pior do que eu já tinha planejado!! Muito bom ser herege em conjunto u.u
É isso! Um xêro e um queijo,
Kodinha
Conheça os meus livros:
Só uma rapidinha (o livro): Amazon
Manda foto de agora: Amazon | Se liga Editorial (Edição física)
Jogador número 3: Amazon
Mais de nós: Amazon
Meus livros como Koda Gabriel aqui.
Reply