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#45 - A vós bradamos, os degredados filhos de Eva - Só uma rapidinha

abençoados os filhos de Maria

Boa noite querides fiéis!

Esse mês perguntei no twitter e instagram se vocês gostariam de receber dois textos da freira, uma dobradinha santa/herege, cientes de que os dois pedem uma continuação que eu não vou conseguir escrever agora. As duas votações deram SIM e quem sou eu pra negar alguma coisa para meus fiéis favoritos?

O primeiro texto da freira é esse aqui, se você quiser reler antes de começar esse. É uma continuação quase direta, então acho que vale muito a releitura pra refrescar a memória — e outras partes do corpo.

No mais, é sempre gostoso a beça entrar em uma nova jornada com vocês. Tô muito feliz de trazer essas duas de novo, além de ansioso pras coisinhas que vão acontecer nessa newsletter na segunda metade do ano. De verdade, vocês nem imaginam! É fofoca da boa e vou começar a contar em setembro ;)

Por último, trouxe no twitter um questionamento que tem me passeado pela cabeça há um tempo, que é a vontade de abrir um apoiase recorrente. Eu defendo muito que gosto de arte acessível, que gosto de publicar o Só uma rapidinha gratuito, como ele é, que deixo meus livros fora da amazon também, em preços muito acessíveis, mas, bem, isso tem seu custo — ou, ao contrário, seu ônus. A amazon prioriza quem está no programa KDP/KU (e proibe que pessoas se inscrevam se seus livros estão em outros lugares também), e o que não vende bem na amazon continua não vendendo bem na amazon, porque algoritmos são cruéis. Dá pra ver que a conta não fecha?

Vou estudar melhor a ideia do apoiase, meu objetivo é ter apenas um plano, de 5 reais, com acesso as rapidinhas antecipadamente, uma newsletter de fofocas e trechos do que ando fazendo e talvez uma cartinha de agradecimento depois de alguns meses de apoio! Ah, e claro, acesso aos ebooks que eu publicar de forma independente no futuro. Enfim, apenas estudando a ideia, e me ajudaria muito saber se você tem interesse em apoiar meu trabalho dessa forma, pra eu poder pensar a respeito!

Fofocas e conversas tiradas do caminho, vamos pro texto?

ps: Se você leu e gostou dessa rapidinha, considere falar dela por aí! Um RT num tweet, um comentário, um like já levam a palavra mais longe e fazem esse autor que vos fala MUITO feliz e radiante! E se quiser contribuir com o meu trabalho, considere doar qualquer valor para [email protected] e me ajudar a continuar contando histórias.

Novena dia 1

"Irmãs, fiz uma promessa para a nossa novena, em prol da comunidade e dos nossos propósitos. Sinto que preciso passar por esse momento de devoção irrestrita, de servidão completa, para dar meu próximo passo na nossa vida. Passarei toda a novena em oração profunda, orientada pela Madre, e abdicarei durante esse tempo das minhas tarefas, as extras e as usuais. Deixarei de lado minhas vontades de servir à humanidade e servirei somente à Deus. Madre Maria irá me acompanhar e me guiar durante essa promessa e novena e queria de novo agradecer às irmãs que aceitaram cuidar das minhas tarefas nesse tempo. Esse período de oração profunda será gratificante, tenho certeza. Não é penitência nenhuma, é sinal da minha devoção"

Irmã Raquel falou ainda na área do jantar, depois que todas comeram e se preparavam para lavar os pratos. Todas a cumprimentaram e parabenizaram pela iniciativa, apertando sua mão e abraçando-a com alegria. Ela sorriu pra cada uma delas feliz, feliz de verdade. Era isso que queria. Era disso que precisava. Seria assim que agradaria a Madre. Tudo já estava acertado, todas avisadas, seus hábitos preparados, seus joelhos prontos.

Seria mentira dizer que estava fazendo tudo aquilo só pela recompensa. Claro, queria saber qual seria a recompensa, como a Madre cuidaria de si, como a retribuiria. Estava muito curiosa, de fato. Entretanto, o que realmente a fez aceitar foi ver como a Madre a olhou durante o pedido, como deixou ecoar as palavras doces, os elogios sinceros. Teve ainda mais certeza quando reparou que a Madre estava ocultando os preparativos para a sua novena exclusiva, quando reparou no seu olhar profundo que a devorava quando outros não estavam olhando, um desejo ardente queimando no fundo de seus olhos.

Irmã Raquel decidiu aceitar porque sabia que não existia a possibilidade de recusar, no fim. Não porque não podia, mas porque não queria. Faria qualquer coisa que a Madre pedisse, estava entregue de corpo e alma.

Quando acabaram tudo na cozinha, começou as suas preparações. Deveria estar no quarto da Madre às 23h, preparada para passar os próximos nove dias e noites com ela.

Durante o dia, participaria do revezamento da novena como várias das irmãs, sem falhar, rezando por horas a fio, garantindo que a capela nunca estivesse vazia. Não teria interrupções para as tarefas, parando apenas para se alimentar nos horários correto. À noite, Madre Maria garantiu que sua novena e entrega continuariam, à sua maneira.

Não voltaria aos seus aposentos até o fim da novena, então deveria levar o que fosse necessário para os próximos nove dias, com exceção de alguns itens proibidos. A lista de proibições, de fato, não era curta, e estava anotada em um papelzinho com a letra bonita da Madre, pendurada no espelho do banheiro de Irmã Raquel.

  • Você não poderá voltar ao seu quarto

  • Você não poderá levar nenhum item de vestuário além de seus hábitos

  • Não poderá se tocar

  • Não poderá gozar

  • Não poderá realizar nenhuma atividade de serviço ou se doar por outra pessoa

  • Mais do que nunca, essas ordens e pedidos da novena são essenciais e devem ser respeitados. Não desobedeça.

Irmã Raquel estava muito ansiosa. Só de pensar nas possibilidades do que poderia acontecer — e tinha total ciência de que sua imaginação era finita perto da criatividade da Madre —, já sentia seu corpo reagir.

Respirou bem fundo antes de entrar em seu quarto pela última vez nos próximos nove dias. Dobrou perfeitamente seus quatro hábitos limpos. Tirou que estava vestindo, que seria lavado nos próximos dias por outra irmã, e entrou em seu banheiro, pronta para um banho necessário. Dessa vez, desfez inclusive a amarração em seus cabelos, que segurava o véu no lugar.

Deixou a água quente acalmar seu coração inquieto, levar embora suas angústias. O vapor inundou o banheiro enquanto ela se lavava com cuidado e calma. Cuidou primeiro dos cabelos, o comprimento agora pouco abaixo das orelhas. O corte nunca importou, não exatamente, já que as freiras raramente estavam sem o hábito. Irmã Raquel não era diferente e sempre preferiu a praticidade de um corte curto, já que não seria vista de qualquer forma.

Depois, cuidou de seu corpo. Lavou os braços, sentindo a pele arrepiada. Depois as pernas, o torço, os seios, o corpo inteiro estremecendo sob seu toque. Por fim, lavou seu ventre, sentindo os pelos esparsos nos dedos, seu clitóris sensível, o coração acelerado no peito. Assustada, afastou as mãos do próprio corpo.

De alguma forma, parecia que esses sentimentos de intimidade consigo mesma configurariam alguma regra quebrada do acordo com a Madre, ela tinha certeza. Era muito nova a sensação de ter seu corpo tão sensível, tão alerta e tão ansioso para ser tocado. Ainda não se acostumara com os sentimentos todos se confundindo dentro de si, com o desejo pela Madre se transformando em desejo de ser tocada pela Madre. E só piorou depois que a Madre havia a proibido de tantas coisas. Nunca fora de quebrar regras, mas seu inconsciente parecia querer provocá-la mesmo assim.

Quando estava satisfeita, encerrou o banho. Não queria se demorar demais, não queria dar espaço para a mente vagar mais do que devia. Secou o corpo inteiro, se preparando para vestir o hábito de novo. Dessa vez, entretanto, não colocou nenhuma roupa por baixo. Nada. Apenas passou o hábito pela cabeça e encaixou a peça. O vento que vinha da janela passeava por sua pele embaixo das vestes, arrepiando-a por dentro. Amarrou a corda na cintura, segurando o hábito, deixando o tecido solto na parte de baixo, larguinho no corpo.

Começou a secar os cabelos em seguida, usando um secador antes de recolocar o véu. Por cima das vestes, colocou seu crucifixo. Nunca o tirava, fora o último presente dado por sua família antes de seus votos.

Juntou os hábitos dobrados e seu terço em uma pilha em uma de suas mãos e, finalmente, se preparou para sair do quarto. Tremendo, verificou a hora antes de sair: vinte para as onze. Estava tudo bem. Daria tudo certo.

Os corredores estavam em silêncio, o convento inteiro na penumbra, o som de seu coração estourando em seus ouvidos, rápido, forte. Cada passo parecia ecoar por toda a construção, mesmo os mais silenciosos e discretos. Irmã Raquel caminhou pelos corredores longos que já conhecia sem precisar olhar, seus pés fazendo o caminho até o quarto da Madre sem que ela precisasse pensar a respeito. Andou até estar de frente para a porta da Madre, pronta para bater, até reparar que já estava entreaberta. Respirou fundo, os dedos trêmulos, receosa, mas entrou.

A luz do quarto estava acesa e, sobre a cama, um papel aberto. De resto, tudo estava como sempre, bem organizado, bonito, silencioso. Olhou ao redor, mas nitidamente a Madre não estava ali. Para ter certeza, Irmã Raquel ainda foi ao banheiro conferir, mas ele também estava vazio. Colocou seus hábitos sobre a mesa e, por fim, aproximou-se da cama para ler o papel. Na letra bonita da Madre, um recado para ela:

"Comece as orações de hoje da novena com o terço que deixei sobre a cama. De joelhos, do lado direito, apoiando os cotovelos sobre o colchão. Reze com a calma e dedicação de sempre. Não se distraia"

Irmã Raquel agradeceu não precisar esconder a decepção que passeou pelo seu corpo. Fez um biquinho, um pouco desanimada de estar sozinha. Esperava estar ali com a Madre para começarem a novena juntas, em um momento íntimo. Suspirou. Ainda era uma freira, no fim, e sempre gostou das novenas, das rezas, dessa conexão com Deus que emergia do ato de rezar repetidamente por horas a fio, então estava decidida a aproveitar esse momento com ou sem a companhia da Madre. Com certeza seus planos misteriosos tinham um propósito, certo?

Pegou o terço que estava embaixo do papel e o observou por um momento. Era inteiramente preto, as contas e a linha. A cruz era de um metal escuro e pesado, bem detalhado, e, acima dela, uma rosa vermelha e uma pequena imagem do que parecia ser Maria Madalena. Pareceu apropriado. Belíssimo e estranhamente apropriado.

Pronta para começar, deixou o papel sobre o colchão e se ajoelhou no local indicado pela Madre. Ajeitou a saia do hábito como de costume, deixando os joelhos encostarem no tapete. Durante o dia ela costumava rezar com apoios de joelhos, em especial quando ficavam nessa posição por longas horas, mas ali não seria necessário. Naquele quarto, Irmã Raquel estava acostumada a estar de joelhos.

O verso do papel continha as instruções do dia, orações específicas para Maria Madalena e a indicação de três terços completos a serem rezados. Demoraria algumas horas para completar, então começou de pronto. Enrolou o terço nos dedos, sentindo as contas geladas, repetindo um movimento que fazia desde criança, e começou a rezar.

Santa Maria Madalena, vós que ouvistes da boca de Jesus estas palavras: "Muito lhe foi perdoado porque muito amou… Vai em paz, os teus pecados estão perdoados", alcançai-me de Deus o perdão dos meus erros e pecados, deixai-me participar do ardente amor que inflamou o vosso coração, para que eu seja capaz de seguir a Cristo até o Calvário, se for preciso e assim, mais cedo ou mais tarde, tenha a felicidade de abraçar e beijar os pés do Divino Mestre. Como Jesus Ressuscitado vos chamou pelo nome: "Maria!", que Ele chame também pelo meu nome… e eu nunca mais me desvie do seu amor, com recaídas nos erros do meu passado. Santa Maria Madalena, rogai por nós!"

Os minutos passaram, longos, tranquilos. Irmã Raquel se afundou em oração, concentrada e dedicada. Gostava disso. Gostava desses momentos de conexão espiritual, dessa dedicação sem amarras, de estar profundamente ligada à Deus. Sabia que sentiria falta de fazer suas tarefas pelos próximos dias, essa sendo uma grande provação e sua maior entrega, mas também gostava dos momentos em que podia se concentrar apenas no som de sua voz, na cadência das palavras, na sua conexão com o Divino.

Passou pelos inúmeros pai nossos, ave marias, as orações específicas para Maria Madalena, uma de cada vez, repetidas vezes. Entrou em uma cadência tranquila, um ritmo conhecido e tão natural quanto respirar. Estava mais ou menos na metade, em uma paz profunda, quando a porta se abriu.

Madre Madalena entrou em silêncio e Irmã Raquel tentou não desviar sua atenção da oração. A Madre não disse nada, caminhando ao redor do quarto. Deixou uma bíblia sobre a mesa, ao lado dos hábitos de Irmã Raquel, e parou do outro lado da cama, encarando-a. Irmã Raquel observou com calma pelo canto do olhar, se esforçando para não desviar tanto o foco do papel e da sua contagem do terço, tentando não destruir sua concentração tão rápido.

Madre Madalena a observou por alguns minutos, um sorriso orgulhoso no rosto.

— Muito bem — ela comentou, parecendo satisfeita.

E então começou a se despir lentamente.

Desamarrou a corda na cintura do hábito, tirou os sapatos, subiu a saia devagar. Irmã Raquel sentiu os lábios tremerem e piscou forte. Continuou a reza, falando baixinho, buscando forças dentro de si para manter o foco. Madre Madalena subiu o hábito completamente e tirou-o pela cabeça, segurando o véu no lugar.

Irmã Raquel soltou um suspiro entre as palavras da reza, sua respiração audível. Já tinha quase uma semana desde a última vez que pôde encostar na Madre, e mais do que isso desde a última vez que pode de fato saborear seu corpo, provocar prazer. Desde o dia da promessa só fez esperar e ansiar, e agora estava sendo tentada violentamente. Sentiu saliva se acumular na sua boca e molhou os lábios com a língua, erguendo os olhos só um pouco para apreciar. A Madre estava usando um body rendado preto, cinta liga, um rendado ao redor das coxas, os seios em um sutiã terrivelmente sedutor e convidativo.

As rezas saíram da boca de Irmã Raquel no automático, cada palavra espaçada com um respirar profundo e suspiros longos.

— Concentre-se — a Madre cobrou-a, exigente.

Irmã Raquel estava se esforçando muito, muito mesmo, mas a Madre não parecia estar realmente ajudando na tarefa de se concentrar. Seus movimentos eram lentos e pareciam calculados, roubando a atenção da Irmã toda vez que ela acreditava ter conseguido forças para se centrar de novo.

— Vou tomar um banho — a Madre anunciou e foi na direção do banheiro. — Continue sua reza.

Irmã Raquel continuou. Continuou apesar de pensar o tempo todo na Madre, no corpo dela, na forma como a renda abraçava suas curvas e seu corpo delicioso. Continuou apesar da imagem da Madre nua na banheira estar impregnada em sua mente, se espalhando como veneno pelo seu corpo. Continuou até ver que misturou um pai nosso em uma ave maria, sem terminar uma antes de começar a outra.

Apertou o terço nas mãos e fechou os olhos, respirando devagar e fundo, uma tentativa patética de conter o coração acelerado no peito. Parecia impossível, mas, apesar de tudo isso — das mãos trêmulas, da respiração incerta, do coração martelando, das imagens tão intensas da Madre queimando atrás dos seus olhos —, Irmã Raquel retomou as rezas.

Quando a Madre saiu do banheiro, Irmã Raquel estava começando o último terço. Dessa vez, muito concentrada, sem desviar o olhar do papel a sua frente, determinada a resistir a qualquer tentação que viesse da Madre de agora em diante. Seria uma boa serva. Seria a melhor serva. Ela evitou olhar, evitou com todas as suas forças, mas assim que Madre Maria apareceu no seu campo de visão, Irmã Raquel engasgou e tossiu, pausando a reza e se enrolando nas palavras.

— Retome essa oração do começo — a voz da Madre era firme e Irmã Raquel levantou levemente o olhar. Encontrou os olhos sérios da Madre, bravos, e abaixa de novo a cabeça.

Respirou fundo, tentando retomar, os dedos voltando pelas contas para recomeçar o terço inteiro, mas era… difícil.

Madre Madalena estava muito gostosa. Estava usando uma lingerie vermelha, destacando em sua pele clara, e apoiou uma das pernas na cama enquanto passava um óleo cheiroso no corpo. Seus seios pendiam para frente com a gravidade, volumosos e chamativos, e o terço balançava a frente do corpo, um lembrete e um convite.

Irmã Raquel ficou subitamente consciente do peso do próprio corpo, dos pontos em que seus joelhos estavam tocando o chão, da dor nas juntas, de como seu corpo inteiro estava arrepiado e travado e sensível. Os pais nossos e as aves marias se enrolavam em sua língua, a sua mente rastejava pelo desejo molhado e latejante.

Os minutos se arrastaram devagar enquanto Irmã Raquel tentava vencer o terço sem ser vencida pelo desejo que explodia dentro de si. Madre Madalena gastou bastante tempo passando óleo em sua pele e massageando cada pedacinho, se mostrando para ela, a tentação em pessoa. Irmã Raquel tentava conter os suspiros, disfarçando-os como uma respiração longa e pesada, mas era quase impossível parar de olhar, quase impossível se concentrar.

A Madre acabou e se sentou em uma posição que só podia ser proposital. Se encostou no dossel da cama, segurando sua bíblia, e encostou as pernas ligeiramente abertas no colchão. Irmã Raquel conseguia ver o vermelho de sua calcinha, a sua pele sob a transparência da renda, conseguia imaginar a sensação de se aproximar e passar a língua sobre o tecido, sentindo os arrepios da Madre enquanto trabalhava para o prazer dela. Conseguia, mas não devia, não podia, porque precisava terminar o terço, precisava se concentrar.

Irmã Raquel não saberia dizer como foi que chegou ao final do primeiro dia de novena. Se as palavras que saíram de sua boca eram realmente orações ou se não passavam de murmúrios descoordenados.

Ave Maria cheia de graça o Senhor é convosco

Teve certeza que em certo ponto seus dedos começaram a se mover sobre o rosário por instinto, conta a conta, reza a reza, sua boca recitando tudo por memória muscular, porque sua mente estava perdida na imagem da Madre à sua frente, imaginando os piores cenários que conseguia, desejando tudo que era proibido e não poderia desejar.

bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto de vosso ventre Jesus.

Ela queria tantas coisas… queria poder esticar os dedos e escorrer na pele da Madre, sentir a renda sobre os seus seios; queria poder tirar cada uma das peças com a boca, lamber por cima, sentir a Madre escorrer prazer nos seus lábios e lamber cada gota em devoção pura.

Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte

Quando disse seu último Amém, Irmã Raquel mal sustentava o peso do próprio corpo. Sua cabeça estava desorientada, sentia como estava sensível, suas coxas pareciam úmidas e nada tinha sido feito. Como? Como ela podia desejar tanto alguém, e como poderia a afetar tanto se nem podia fazer nada? E pior: se esse era só o primeiro dia de suas provações, o que a aguardava no restante? Como sobreviria?

Madre Madalena a ajudou a se levantar, cuidadosa.

— Consegue tomar um banho? — perguntou, a voz gentil, os olhos atentos.

Irmã Raquel queria conseguir formular uma resposta coerente, mas balbuciou meio nervosa:

— Eu não sei. Não sei. — Piscou um pouco e sentiu lágrimas nas bochechas. De início, achou que dizia isso porque estava se sentindo fraca, mas era mentira. Era uma grande mentira. — Tenho medo de não resistir.

Madre Madalena passou os dedos no rosto da Irmã, limpou suas lágrimas e deixou um beijo sobre elas.

— Você consegue sim, Irmã Raquel. É a minha melhor Serva. — Esfregou o queixo dela e Irmã Raquel fechou os olhos, apreciando o contato. — Você vai tomar um banho e irá resistir às suas vontades. Quando terminar, vai vestir a roupa que deixei no banheiro e se deitar comigo para poder descansar. Tudo bem?

Irmã Raquel acenou que sim, concordando, e começou a caminhar na direção do banheiro com as pernas trêmulas. Apesar de tudo, estava mesmo se sentindo meio fraca e desnorteada, mas sabia que seria cuidada no fim, que seria recompensava com a maior das recompensas.

Dentro do banheiro, viu um tecido preto dobrado em cima da bancada da pia, mas não se atreveu a olhar ainda. Entrou no box e abriu a água fria, gelada, se esforçando para lavar de si o desejo que não conseguia frear. Tocou o corpo com cuidado, sensível, com medo de sem querer quebrar o seu acordo com a Madre. Teve cuidado especial quando foi lavar entre suas pernas, porque percebeu o quanto estava molhada, o quanto estava pronta e sofrendo. Fechou os olhos, suspirando baixinho, movendo a mão devagar, tão devagar, que sabia que estava piorando uma tortura complicada. Seria tão fácil. Só se tocar, só um pouquinho.

Não.

Não podia.

Terminou de se limpar e saiu correndo do banheiro, temendo que ficar mais tempo a levasse para um lugar perigoso. Secou o corpo inteiro e só então conferiu o que a aguardava na bancada. Abriu a peça e reparou nos detalhes: uma camisola preta, de uma seda macia e brilhante, detalhes em renda circulando seus seios e na barra. Era do seu tamanho exato.

Passou a peça sobre a cabeça e vestiu-a. Se encarou no espelho, sentindo como o véu do hábito parecia deslocado daquelas vestes. Tirou a peça, como de costume para dormir, e deixou os cabelos caírem sobre os ombros. Não reconhecia a figura no espelho, mas gostava dela.

Voltou para o quarto se sentindo nua. A roupa era pouca, estava sem o hábito e sem o véu e de frente para a Madre, que a esperava na cama. Madre Madalena a observou com olhos famintos e brilhantes, como se ela fosse… importante. Como se tivesse significado. Irmã Raquel não pode conter um pequeno sorriso.

— Está bonita, Irmã — a Madre comentou, e então bateu com a mão no lado vazio da cama. — Venha.

Sentiu as bochechas corarem, seu coração descompassado e as pernas fracas. Se aproximou da Madre e lembrou de uma regra que haviam combinado e não estava na lista, mas era tão importante quanto as outras. Vamos dormir juntas, a Madre disse, mas não quero ser tocada durante à noite. Não quero acordar com suas mãos se esfregando no meu corpo, Irmã. Eu vou saber. Eu sempre vou saber.

Preocupada, Irmã Raquel se deitou com cuidado, tão obediente, tão atenciosa com o que havia prometido. Se deitou bem na ponta da cama, afastada da Madre, decidida a não testar seus próprios limites e os limites de Madre Madalena. Queria ser a melhor serva. Queria muito ser a melhor serva.

— Boa noite, Madre — murmurou.

Madre Madalena se aproximou, soltando uma respiração quente na nuca de Irmã Raquel.

— Não fique tão tensa nem tão afastada, Irmã. Relaxe. — Subiu os dedos pelo braço dela até o seu ombro. — Temos regras, mas não mordo e não sou cruel. — Deixou um beijo no pescoço da Irmã. — Não hoje, ao menos.

Irmã Raquel sentiu o corpo inteiro arrepiado de novo, todos os seus esforços do banho gelado se desfazendo. Já estava quente, já estava pronta, já queria mais, queria agora, por favor. Queria que levantar lingerie da Madre e descobrir se ficava tão desesperada com essas provações como Irmã Raquel ficava. Queria tanto descobrir…

Ainda assim, tentou relaxar. Se afastou da borda na direção do centro da cama e virou para cima, observando o teto. Madre Madalena se ajeitou embaixo das cobertas ao seu lado, se cobrindo até a cintura, e subiu as mãos pelo corpo até o rosto, que massageou com cuidado antes de fechar os olhos de vez. Era impossível não ficar muito consciente do quão próximas elas estavam, de como sua respiração era quente tão perto da Irmã, de como seu corpo emanava desejo e vontades e urgências.

— Tente não virar a noite inteira acordada, minha querida. Temos muitos dias pela frente.

Ela passou a noite inteira acordada, é claro.

E ai, todo mundo bem, todo muito feliz? Tal qual a Madre com Irmã Raquel, cozinharei vocês nesse fogo lento… A próxima edição vem na semana que vem, com a continuação e o dia 2 da novena. Se preparem, porque é quente, é gostoso, é herege.

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É isso! Um xêro e um queijo,

Kodinha

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