Ritmo de festa! - Um ano do Só uma rapidinha

Só uma demoradinha?

Queria estar super feliz com esse primeiro ano do só uma rapidinha, mas confesso que não estou.

Não me leve a mal, por favor. Isso aqui é incrível, tudo isso. Ter esse lugar para o qual retornar quando tudo em mim falha, poder escrever qualquer coisa que eu quiser e saber que serei bem recebido e acolhido, ter mais de >>>500 PESSOAS<<< inscritas nessa newsletter é INCRÍVEL. O Koda de um ano atrás não fazia ideia, não poderia imaginar algo tão incrível.

O problema sou eu mesmo.

Essa urgência minha em querer terminar, fazer, produzir, e não conseguir parar um segundo para olhar ao redor e apreciar a vista. Não conseguir dar um sorrisinho sincero com algumas conquistas.

Esse marco é uma conquista pra mim, de verdade.

Foi um ano difícil depois de anos difíceis. Passei por diversos problemas pessoais, me afundei numa tristeza esquisita em uma cidade que queria me engolir vivo, perdi a esperança na vida, na minha escrita, em mim mesmo.

Apesar de tudo isso, o Só uma rapidinha sobreviveu. Eu sobrevivi.

Mesmo com pausas, com atrasos, sumiços de rede social e algoritmos que cada dia mais parecem odiar pequenos artistas, esse projeto ainda sobreviveu.

Impressionante.

Quando comecei esse projeto eu só queria voltar a escrever. Urgentemente. Qualquer coisa. Só queria sentir que ainda tinha algo de bom para sair de mim, que a arte não tinha me traído e abandonado e que eu ainda podia fazer coisas boas. Os textos eram pequenos no começo, rapidinhas bem curtas, e foram aumentando com o passar do tempo.

Tive medo em boa parte do processo. Ainda tenho, em vários momentos. Um medo irracional e primitivo que monta nas minhas costas e me impede de escrever, de começar, de sentir. O que é binariamente irônico, porque poucas vezes me senti tão livre e tão intensamente conectado e feliz como durante a escrita de algumas das edições recentes. Elas foram de verdade. Tipo, muito de verdade. Coisas eu queria muito escrever, e não escrevi só por um senso de obrigação ou algo assim.

Acho que o que eu quero dizer é obrigado. Por estar comigo nesse ano — quem chegou no começo e quem chegou agora também! —, por acompanhar minhas loucuras, por deixar que eu experimente e me reinvente e por segurar a minha mão nesse processo. Obrigado a você que me manda dm, que me manda coisa anônima no curiouscat (eu adoro! mesmo!) e pra você que só lê e não fala nada, obrigado também.

Existe espaço pro que eu quero fazer. Eu me surpreendo todos os dias.

Não vivo de escrita e, honestamente, não acho que isso algum dia irá mudar. Tudo que tenho buscado é que minha escrita seja sustentável, que eu consiga investir nos meus livros com o dinheiro dos meus livros, sem abalar muito o que meu trabalho CLT me paga, e, em geral, tenho conseguido. Espero conseguir mais. Talvez outro financiamento recorrente virá aí? Quem sabe?

Quero poder dar vazão as minhas ideias, aos contos sem pé nem cabeça, as rapidinhas emocionadas, aos textos sensíveis e todo tipo de coisa que der vontade, e quero que seja acessível. O Só uma rapidinha me mostrou que é possível fazer arte acessível que, em algum nível, também me traz dinheiro para reinvestir em ilustrações, revisões, melhorias, etc.

Um ano.

Nem vi o tempo passar, e, ao mesmo tempo, senti cada um dos dias como eternos.

É uma honra poder escrever para você que me acompanha, saber que minhas putarias chegam aí do outro lado e que mexem com a sua cabeça de alguma forma. Fico feliz :)

Quero continuar testando, explorando, tentando e tentando no próximo ano. Quero fazer coisas que não tenham sentido nenhum até ter, quero poder errar, tentar de novo, e de novo, quero tudo mas ao mesmo tempo, sem pressa de nada.

Desse próximo ano vocês podem esperar que minha arte tenha cada vez mais a minha cara, seja cada vez mais degenerada, transviada e desviante. O resto a gente descobre no caminho.

Vai ser ótimo, tenho certeza.

Como sempre minha DM está aberta e o curiouscat também, para mensagens anônimas. Obrigado por estar comigo até aqui <3

Um abraço bem apertado,

Kodinha

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