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#35 - Tudo em todo lugar ao mesmo tempo, versão tentáculos - Só uma rapidinha

quantos tentáculos tem um kraken google pesquisar

Sejam bem vindes rapidinhers, hoje tem TENTÁCULOS!

Mas antes, AVISOS!!!!

Essa rapidinha é uma fanfic! O universo é baseado em uma campanha de RPG da Maré Geek, um canal de brasileiros transviados que amam fantasia feito para brasileiros transviados que amam fantasia! Você pode acompanhar a campanha gratuitamente aqui e aqui. Eles tem campanhas de RPG, uma websérie INCRÍVEL (e em breve vai sair uma terceira temporada! Assistam desaventureiros!) e todo o conteúdo é 100% queer, absurdamente transviado. É um ambiente acolhedor, receptivo e o pessoal é maravilhoso!

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Nesse texto você irá conhecer Benedikt e Rêmulo, dois líderes de irmandade em um amor proibido e regado por muito sofrimento. Espero que aproveitem :)

tudo em todo lugar ao mesmo tempo (versão tentáculos)

Benedikt estava tenso há muitos dias. Preocupação era um estado constante em sua vida, mas nas últimas semanas a ansiedade usual se alastrou e se apoderou de cada movimento que ele fazia. Sua mente constantemente era bombardeada por todas as informações sobre si que havia descoberto há tantos anos, todos os seus futuros possíveis, e a certeza de que ele estava escrevendo algo novo, uma mistura de tudo, não o abandonava. Apenas uma coisa não mudaria, ele tinha certeza, como não mudou em nenhuma das visões que teve.

Olhou para baixo, sua mesa praticamente impecável. Apenas uma coisa saltava aos olhos, talvez imperceptível para um olhar não muito atento. Um rabisco feito no canto de um papel, inconsciente, apenas mãos se movendo enquanto a cabeça divagava. Ao olhar para o pequeno kraken feito em tinta preta, seus muitos tentáculos se espalhando pela lateral da folha, Benedikt não segurou um sorriso. Rêmulo. No fim, não importava o quanto estivesse ansioso, Rêmulo sempre dava um jeito de tomar conta de todos os cantos de sua mente, um presente maldito, mas bem-vindo.

O coração de Benedikt estava acelerado e pensar em Rêmulo ajudou e atrapalhou. Por um lado, um pânico misturado de aceitação, a mera sensação de pensar em seu amante sendo o suficiente para lhe tirar o fôlego; por outro lado, Rêmulo também era o motivo para que Benedikt não tivesse medo de nada na sua vida, não de verdade. E daí se estava envolvido até o pescoço em um roubo que atraiu tanta atenção que até mesmo um inspetor irritante de Malva Branca se envolveu no caso? E daí que se estava a beira de ser pego, e daí se deixou algo tão valioso nas mãos de uma gnoma que nem sabia o que carregava — e que, claro, estava envolvida em tudo isso —, e daí se fosse pego? Não era o fim, ele sabia bem. Quando o fim chegasse ele já saberia, estaria pronto. Todas essas coisas eram só distrações em seu caminho.

Olhou para o relógio em seu bolso, contando os minutos. Se saísse agora, teria tempo de caminhar até a outra casa sem pressa e sem atrair atenção, tomando todos os cuidados necessários. Amassou a folha com o desenho do kraken entre os dedos e observou-a acender em chamas lentas, cinzas caindo sobre a mesa em pequenos montinhos. Ajeitou o terno antes de sair de seu escritório em passadas confiantes.

Foi até a entrada de sua irmandade sem pressa, a expressão dura e desinteressada afastando perguntas até mesmo dos conhecidos. Passou pela entrada sem olhar para trás e foi até um dos becos nos arredores. Fez uma rota confusa e sem muito sentido prático, entrando e saindo de ruas paralelas, evitando as avenidas principais e as multidões. Em algum momento no caminho sua aparência mudou: antes um homem alto, cabelos escuros lisos em um corte impecável e olhos verdes profundos; agora, um humano comum de estatura média, roupas simples e um pouco sujas; quatro ruas depois, uma humana com vestidos surrados e cabelos louros curtos.

Finalmente, entrou na casa secreta de Rêmulo como um adolescente alto. Nenhum rosto se virou em sua direção. Estava ficando muito bom nisso. Em especial, estava ficando bom em fazer isso mesmo que sua mente estivesse fervilhando com outros pensamentos. A caminhada não ajudou em nada: continuava ansioso, agitado e cansado. A certeza de que não era o fim aliviava, mas não resolvia nada. Passou pela entrada, desfez o disfarce e observou de longe enquanto Rêmulo saia do banho, luz das velas refletindo nas gotas de água em sua pele, os cabelos molhados escorrendo pelos ombros.

Sua mente se aproximava cada vez mais de um colapso. Sentia o pânico tentando dominar sua garganta, os olhos querendo entregar lágrimas pesadas, o corpo querendo desistir. Sabia que podia desistir. De todos os lugares do mundo, aquele era o único em que poderia ser frágil. Tanto quanto fosse possível, de qualquer forma. Seus pés o levaram até o Rêmulo sem que ele precisasse pensar a respeito, porque sabiam que ele era seu norte. Quão poético e irônico era encontrar na pessoa que iria te matar um porto seguro.

Antes que seus corpos colidissem de uma vez, Rêmulo passou os braços ao redor de Benedikt e o acolheu, sua voz, normalmente dura, suave como uma pluma naquele momento.

— Meu querido. Meu querido, o que foi? Alguém fez alguma com você?

Benedikt chorou. Como poderia. Como alguém poderia ter feito qualquer coisa com ele que fosse doer tanto quanto a ideia de ser afastado daquilo, daquele afago, do abraço e do aconchego da pessoa que o amava e que ele amava.

— É só… É só…

Não conseguiu terminar as frases. Essa versão dele, essa pessoa que só aparecia ali, vulnerável, tão pequena… não sabia ainda como lidar com ela. Não sabia como respirar fundo, como recuperar a noção de si. Mas Rêmulo sempre sabia ajudar, então continuou o abraço apertado com uma das mãos e usou a outra para aproximar o rosto de Benedikt do seu, traçando uma linha de beijos na mandíbula, orelha, pescoço.

— Respira, meu querido. Está tudo bem. Estou aqui.

A mesma sequência de frases que deveria o acalmar, o deixou um pouco mais ansioso. Mesmo assim, a voz de Rêmulo era tão calma, tão paciente, que seu corpo cedeu um pouco em seus braços.

— Tem tanta coisa acontecendo, Remy. Tanta coisa. Acho que algo bem ruim vai acontecer em breve. Não consigo afastar esse sentimento.

— Estou aqui, meu querido. Não deixarei nada acontecer com você. Ninguém vai te machucar.

Benedikt segurou uma risada fraca. Sim, ele sabia. Rêmulo não deixaria ninguém machucá-lo, não de verdade. Ninguém poderia machucar tanto, o destino se encarregou disso perfeitamente.

Com a respiração um pouco mais calma, Benedikt finalmente olhou Rêmulo nos olhos. Profundos, um mar onde ele se perderia de bom grado, uma vida inteira oculta dentro deles, tantos detalhes, tanta dor. Naquele momento, o coração de Benedikt estava partido. Não só porque sabia que seria separado de seu amor por muito tempo, mas porque tinha medo disso encurtar o tempo deles juntos.

Sabia bem que estava sendo medido por Rêmulo, que tentava entender a situação sem precisar perguntar. Ele jamais perguntaria, porque não esperava que Benedikt perguntasse sobre detalhes que ele não contaria de bom grado. Eles eram líderes, afinal, e respeitavam suas casas acima de tudo. Sabia que estava sendo medido por Rêmulo principalmente porque media ele de volta, o olhar tentando decifrar e compreender cada detalhe que estava escondido por baixo da casca grossa. Quieto fazia jus ao apelido — o único segredo que ele revelara, de todos os de sua casa, fora seu codinome —, e conseguia guardar muito de si embaixo de uma expressão séria e do punho firme.

Depois de vários segundos desse silêncio medido, dos corpos colados e dos pensamentos acelerados, Rêmulo perguntou:

— Confia em mim?

— Com a minha vida — Benedikt respondeu sem hesitar e era verdade. Era verdade em cada letra, cada palavra, era o que estava acontecendo. Era literalmente o que significava estar tão perto do Rêmulo, mas ele não sabia. Ele não saberia até ser tarde demais.

Rêmulo então puxou Benedikt para o centro do quarto e ele se sentou na beira da cama. Benedikt observou enquanto o outro homem se vestiu devagar em roupas bonitas, mas simples. Rêmulo puxou um longo tecido de um pequeno guarda-roupa e, com um sorriso no rosto, voltou a atenção para Benedikt. Passou o tecido ao redor do rosto dele, tampando os olhos com firmeza.

— Vou te levar para conhecer um lugar.

Benedikt estava levemente desorientado, mas não questionou. Escutou o som de coisas se movendo de lugar e segurou firme na mão do Rêmulo que envolvia a sua e o guiava pela escuridão. Desceu alguns degraus com ajuda e logo sentiu uma brisa fria passar pelo corpo. Parecia alguma passagem para algum lugar diferente. Escutou a voz de Rêmulo recitar uma magia conhecida e não viu, mas soube o momento exato que uma pequena prancha flutuante se materializou entre os dois. Rêmulo o colocou sentado sobre ela e encaixou o corpo por trás, segurando firme em sua cintura.

— Não vai demorar.

Não demorou. A prancha era veloz exatamente como o nome da magia dizia, e o vento contra o corpo de Benedikt foi o golpe final em sua ansiedade, que já estava enfraquecida. Os dois assim, juntinhos, era o que ele precisava. O medo ainda estava ali, vívido, pulsante, uma mão ameaçadora, mas ele era fraco perto do poder dos dedos do Rêmulo entrando sob a blusa de seu terno, acariciando sua pele com calma.

Logo ele sentiu o cheiro de mar inundando suas narinas, o barulho das ondas se fazendo presente e o sal grudando em seus lábios. Quando a prancha parou e desceram, Benedikt se preparou para que Rêmulo tirasse sua venda. Ao invés disso, Rêmulo invocou uma magia de respirar embaixo d'água. Aparentemente iriam nadar agora.

— São só alguns metros, prometo. Não vou soltar a sua mão hora nenhuma, Benny.

Rêmulo estava tão cuidadoso e gentil que era quase surpreendente. Benedikt sentiu o gelado da água nas roupas, balançou os pés como força, mas por alguma razão quase não era necessário. Rêmulo o puxava com firmeza, a água não oferecendo quase nenhuma resistência, e era estranho, mas gostoso. Foram poucos minutos até que Benedikt sentisse seu corpo sendo puxado contra para cima e logo seus pés se apoiaram mais uma vez em chão firme, fora da água. O ambiente era quente e fresco, apesar do ar úmido e das roupas molhadas.

As mãos de Rêmulo passaram com carinho ao redor da venda, desatando os nós com cuidado. Quando finalmente olhou ao redor, Benedikt notou que estavam em uma espécie de sala de madeira, meio ovalada por dentro e que era nitidamente um quarto. Não, o quarto. Roupas do Rêmulo saiam de um guarda-roupa à esquerda, uma escrivaninha entulhada estava em outro canto, uma cama imensa em outra parede. A ansiedade voltou a martelar no peito do Benedikt. Estava dentro da Coroa de Kraken, a casa e irmandade de Rêmulo, cuja localização era desconhecida. Não somente, estava no quarto dele, o líder da casa, o mais importante de todos, e ele o levou ali de bom grado.

— Te trouxe aqui para conversamos um minuto antes do que realmente quero te mostrar — Rêmulo começou.

— Essa não é a surpresa? Porque já estou bem surpreso.

— Ah, definitivamente ainda não é a surpresa. Esse é só o meu quarto.

— Só?

— Você entendeu. Então, Benedikt Gurlongo, confia em mim?

— Já disse, com a minha própria vida.

— Tão dramático! — Rêmulo escondia um sorriso.

— E sincero.

— Benny, quero fazer algo diferente hoje. — Rêmulo se aproximou, colou os lábios no ouvido de Benedikt e sussurou bem baixinho. Benedikt se estremeceu inteiro. — Há muito tempo aprendi que às vezes o que a gente precisa para acalmar o corpo de verdade, realmente descansar e reiniciar os sentidos, é levá-los ao extremo. — Rêmulo passou os dedos por cima das roupas de Benedikt, desabotoando e tirando as peças devagar. — Lutar até a quase-morte, por exemplo, é um ótimo jeito. Especialidade da casa, inclusive. — A menção de morte nesse momento revirou o estômago de Benedikt. — Mas não te trouxe até aqui para um duelo, claro que não… A melhor forma de reiniciar os sentidos sempre me pareceu a entrega ao prazer, em especial nas mãos de uma pessoa que sabe exatamente o que está fazendo.

Rêmulo enfatizou a palavra mãos de uma forma engraçada. Empenhado, ele distribuía beijinhos em meio à fala, tomando todo o rosto de Benedikt com a boca. Benny estava sensível, mais uma vez ansioso, se esforçando para focar sua atenção em seu amante e não na confusão dentro de si que tentava puxar sua atenção. A última peça a deixar o corpo de Benedikt foram as calças, e ele as tirou sozinho, já sentindo o pênis meio duro. Rêmulo estendeu todas as roupas sobre a escrivaninha, sem se importar em secá-las com magia.

— Não irá tirar as roupas também, amor? — Benedikt saboreava todas as oportunidades que tinha de se referir ao Rêmulo como amor.

— Não será necessário.

Perguntas. Benedikt tinha tantas, tantas perguntas. Não teve tempo de fazer nenhuma, entretanto, porque Rêmulo colocou novamente a venda sobre os seus olhos, o segurou pela mão e levou até a borda mágica que separava o quarto da água. Refez a magia de respirar embaixo d'água e os dois pularam de volta na água.

Estar dentro do mar era confuso, mas enquanto Rêmulo estava por perto tudo fazia sentido: os dedos dele escorrendo pelo corpo de Benedikt, a pele dele contra a pele, o sorriso dele em o pescoço.

— Vou me afastar por um segundo, mas estou aqui. Não precisa se assustar.

A voz saiu embaixo d'água, mas era abafada, esquisita e distorcida.

Estar dentro do mar era confuso e ausência de Rêmulo deixou Benedikt completamente desnorteado. Estava sozinho no meio do nada, no mar, a água se movimentando gelada ao seu redor. Mesmo assim, não se moveu. Rêmulo pediu que confiasse nele, e realmente confiava.

Alguns longos segundos depois, Benedikt sentiu algo se movimentar embaixo de si, encostando em sua perna. Uma textura diferente, gélida, esquisita e um pouco melada. Seu coração acelerou no peito, tenso, e sua única reação foi levar as mãos até a venda.

Quando estava prestes a desatar os nós, escutou uma voz suave dentro de sua cabeça: calma. Era a voz do Rêmulo em uma magia simples de mensagem, e ela realmente o acalmou inteiro. Benedikt deixou o corpo relaxar na água como nenhuma outra pessoa em todo o planeta o convenceria a fazer.

Mais um desses objetos estranhos passou ao redor de seu braço esquerdo, depois do direito, e os envolveu atrás de seu corpo, segurando-os juntos. Só quando sua outra perna também foi envolta foi que ele percebeu, se sentindo tolo de demorar tanto tempo. Claro. Claro que o líder da Coroa de Kraken se transformaria em um kraken! Tentáculos. A compreensão trouxe outra dimensão para as sensações, sua pele contra a textura dos tentáculos em uma fricção muito intensa. Um kraken. Rêmulo Tertino se transformou em um kraken para aliviar as tensões de seu amor.

Por um segundo, Benedikt achou estranho. Foi um breve segundo, entretanto, porque um quinto tentáculo envolveu em seu pênis, que já estava duro e sensível, como se discordasse da confusão do cérebro e só quisesse mais e mais. O tentáculo se enrolou em torno do comprimento com maestria, explodindo sensações novas dentro de Benedikt, e encaixou uma ventosa na ponta, sugando a cabeça devagar enquanto o masturbava. Era maravilhoso e assustador ao mesmo tempo.

Mais um tentáculo subiu pelo seu pescoço, causando uma leve pressão ao se enroscar em torno dele. Não era um sufocamento, não de verdade. Não como algumas vezes já aconteceu em batalhas, simuladas e reais. Mesmo assim, a sensação de adrenalina era real, viva, quente. Irradiava de todos os lugares em que era tocado e se espalhava como veneno, pulsando em suas veias, explodindo seu interior.

Benedikt abriu a boca sem perceber, o corpo precisando deixar escapar por algum lugar toda a luxúria de ser dominado dessa forma. Seus gemidos eram abafados e distorcidos embaixo d'água, mas ainda reais. A fricção dos tentáculos contra si era intensa e desesperadora e não dava para fingir, era terrivelmente bom.

Quando ele começou a se acostumar com a sensação, mais dois tentáculos rastejaram por suas costas. Deuses, quantos mais haviam? As ventosas foram grudando em sua pele no caminho, sugando e pulsando, e se cruzaram sobre as suas costas e por cima dos ombros, as pontas grudando em seus mamilos. A pressão era infernal e Benedikt jamais imaginou ser possível sentir tantas emoções ao ter seus mamilos sugados por ventosas de kraken. VENTOSAS DE KRAKEN! A ideia deveria causar nojo, não tanto tesão, não tanto desespero. Os gemidos saíam engasgados e sofridos enquanto seu pau continuava sendo pressionado e sugado, todas as coisas se somando em agonia.

Rêmulo parecia querer estar em todos os lugares. A corrente ao redor dos dois era impossível, quente e fria, se movendo como ondas, ora suaves, ora agressivas, jogando seu corpo mais para perto dos tentáculos e o deixando ainda mais refém dessas sensações.

Mais uma vez, Benedikt não teve a velocidade de raciocínio necessária para compreender que Rêmulo ainda não estavam em todos os lugares. Ainda faltava um detalhe, e só quando sentiu um tentáculo acariciando sua bunda, abrindo caminho com cuidado, foi que percebeu. Não ficou surpreso, não teve tempo.

O tentáculo entrou de uma vez, preenchendo-o por inteiro, uma sensação mais intensa do que todas as outras, do que qualquer pau ou dildo conseguiria. Nem mesmo um braço inteiro conseguiria deixá-lo tão abalado a essa altura.

Benedikt sentia-se completamente cheio, preenchido pelo seu amante até o último sentido. Mais um tentáculo se moveu e entrou em sua boca, mais suave e bastante quente, com o gosto ridiculamente próximo do gosto de Rêmulo. A sensação contra a língua era gelatinosa, imprevisível, deliciosa. Benedikt abriu mais a boca, querendo devorá-lo e ser devorado.

Agora sim Rêmulo estava em todos os lugares, dominando-o por inteiro, as sensações causando explosões dentro de si. Sem conseguir gemer, Benedikt projetou seus pensamentos para Rêmulo, gemendo dentro da cabeça dele, só para ele ouvir, uma cacofonia inconstante de sons e deliciosa, o tom mudando a cada movimento do kraken — na sua boca, no seu pau, na sua bunda, tudo, em tudo —, uma sinfonia dedicada ao seu amante.

Rêmulo continuou os movimentos. Benedikt estava desesperado de tanto tesão, completamente perdido e entregue. Sua mente estava acelerada, mas incapaz de completar um pensamento: amava muito Rêmulo, desesperada e intensamente; porra, como poderiam tirar isso dele, como poderiam; destino era uma criatura miserável que não deveria existir; tinha a porra de um kraken fodendo o cu dele e era tão gostoso; o pau doía de tanto latejar, já que o mesmo tentáculo que o masturbava também impedia que ele gozasse e se entregasse ao extremo do desejo.

Benedikt queria rir. Queria gargalhar até sentir as bochechas doendo porque nunca em toda sua vida se sentiu tão pronto para morrer, tão entregue nas mãos, tentáculos ou o caralho de outra pessoa, nunca tão completo, tão preenchido, tão devoto. Sabia bem que não seria assim o seu fim, mas os elementos importantes estavam todos ali — ele, rêmulo — e talvez não fosse ruim morrer assim, empalado em todos os seus buracos, explodindo de tesão, toda sua alma e seu corpo entregue ao homem que era sua perdição, sua maldição, seu começo e seu fim, sua ascensão e sua ruína.

Quando Rêmulo finalmente mudou um pouco a pressão sobre o seu pau, liberando circulação o suficiente para que ele sentisse ainda mais seus toques, o orgasmo veio de uma vez. Explodiu dentro e para fora dele, seu corpo desesperado para tirar um pouco da loucura de dentro de si. Rêmulo não parou. Continuou fodendo forte e não demorou nada para que Benedikt já estivesse duro e sensível de novo, arqueando as costas tanto quanto conseguia, abrindo de novo a boca e passeando a língua no tentáculo.

Benedikt estava desnorteado, sim, mas terrivelmente rendido e apaixonado. Rêmulo estava certo, Benedikt realmente esqueceu de todos os seus problemas. Esqueceu da sua prisão iminente, da porra do inspetor que estava atrás dele, esqueceu que iria morrer nas mãos do homem que amava, esqueceu que o mundo era complicado. Naquele momento só importavam os dois e os muitos tentáculos, a água quente e fria, a sua própria porra se diluindo e voltando na sua pele, desejo e mais desejo.

Benedikt gozou de novo.

E de novo.

E mais uma vez.

Rêmulo não parou por muito tempo e Benedikt, já desligado de seus sentidos, só percebeu que Rêmulo tinha se transformado de volta quando ele estava puxando os dois para fora d'água. Benny queria muito olhar ao redor de novo. Queria absorver cada detalhe daquele quarto, cada pequeno detalhe da vida de Rêmulo, mas estava exausto demais.

A última coisa de que se lembrava eram os olhos dóceis do Rêmulo devorando sua alma através de sua íris.

Às vezes Benedikt quase podia acreditar que ele já sabia, quase tinha vontade de contar.

Sempre dormia antes da urgência ficar incontrolável.

Se quiser me falar o que achou, como sempre minha DM está aberta e o curiouscat também, para mensagens anônimas.

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É isso! Um xêro e um queijo,

Kodinha

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