#41 - Eu confesso a Deus e a vós irmãos - Só uma rapidinha

por minha culpa, tão grande culpa

BOM DIA, BOA TARDE E BOA NOITE NAÇÃO KINK QUEER & TRANSVIADA!

Sejam todos bem vindes à primeira rapidinha de 2024, que tardou, mas não falhou. No dia cinco de janeiro fiz um tweet de brincadeira sobre um tema de texto que vi rodando no twitter:

E o que aconteceu foi que eu RECEBI ESSES DEZ REAIS, de verdade, pra valer, e então prometi que ia escrever esse texto. O problema foi que LITERALMENTE no dia seguinte eu me dei conta de que “o texto que eu só preciso terminar rapidinho” estava se transformando num romance que iria sugrar minha mente pelos próximos dois meses sem parar. É… isso meio que aconteceu.

Consegui me organizar melhor para não focar só nesse romance, e agora, no fim de março, aos 45 do segundo tempo, finalmente estou com esse texto pra vocês.

Aqui temos um Padre, uma fiel ace com muitos kinks, uma demônio do bem com mais kinks ainda. Aproveitem, pequem, se ajoelhem, vamos pedir perdão à Deus.

Tags do dia: sexo na igreja, dirty talk, sexo oral, consensual non consent, acefobia, menção a abuso

ps: Se você leu e gostou dessa rapidinha, considere falar dela por aí! Um RT num tweet, um comentário, um like já levam a palavra mais longe e fazem esse autor que vos fala MUITO feliz e radiante! E se quiser contribuir com o meu trabalho, considere doar qualquer valor para [email protected] e me ajudar a continuar contando histórias.

Eu confesso a Deus e a vós irmãos

Carolina estava frequentando a paróquia há dois anos e meu olhar foi imediatamente sugado na direção dela. Seu sorriso era doce, sua expressão calma, suas roupas, modestas. Era paciente com outros fiéis e muito agradecida quando eram pacientes com ela, que frequentou a igreja quando menor apenas por obrigação, segundo o que descobri ao longo do tempo, e sabia pouco sobre como as coisas realmente funcionavam.

Meu papel como Sacerdote era de acolher e guiar, em especial as ovelhas perdidas, e foi o que fiz, mantendo certa distância sempre que possível, evitando deixar que meus pensamentos obscuros sobre ela viessem até a superfície. Eu já estava ordenado há quase dez anos agora, e havia resistido todos esses anos aos meus desejos apenas me ajoelhando para rezar e aguardando que qualquer vontade passasse. Era simples. Às vezes, me tocava no banho, repetindo para mim mesmo que não era uma quebra dos votos de celibato se não envolvia outra pessoa de fato — não sabia bem se quem eu queria enganar era a mim mesmo ou se era a Deus.

Carolina era apenas uma fiel bonita que me fazia pensar nos meus anos mais jovens, numa juventude que gastei com coisas pouco interessantes e nos votos que fiz não só porque acreditava no Serviço, mas porque, sendo órfão, era um jeito relativamente fácil de garantir que eu teria um lugar para estar até o fim da vida. Independente dos motivos, eu ainda era um Sacerdote, e precisava me comportar como tal. Então rezava as missas, participava dos grupos de oração, lia a bíblia com frequência para as homilias e fazia minhas horas semanas no confessionário, escutando fiéis que precisavam colocar para fora os pecados que haviam cometido, e os absolvendo com a penitência correta.

Foi em um desses dias que começou. Carolina já havia se confessado antes, e fazia isso de tempos em tempos, como a maioria das pessoas que seguiam uma lógica mais tradicional do catolicismo. A igreja em que eu servia era muito antiga, e, por consequência, ainda contava com um daqueles confessionários de madeira da velha-guarda, que eu costumava usar durante alguns dias da semana. Em outros momentos, uma conversa franca no meu escritório costumava funcionar melhor, dependendo do fiel, mas era nítido como alguns se sentiam mais confortáveis quando não estavam olhando diretamente para mim, no escuro e silêncio que a cabine ajudava a criar.

Naquele dia, eu não a reconheci de imediato porque ela estava usando um véu. Apesar da cabine ser bem fechada, às vezes era fácil saber quem entrava, seja pelo jeito, ou pelos pequenos detalhes que conseguia pegar pelos buraquinhos da divisória. Nesse dia, por não ter certeza de quem estava do outro lado, esperei. Era o mais comum, esperar que a pessoa decidisse falar antes de intervir ou incentivar. Depois de alguns minutos em silêncio, se remexendo muito na cadeira, escutei sua voz doce.

— Me perdoe, Padre, porque eu pequei.

A voz dela fez calafrios subirem pelo meu corpo instantaneamente. Respirei fundo. Não era hora.

— Há quanto tempo foi sua última confissão?

Era uma pergunta desnecessária, porque eu sabia exatamente há quanto tempo havia sido a última confissão dela. Ainda assim, fazia parte do ritual.

— Vinte e seis dias.

— Que o Senhor esteja em teu coração para que, arrependida, confesses os teus pecados.

Carolina respirou fundo do meu lado e consegui ouvir as mãos nervosas esfregando o que provavelmente era uma saia, como ela normalmente se vestia.

— Estou possuída por uma demônio, Padre.

Até então, eu estava levemente distraído. Com um pouco de sono, ainda que atento. Nesse momento, meu corpo inteiro travou no lugar e levantei a cabeça. Meu papel era falar pouco durante as confissões, apenas o suficiente para incentivar os fiéis a continuar, enquanto pensava no que seria a penitência. Não precisei decidir o que falar, porque ela continuou:

— Estou possuída por uma demônio que me faz abrir as pernas, e é uma delicia, todas as vezes.

Apertei os punhos sobre os joelhos, sem conseguir acreditar.

— Antes de voltar para a igreja, eu tinha um ex namorado muito ruim. Ele exigia coisas de mim que eu não queria dar, coisas sexuais, Padre. Me queria o tempo todo, mesmo quando eu dizia não, e falava que eu provavelmente queria sim, só estava enrolando ele. Inventava mil desculpas até eu ceder, e era horrível toda vez, e eu me achava quebrada, perdida, porque ele era bonito e bem-sucedido. Muitas mulheres queriam estar no meu lugar e ter a oportunidade de satisfazê-lo, então por que eu não queria? Por que era tão horrível para mim?

Eu devia falar alguma coisa. Devia oferecer algum conforto, devia exercer minha função com Pároco diante dessa fala, mas não conseguia me mover.

— Eu não estava… muito ligada à religião nessa época. O pacto foi sugestão de uma amiga, talvez um demônio pudesse me curar, ou me ajudar nisso. Demônios são seres sexuais, não é? É o que sempre li por aí, o que me falavam quando era menor, que a luxúria era do demônio. Mas eu não achei que ia funcionar, não de verdade. Era só um movimento desesperado de uma mulher à beira do suicídio. E aí a Lamia apareceu, respondendo à minha invocação desesperada. Só que ela não me curou, porque eu não estava quebrada. O Ian era só um babaca sem noção que estava me usando, eu vejo isso agora. Mas ela me ofereceu algo muito, muito melhor, e eu aceitei. E isso mudou a minha vida.

Eu normalmente conseguia entender quando algum fiel estava me contando a verdade, ou quando estava mentindo para mim. Quando estava omitindo alguma informação crucial, ou apenas inventando uma história para minimizar alguma coisa que tinha feito. Era difícil decidir o que pensar da situação dela, porque Carolina não parecia possuída. Ela nunca demonstrou nada do que ouvimos ser associado às pessoas possuídas, e… uma demônio que a faz abrir as pernas? Isso parecia muito mais… uma desculpa.

— Eu não gosto muito de fazer sexo, sabe Padre? Nunca gostei. Mas sempre gostei de ler, de assistir, de imaginar. Ah, isso sempre foi delicioso. Lamia me deixa experimentar sexo do jeito que eu gosto, distante, assistindo, sem ter que eu mesma orientar minhas mãos e pernas a agir, mover meu corpo e conscientemente escolher o que fazer a seguir. Eu ganho o prazer, mas não a carga mental e é… perfeito.

Do que ela estava falando? Nada fazia sentido.

— Quando eu gosto de alguém, Padre, eu consigo me aproximar agora. Consigo beijar, e a Lamia toma conta do meu corpo e me deixa assistir tudo que ela faz. Ela abre as minhas pernas, toca em paus e bucetas, se deita com várias pessoas, me dá todos os orgasmos que eu sempre quis, mas nunca consegui aproveitar. Consigo sentir meu corpo sendo tocado, mas não sou eu ali, é a Lamia. E agora eu adoro quando me masturbam devagarinho me sentindo molhada, adoro me esfregar em coxas fartas, adoro quando me apoiam contra a mesa e me usam. Bom, não me usam, né, usam a Lamia no meu corpo.

Minha respiração estava acelerada, o coração batendo forte dentro do peito, a calça subitamente parecendo apertada. Que merda. Que completa merda. O que estava acontecendo?

— Gosto quando meu corpo está de joelhos e minha boca está cheia de porra, porque Lamia está chupando um pau grande. Às vezes até dois. Gosto quando ela acaba amarrada, porque a sensação das cordas na pele é muito boa, e consigo aproveitar por horas. Ela já foi em um gangbang uma vez. Eu já fui? É confuso, às vezes. Meu corpo estava lá, claro, e a mente também, de certa forma. Seis caras. Foi… intenso.

— Carolina… — eu falei antes de me conseguir controlar a boca, e minha voz estava mais grave que o habitual.

— Sim, Padre.

Eu precisava me controlar. Precisava muito me controlar.

— Acho que devíamos continuar essa conversa no meu escritório. — Mais uma vez, traído pela minha boca, que parecia ter vida própria, sem se importar com minhas dúvidas.

— Eu concordo.

Claro que ela concordava. Claro. Saí do confessionário sentindo a calça desconfortavelmente apertada, meu pau duro e latejando, e o coração acelerado no peito. Ela saiu do outro lado e caminhou atrás de mim na direção do meu escritório, na parte de trás da igreja. Abri a porta e deixei que ela entrasse primeiro, esperando que o tempo de fechar e trancar a porta me desse a coragem — ou sanidade — o suficiente para passar pelos próximos minutos.

Assim que passei a tranca, me virei na direção dela. Estava sentada na beira da minha mesa, balançando as pernas, os olhos indecifráveis por baixo do véu. A visão dela assim me trouxe um pouco de lucidez. Ela ainda era uma fiel, ainda uma serva de Deus, e eu devia ajudá-la, não cair nas fantasias dela sobre estar possuída por uma demônio do sexo. Suspirei.

— Padre, se aproxime.

Me aproximei com cautela. Tentei não deixar nossos corpos próximos demais, tentei mesmo, mas ela levantou o véu e me encarou com os olhos brilhando. Ela era mesmo muito bonita, e, dessa posição, sentada dessa forma, muito sensual.

— Padre, se aproxime — ela repetiu, as mesmas palavras, o mesmo tom de voz convidativo.

Isso era tão, tão errado.

Ainda assim, dei mais um passo, meu corpo agora entre as pernas dela, nossos olhares quase da mesma altura. Eu precisava me afastar. Eu deveria me afastar, mas algo nela me atraia de uma forma irremediável. Mesmo desejando, não consegui me mover. Meus braços colaram na lateral do meu corpo, que estava terrivelmente travado no lugar.

No fim, a decisão veio dela.

Carolina passou as duas mãos ao redor do meu pescoço e me puxou ainda mais para perto, fechou os olhos e passou os lábios nos meus, devagar. Esfregou a língua no meu lábio inferior antes de finalmente me beijar, abrindo caminho e tomando toda minha boca com a sua. Eu não beijava outra pessoa há tantos anos que já não tinha certeza de que sabia o que fazer, mas ela não pareceu se importar com isso. Ela só continuou me beijando, devorando minha boca, puxando meu corpo para mais perto, por longos segundos, até me faltar ar.

Me afastei por um segundo, arfando. O que eu tinha feito? Que merda eu tinha feito? Algo dentro de mim queria me afastar, algum resquício de sanidade, mas ele foi devorado com dentes raivosos quando meu olhar pousou no dela de novo.

Os olhos de Carolina estavam pretos, inteiramente pretos, e seu sorriso era… mal. Não havia outra forma de descrever. Lascivo, cheio de luxúria, como se o próprio satanás estivesse diante dele, o tentando. Olhando para o Padre, provavelmente notando como seu coração ficou ainda mais acelerado no peito e como agora suava frio, o sorriso dela aumentou.

Carolina — ou, talvez, de fato a demônio Lamia — se inclinou na direção dele e passou a língua quente em seu pescoço, arrepiando-o inteiro.

— Você não estava acreditando nela, não é, Padre?

O corpo dele se arrepiou inteiro ao ouvir a voz dela. Definitivamente não era mais Carolina ali, mas outra coisa, um ser ancestral e que não estava brincando em serviço. Ele devia ir embora. Devia trancá-la ali dentro, devia ligar para o bispo, devia fazer alguma coisa, qualquer uma das que fossem esperadas de um pároco diante dessa situação.

Não fez nenhuma delas.

Ao invés disso, passou os dedos ao redor de seu pescoço com certa força, mas não força demais, e segurou seu rosto no lugar, deixando o desejo se espalhar por si como um pecado que contaminava sua alma. Era, de certa forma, o que estava acontecendo. Ele não se importava mais. Não, não acreditara nela antes, mas acreditava agora, e queria tudo que ela — que elas — poderiam oferecer.

Selou os lábios com os dela, desesperado, faminto, desceu as mãos pelos seus braços, sentindo sua pele. A saia dela estava levantada até as coxas, e ele passou as mãos ao redor do quadril dela, puxando-a contra o seu corpo. Carolina (Lamia?) se esfregou contra o seu pau, que estava duro e dolorido dentro da calça, e o Padre soltou um gemido sofrido contra os seus lábios.

O Padre desabotoou as pressas a camisa dela, sem pensar muito e sem tomar cuidando com a peça. Ela não estava usando sutiã — claro que não —, e uma voz no fundo de sua consciência gritou que ela veio preparada. Carolina sabia que ele cederia. Sempre soube. Não deixou a voz ir muito longe e ocupou sua boca nos mamilos dela, alternando entre lambidas e sugando, os dedos pinçando o que estava livre.

Ele não conseguia se lembrar da última vez que fez isso, da última vez que teve o corpo de uma mulher tão colado no seu, da última vez que beijou outra pessoa, da última vez que se deitou com alguém. Ainda assim, seu corpo parecia se mover com uma memória tátil inexplicável.

— Me deixa ajoelhar para você, Padre. — A voz era a de Carolina, mas diferente, tão mais profunda e densa.

O corpo dele se arrepiou inteiro, a ansiedade pelo toque dela pulsando em seu pau. Deu um passo para trás, dando espaço para ela, que desceu da mesa. Ela jogou o véu ainda mais para trás em sua cabeça, garantindo que não deslizasse de volta para frente, e caiu de joelhos diante dele. Olhou para cima, os olhos pretos no rosto doce de Carolina, e o Padre suspirou de tanto desejo acumulado. Não sabia mais se quem chamava sua atenção era Carolina ou Lamia, ou talvez uma terceira coisa, a combinação das duas, que estava o enlouquecendo lentamente.

Fechou os olhos por instinto quando sentiu os dedos dela no seu quadril, passeando o cós de sua calça social. Ele estava vestindo o que seria um uniforme padrão — camisa com colar clerical, calça social, sapato social — e sentia que ela o despia de muito mais do que sua roupa. Carolina abriu seu cinto e a calça, desceu um pouco sua cueca e segurou seu pau com as duas mãos firmes. Isso o fez abrir os olhos de novo, arregalados, em um misto de horror e fascínio, controlado unicamente pelo desejo.

Carolina passou a língua pela cabeça do pau dele e fechou os lábios ao redor, sugando devagar, com uma experiência que sonho nenhum do Padre conseguiria reproduzir. Nem horas se masturbando no chuveiro se comparavam a sensação de vê-la de joelhos, inclinando a cabeça para trás para engolir seu pau inteiro, engasgando de leve com ele no fundo da garganta, mas não parecendo se importar nem um pouco.

Ele não conseguia entender direito o que estava acontecendo, nem por quê. Por que com ele? Por que agora? Por que ela era tão terrivelmente boa nisso? Seus quadris começaram a se mover na direção da boca dela, fodendo-a no ritmo que ela pedia, preenchendo seus lábios, até sua garganta, e sentindo o calor de sua boca fechada ao redor do seu pau. Era desnorteante. Não sabia quanto tempo conseguiria aguentar aquilo, mas não queria se segurar.

O Padre estava mordendo os lábios com força, segurando os gemidos quando conseguia, mas vários escapavam de sua boca, graves e profundos. Talvez alguém aparecesse no meio da tarde, talvez alguém os escutasse. Naquele momento, ele não conseguia ter o discernimento necessário para se preocupar com isso. Seus últimos resquícios de razão se derreteram quando ela terminou de descer sua cueca e escorregou os dedos da mão direita pela sua bunda, levando-os até a sua entrada e massageando-a.

Ele não conseguiria resistir a onda de prazer que varreu o seu corpo nem se quisesse, nem se estivesse preparado. Gozou forte direto na boca dela, o corpo tremendo e os pés vacilando para ficar em pé. Carolina não parou de chupar e nem de mexer os dedos, o enlouquecendo, destruindo todas as suas certezas, apresentando um prazer que ele não sabia que era possível de sentir. Estava fraco, mas não queria que ela parasse, nem queria parar.

Fechou os olhos de novo, atordoado, quando ela se afastou limpando os lábios com as costas da mão. Precisou de um segundo respirando fundo para se estabilizar, com medo de perder o equilíbrio. Assim que abriu os olhos de novo, viu Carolina piscando lento, seus olhos alternando entre completamente pretos e o normal. Seu corpo voltou a funcionar de uma só vez.

— Não terminamos ainda — falou, firme, e puxou-a pela mão para que se levantasse.

Guiou Carolina até a beira da mesa de novo, dessa vez pela lateral, e a colocou deitada com os seios sobre a mesa, a bunda virada para ele.

— Ainda não defini sua penitência, e tenho a impressão de que você ainda não terminou de se confessar.

O Padre não sabia dizer de onde estava vindo essa voz autoritária, quem era que estava falando essas palavras. Não era o garotinho assustado do orfanato, nem o adolescente que morria de medo de morar na rua, nem o adulto que se entregou à igreja para não sofrer no mundo. Era alguém diferente, um homem, humano. Visceral e inegavelmente humano.

Foi até o armário e tirou uma das bacias que eram usadas na missa para lavar suas mãos antes da consagração e uma toalha. A pia mais próxima era a do banheiro, que exigiria que ele saísse de sua sala. A água em seu escritório era a que corria em uma fonte benta, que usava com os fiéis. Sorriu irônico quando encheu a bacia com água, pensando em quantas orações ele mesmo teria que fazer para se confessar do que tinha acabado de fazer. Das coisas que ainda faria. Riu sozinho, ciente de que a confissão exigia arrependimento, e, naquele momento, não estava arrependido.

Voltou para a mesa, encontrando Carolina ainda imóvel na mesma posição. Sentou em uma cadeira ao lado dela, e, primeiro, usou a toalha úmida para se limpar. Passou ao redor do próprio pau, limpou um pouco de porra que pingou em sua calça, e se deixou limpo. Buscou outra toalha e também a umedeceu, limpando agora os dedos dela que há pouco estavam dentro dele.

Toda sua paciência e cuidado estavam ali naquele gesto, e não era algo que fez só porque tinha que fazer. Fez porque gostava de Carolina de verdade, de uma forma talvez torta, estranha e nitidamente desbalanceada, mas gostava. Com demônio e tudo, aparentemente.

— O que vai fazer com a gente, Padre?

Foi tirado de seus pensamentos pela voz arrastada da Carolina possuída, e seu corpo reagiu de acordo. A forma ela disse a gente não ajudou em nada, porque lembrou o Padre de como Carolina estava ali dentro, de alguma forma, em algum lugar, se divertindo muito, nas próprias palavras dela.

— Abra as pernas pra mim — ele afirmou, sem hesitar.

Carolina abriu as pernas tanto quanto conseguia daquela posição, a saia subindo ainda mais pelas suas coxas, agora quase inteira na altura de seu quadril. O Padre se ajoelhou diante dela, observando sua buceta úmida, a parte interna das coxas molhada e brilhante, a parte de sua bunda que aparecia muito convidativa. E tinha o cheiro… doce, inebriante, diferente de qualquer coisa que já sentiu antes. Fechou os olhos, respirando fundo e expirando, terminando de formular seu plano em sua cabeça.

— Você vai continuar sua confissão. Enquanto continuar falando, eu continuarei te abençoando. Se parar, eu paro.

Ouviu um longo suspiro.

— Sim…

— Sim o que?

— Sim, Padre.

Ele beijou as coxas dela, primeiro a esquerda, depois a direita, e murmurou baixinho:

— Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.

— Amém — ela respondeu, seguindo o rito sem precisar de indicação nenhuma.

Carolina, era, no fim das contas, uma boa fiel. Talvez a melhor das fiéis. Merecia ser tratada de acordo. O Padre respirou fundo, se inclinando na direção dela, e deu a primeira lambida como quem comunga uma hóstia. O gosto era… ainda melhor que o cheiro. Era inebriante, como se embriagar do divino. Antes que ele decidisse parar, Carolina começou:

— Perdi a conta de quantas orgias frequentei no último mês, Padre. — A voz da demônio era terrivelmente excitante, e fazia o coração do Padre querer explodir dentro do peito. O que ela falava só piorava a situação. — Algumas, logo antes de vir para a missa. Já comunguei de suas mãos com a buceta escorrendo porra.

O Padre parou por um segundo, atônito com a informação. Não conseguia se lembrar de todas às vezes que deu a comunhão na boca de Carolina, mas conseguia imaginá-la, depois de tantas vezes. De joelhos, olhando para cima, os lábios entreabertos, as mãos em prece… a buceta escorrendo porra.

— Não parei de falar, Padre. — Ela cobrou, lembrando-o de sua promessa. Desnorteado, voltou a chupá-la, sugando seu clitóris com sede. — Hm. Você é bom nisso, para alguém que nunca chupou uma buceta. — Carolina-demônio deu uma risada. O Padre deveria ficar surpreso da convicção que ela disse que ele nunca havia feito isso antes, mas talvez nada mais o surpreendesse no dia de hoje. — Melhor do que metade dos que me chuparam na última semana, ao menos. Foram muitos. E muitas. Transar com mulher é muito gostoso, sabia, Padre?

O pau do Padre já estava completamente duro de novo, dolorido e pesado por cima da sua calça. Começou a se tocar enquanto chupava Carolina, meio desajeitado e descoordenado, mas aproveitando cada segundo. Era gostoso demais ouvir ela falando. Demais.

— Transar é muito gostoso, na real. Homem, mulher, não binário, qualquer coisa. De preferência com muita gente ao mesmo tempo. Já imaginou, Padre? Se enquanto você está ai me chupando tivesse alguém comendo seu cuzinho, que delicia?

O Padre fechou os olhos mais forte, delirando de prazer. Nunca se imaginou nessa posição, em nenhum dos sentidos possíveis. Jamais achou que estaria transando na sala paroquial, jamais imaginou que estaria se masturbando enquanto chupava uma fiel da paróquia, nunca, em toda sua vida, se imaginou dando a bunda enquanto fazia todas essas coisas que não tinha imaginado antes. O pior, entretanto, não era estar fazendo tudo isso e imaginando tudo isso. O pior era o quanto era bom. Ela disse para se imaginar dando enquanto sugava o clitóris dela, e ele estava fazendo exatamente isso. Imaginando uma figura desconhecida abrindo sua bunda e usando um pau — se de verdade ou uma cinta, tanto faz — para penetrá-lo. Bom. Muito bom.

— Sua mente está uma bagunça agora, que delícia. — Ela comentou, soltando uma risada baixa. — Preciso providenciar alguém para realizar essa sua vontade. Preciso providenciar que todas às suas vontades sejam atendidas, porque você foi bom com a Carolina, e ela gosta de você, e, surpreendentemente, eu gosto de você. Impressionante, Padre. É bom se acostumar com a ideia de me comer na Igreja. Ainda vai… — Ela gemeu mais, tremendo. — Ainda vai acontecer… muito.

Carolina gozou na boca do Padre, molhado e gostoso, rebolando contra a sua língua e se esfregando mais de propósito. O Padre não parou de chupá-la, querendo sentir o gosto até o final, querendo sentir o gosto dela quando gozasse de novo, já que estava tão, tão perto.

— Vai gozar duas vezes no seu primeiro dia, Padre? Talvez a Carolina esteja mesmo certa e você seja especial. Especial de verdade. Merecedor do corpo gostoso dela, merecedor do prazer que nós podemos te proporcionar.

Ele gozou de uma vez, espirrando porra na bacia que usou para limpar os dois, na água benta que usou para limpar os dois, suas crenças todas se misturando e perdendo e ganhando significado naquele gesto.

Estava fodido.

Ferrado.

Sua vida nunca mais seria a mesma.

Carolina se levantou da mesa e se ajoelhou de frente para ele, sua íris agora de volta ao normal, sua pele brilhante de suor, um sorrisinho travesso nos lábios. O padre apoiou a testa contra a dela, sorrindo como um devoto santificado. Não queria que sua vida voltasse a ser o que era, não mesmo.

— Eu te absolvo de seus pecados em nome do Pai e de Filho, e do Espírito Santo.

Ele fez o sinal da cruz sobre os lábios dela, sentindo-os úmidos nos dedos.

— Amém.

Comecei o ano com o pé na porta e tô BEM feliz com o resultado desse texto. Tenho planos e mais planos para essa newsletter pra 2024, fiquem comigo, vai valer cada minuto, eu prometo.

Se quiserem falar sobre, como sempre minha DM está aberta e o curiouscat também! Agora também estou com um canal no telegram onde mando notícias, fofocas e novidades aleatórias, em um ambiente mais informal! Você também pode entrar no meu servidor no discord, o Kaleidomosmik.

É isso! Um xêro e um queijo,

Kodinha

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