#42 - Era pra sempre - Só uma rapidinha

Era pra sempre by fresno starts playing in the background

BOM DIA QUERIDES FIÉIS, QUERUBINS E CRIATURINHAS QUE ADORAM FICAR DE JOELHOS

Bem vindes de volta ao Só uma rapidinha, a sua newsletter local de putaria transviada 🙂 Desta vez estou de volta aqui com vocês com uma rapidinha de vampiros… diferente.

Antes de irmos para os finalmente, queria dizer que no próximo mês, dia 12/05, o Só uma rapidinha completa dois anos! Estou muito feliz e animado e tenho planos para a semana de aniversário — já que dia 12 é um domingo —, e espero que vocês embarquem nessa próxima loucura comigo também.

Juro, vai valer a pena, e eu já poderia logo agora começar a agradecer muito por cada pessoa que está inscrita aqui e dando uma chance pras minhas histórias malucas. Minha vida é melhor por poder compartilhar o que eu faço com vocês.

Isso dito, bora pra história? Ela está ligeiramente diferente da maioria do que eu faço aqui, mas eu gostei bastante e espero que vocês gostem também. Eu cheguei pra minha amiga Mariana que é muito emo e disse que queria um plot que só ela conseguiria imaginar. E… bom, esse é um plot que só ela conseguiria imaginar…

ps: Se quiser contribuir com o meu trabalho, considere doar qualquer valor para [email protected] e me ajudar a continuar contando histórias. E se você leu e gostou dessa rapidinha, considere falar dela por aí! Um RT num tweet, um comentário, um like já levam a palavra mais longe e fazem esse autor que vos fala MUITO feliz e radiante!

Era pra sempre

tags: monsterfucking, vampiros, sangue, vampiros se alimentando, orgia, sexo em público

Enquanto enrolava o lençol, eu pensei no dia em que você foi transformado. A maioria de nós se tornava vampiro por estar prestes a morrer na hora certa e no lugar certo, mas alguns de nós eram transformados por amor. Você foi transformado por amor. Uma paixão doentia que tomou a nós dois, que me fez esquecer de onde estávamos, que me permitiu te trazer para o meu mundo infernal mesmo ciente de que seríamos caçados, de que as coisas já não eram tão simples como antigamente. Amar às vezes nos levava a fazer esse tipo de coisa.

Fiz muitas voltas com o lençol, depois com as nossas cobertas. Amor. Eu achava que aquela febre doentia e a necessidade desesperada de ter você comigo era amor, naquela época eu achava que aquilo era amor. Eu era tão jovem… Pouco mais de cinquenta anos, não tinha vivido o suficiente nem mesmo para superar minha expectativa de vida humana. Talvez por isso a possibilidade de te perder parecia tão desesperadora, de certa forma. Eu nunca tinha perdido ninguém. Ainda não estava acostumado com a dor.

Você parecia tão… jovem. Tão vivo, tão terrivelmente humano. O que talvez explicasse o quão confuso e perdido estava, sem saber para onde levar sua vida, tão consciente da finitude de seus dias. Gosto de pensar que foi por isso que te mordi. Porque queria realizar o seu desejo de poder testar tudo que gostaria de testar e então fazer o que você realmente gostaria de fazer. É mentira, ao menos em parte, mas gosto de pensar mesmo assim.

Naquela noite, no casebre que você tinha alugado com o restante de suas economias, eu mudei a sua vida para sempre. Eu te mordi, nós transamos por horas, e comemos uma família inteira de coelhos antes do sol nascer. Achei que tudo seria mais fácil assim. Que estava te oferecendo força para se defender e tempo infinito para você.

Não vou dizer que me arrependo, não de verdade. Tudo que vivemos foi… maravilhoso. Assustador, perigoso, intenso demais, mas maravilhoso. Mas talvez, só talvez, se me dessem a oportunidade, talvez eu te poupasse. Talvez deixasse você viver sua vida cheia de confusões como um humano qualquer, porque talvez você preferisse essa confusão do que o lamaçal para onde eu te trouxe.

Coloquei a coberta nos braços e comecei a caminhar para fora. As memórias me inundavam como as águas de um rio subindo pela chuva, como se minhas lágrimas pelas bochechas estivessem desaguando de volta dentro de mim.

Não foi fácil depois que você se transformou. Eu não fazia ideia do que estava fazendo, não fazia ideia de como cuidar de um recém-transformado, e quase fomos pegos muitas vezes já no começo. Mas a inquisição era mais fraca naquela época, e nós mais fortes, então era aceitável cometer alguns deslizes.

E, ah, cometemos alguns deslizes. A maioria deles porque queríamos transar o tempo todo, inclusive. Porque desde o primeiro dia que nos vimos metade do nosso tempo era gasto transando como animais no cio e a outra metade repondo as energias para transar mais. Isso não é uma reclamação, nem são memórias doloridas. Vivemos a nossa não vida como queríamos viver. Do nosso jeito.

Então quando você me disse que queria me comer à beira dos canais de Veneza, eu fiz ser possível. Roubei, matei, enfiei nós dois no porão daquele navio e ainda ameacei dois marinheiros no processo, tudo para ver o brilho no seu olhar quando desceu a minha calça às três da manhã, apoiados em uma grade de proteção na lateral do canal, e me comeu como o putinho que eu sempre fui.

Você colocou uma gag ball na minha boca — você geme alto demais, Levi, só assim pra você se comportar — e masturbou meu pau com muita vontade, amarrou as minhas mãos na cerca e tirou a roupa inteira. Você nunca mais teve medo de ser visto depois que foi transformado, o que era lindo. Seus mamilos estavam duros, seu clitóris inchado atrás do dildo, visivelmente molhado, e você escolheu um pau grosso, como eu gostava. Minha boca estava salivando. Eu te amei mais um pouco ali, quando tive a certeza de que sua insanidade não tinha mais freios, como a minha talvez nunca tivesse tido. Você me fudeu tão forte, tão fundo, e com uma risada maníaca em meu ouvido, se divertindo com os meus gemidos engasgados, com o meu pau dolorido, com o quanto eu estava aberto pra você, te implorando por mais, pra ir mais fundo. Eu gozei três vezes nos canais de Veneza, meu amor, e você foi o responsável por cada gota de porra que pingou naquela água.

Tivemos que fugir as pressas porque o dia ia nascer a qualquer momento, então só consegui te retribuir o feito quando conseguimos nos trancar em um quarto de hotel barato e colocamos as roupas de cama tampando as janelas. Ali, eu tentei te retribuir um décimo do furacão que você era na minha vida. Chupei o seu clitóris melado até você gozar na minha boca, depois deixei você sentar no meu colo, apertei seus mamilos, fiquei disponível. Amor. Torto, confuso, maníaco. Ainda amor.

Depois desse dia, tivemos que ficar três meses fugindo da inquisição. Três meses fugindo por ter cometido o terrível ato de transar em público de madrugada e termos sido vistos por pessoas que foram rápidas em nos delatar na manhã seguinte, mas que provavelmente tinham aproveitado e muito assistindo a cena antes disso.

Tudo bem, você não ligava, e, porque você não ligava, eu não ligava. Muito mais importante do que a inquisição foi o kink exibicionista que você descobriu nesse dia, que fez crescer uma vontade dentro de você, florescendo como uma rosa cheia de espinhos, pronta para ser bela e fazer sangrar.

A decisão de fazer dos nossos desejos uma atração de bordel foi sua. Eu percebi que você tinha uma ideia maligna cozinhando dentro de sua mente muito tempo antes, é claro, mas você não disse o que era, e eu não perguntei. Aguardei até que estivesse pronto para compartilhar, e eventualmente você estava.

Você me levou pelas ruas escuras, vielas sujas e becos duvidosos. Te segui madrugada adentro até o distrito das putas e dos degenerados, um lugar que nos caia muito bem. Me deu bastante álcool dentro daquele bordel, me apresentando às damas da noite, me mostrando quem eram os frequentadores assíduos, flertando abertamente com alguns deles, só por diversão.

Você só me contou da ideia quando estávamos já em um dos quartos. A plateia não estava ali, ainda não, mas seriam convidados, se eu concordasse. Nós somos bons demais para ficar escondidos, meu amor. Nós somos arte. Se não à luz do dia, aqui, dentre os rejeitados.

Ali, eu disse sim.

Então você deixou eles entrarem, recolhendo o pagamento. Eram pessoas de todos os tipos, dos nitidamente devassos até mercadores respeitados, e entraram no quarto e na penumbra, sentando em todas as superfícies disponíveis — beira da cama, na comoda, criados mudos, no chão. Vinte pessoas, talvez? Mulheres, homens, pessoas cujo gênero era uma incógnita. Alguns jovens, alguns mais velhos.

Você prometeu a eles que viveriam algo que os mudaria para sempre. Que seria algo único, que nunca mais teriam essa oportunidade, que aquele lugar nunca seria o mesmo. Eu entendi na sua fala que iríamos embora no dia seguinte, mas aqueles desconhecidos não faziam ideia de nada disso. Ainda não sabiam de verdade onde estavam se metendo.

Você me deixou no centro da cama, tirou minhas roupas, tirou as suas roupas, e sorriu para mim enquanto éramos devorados por vinte pares de olhos. Eu estava nu, mas não me importava. Você estava nu, mas não se importava. Alguns dos olhares eram confusos, misturando desejo e asco, mas naquele momento, não importava. Você era um deus, o todo-poderoso, e todas aquelas pessoas estavam ali para servir ao nosso prazer.

Quando os primeiros dedos se esticaram na sua direção, tocando seus seios, você agarrou aquele punho com força e trouxe um jovem para a cama, entre nós dois. Não devia ter mais de vinte, um rostinho angelical, mas um pouco desnutrido. Eu beijei o garoto, sentindo gosto de vinho barato em sua língua, e você tratou de exibir o pau dele, masturbando-o com urgência. Eu precisava dele. Eu precisava de você.

Uma mulher se juntou a nós na cama, lambendo seu pescoço, tocando seu clitóris, e suas bochechas coraram como nunca. Você mandou eu me sentar no pau do garoto, e eu obedeci, porque sempre te obedeci, porque meu amor por você me obrigaria a fazer qualquer coisa. Logo tinha outro pau na minha boca, um par de línguas no meu pau, e você tinha mãos nos seus seios, um pau na sua bunda, cinco dedos inteiros na sua buceta.

Todas as pessoas estavam em todos os lugares, usando nossos corpos, preenchendo nossos buracos, tomando tudo que tínhamos e mais um pouco. Eu amei. Amei cada segundo, amei porque o brilho no seu olhar ao me ver um boneco era delicioso, e porque eram raras as ocasiões em que eu te via tão preenchido, tão satisfeito, tão molhado.

O primeiro sangue que bebi naquela noite foi o seu. Quando você escorreu os dedos pelo meu rosto, limpando porra do meu queixo e dos meus lábios, mordi bem de leve um de seus dedos e suguei o líquido vermelho, sentindo como me explodia por dentro, sentindo como me eletrizava, como aumentava ainda mais o meu tesão e o meu desejo. Foi muito difícil parar depois disso. Mordi os seios de uma garota jovem e a vi ter um orgasmo sentada no meu colo, os olhos fechados enquanto me deixava beber do seu sangue, enquanto transcendia e me deixava transcender.

Você também mordeu alguns deles, outros não, e aquele quarto logo era uma mistura de porra, gozo e sangue, e eu e você logo éramos uma mistura de porra, gozo e sangue, e quando os visitantes foram embora, um a um, eu ainda fui torturado por você, que se masturbou uma última vez naquela noite com o clitóris na minha cara, sem me deixar te tocar, sem me deixar te chupar, sem me deixar sentir seu gosto, ter mais do seu sangue. Eu te observei como o que você era: minha perdição, minha ruína, minha salvação, meu deus.

As memórias afetavam meu corpo na mesma medida que afetavam minha mente. Não era pesado, carregar com os lençóis e a coberta daquela forma. O peso não era físico, mas em minha alma, nas correntes que me prendiam aquele lugar. Que nos prendiam aquele lugar. Cada porta que ficava para trás era mais uma afirmação daquela sentença. Mais uma prata em meu peito, mais uma lágrima descendo do meu rosto.

Passei pela sala, observando todas as pinturas nas paredes, os desenhos, seus desenhos, de tudo que fomos, de tudo que vivemos.

De frente para a porta de entrada, minha mente foi sugada para anos antes, quando compramos essa casa. Talvez fosse a hora de parar, você falou. Talvez a gente pudesse se aquietar por uns anos, passar por baixo do radar, talvez aquela cidade fosse grande o suficiente para nos esconder da Inquisição, mas não grande demais para ter patrulhas e batidas de revista. Parecia perfeita.

Demos uma festa de recém casados que obviamente virou uma orgia, mas não foi dela que me lembrei. Foi o depois que invadiu a minha mente. Como você me segurou como se eu não pesasse mais do que uma folha de papel. Como me levou para a nossa banheira, encheu de água quente, me colocou lá dentro e me cuidou. Você me lavou inteiro, cuidou dos meus cabelos, me deu água, me deu sangue. Naquele dia, embriagado de desejo, cansaço e amor, eu finalmente entendi.

Sempre achei que tinha te transformado porque te amava demais, porque queria te dar a possibilidade de viver todas as versões da sua vida que você queria viver, porque a possibilidade de te ver não sendo incrivelmente feliz me destruía. Tudo isso era verdade, mas não o principal motivo. Eu te transformei porque, de alguma forma, sabia que a sua existência ao meu lado me salvaria. De alguma forma, eu sempre soube. Sempre soube que a eternidade diante de mim seria insignificante se você não estivesse ao meu lado. Te transformei porque não havia a possibilidade de não o fazer.

Naquele dia, te amei. Não com raiva, não com pressa, não com sede. Te amei devagar na cama, aos beijos, carinhos, abraços, tentando te dizer em todas as línguas que conhecia que eu não conseguia imaginar nem minha vida, nem minha não vida, nem minha morte sem você. Você tinha que estar ali pra sempre. Tinha. Só tinha.

Então talvez por isso pareceram tão naturais aqueles passos que dei para fora de casa com as cobertas nos braços. Chorando, mas sem tremer, sem hesitar, sem entrar em desespero. Era o rumo natural das coisas. Era como eu sempre soube que seria.

Caminhei devagar até seu lugar favorito na casa, embaixo da enorme árvore que tínhamos em nosso quintal. Era perfeito, o lugar perfeito. Sentei. Fechei os olhos, ajeitando os lençóis nos meus braços.

Ajeitando você nos meus braços.

Sua expressão era suave, mesmo com todo o sangue. Ver sangue em sua pele não me assustava, nunca me assustou. Não parecia diferente de qualquer alimentação mais sangrenta, qualquer dia mais intenso. Exceto que dessa vez você não estava em êxtase pelo alimento, não estávamos transando loucamente como eu gostaria, não estávamos de mãos dadas perigosamente aguardando o nascer do sol, cientes de uma possível morte.

Eu estava ali, aguardando o nascer do sol, ciente de uma inevitável morte.

Seu corpo em meus braços aguardava o nascer do sol, pronto para voltar ao pó.

Meu amor por você me fez cravar os dentes no seu pescoço e te levar para conhecer o mundo. Seu amor por mim me fez inteiro de novo, quase-humano, quase-vivo. Eu tive sede e você foi meu oásis. Eu tive fome e você me deu seu sangue. Me banhei de você, devorei você, adorei você com cada pedaço do meu corpo e da minha não alma.

Eu te amei.

Eu te amava.

Eu te amo.

Vou sentir falta do sexo. Do desespero. Do sangue. Da fome, da sede, da vontade, da urgência, da sua falta de pudor, do seu gosto na minha língua, eu vou sentir falta, mas não muita, porque vou estar morto antes dessa falta me consumir, antes da dor explodir os meus ossos, antes da insanidade me tirar a razão.

Eu vou morrer por você como você morreu por mim.

O sorriso em meu rosto é quase maníaco, é desesperado, é fruto de uma agonia profunda, de uma saudade que rasga o meu peito inteiro.

Tal qual a Inquisição, o tempo é impiedoso. Ele, que nunca nos tocou, que nunca nos fez cócegas, agora me levará embora. Um senso de justiça final. Uma ironia simbólica.

Uma faca me dilacerando por completo.

Minha última memória de você veio junto do primeiro raio de sol da manhã.

Nosso primeiro casamento, quando a primeira nação permitiu que nos casássemos. Não foi o único, mas o mais especial. Você me levou para passear no topo de uma montanha alta, me entregou um anel feito do caule espinhento de rosas, nós compartilhamos o sangue que verteu dessa união e você me fodeu até que eu não lembrasse mais do meu nome, do meu sim, de que ano era.

Eu te amei.

Eu te amava.

Eu te amo.

E vou te amar depois que o sol queimar meu corpo, em silêncio, porque a dor não é maior do que doeria continuar a existir sem você. Os que te tiraram de mim sofreram as consequências.

Agora era minha vez.

Conforme o sol subia no horizonte, fiz minha primeira e última prece da minha não vida.

Estou retornando para você, meu amor. Me aguarde no céu, no inferno, onde estiver. Na saúde e na doença, eu prometi.

E que nem a morte nos separe.

Desculpa?

Não me mata! Por favor! Me perdoa? Espero que dê pra me perdoar. Juro que fiz de bom coração (e sabendo que ia doer, mas isso não vem ao caso).

Se quiserem falar sobre, como sempre minha DM está aberta e o curiouscat também! Agora também estou com um canal no telegram onde mando notícias, fofocas e novidades aleatórias, em um ambiente mais informal! Você também pode entrar no meu servidor no discord, o Kaleidomosmik.

É isso! Um xêro e um queijo,

Kodinha

Conheça os meus livros:

LANÇAMENTO → Seja feita a vossa vontade: Compre comigo com desconto ou na amazon

Manda foto de agora: Amazon 

Jogador número 3: Amazon

Mais de nós: Amazon

Meus livros como Koda Gabriel aqui.

Join the conversation

or to participate.