Adorno - Só uma rapidinha

é errado querer foder a decoração?

Boa noite safadinhes, como estamos?

Se essa é sua primeira vez por aqui, seja muito bem vinde! Meu nome é Koda G., eu sou um autor não binário que escreve putaria queer. Tenho vários contos publicados na amazon e essa newsletter, a Só uma Rapidinha, é meu local de experimentação. Por aqui envio textos eróticos gratuitos muito safados, sempre com personagens LGBT+ e situações diferentes, quase sempre com fetiches também.

O texto de hoje é o resultado de duas mentes diabólicas pensando juntas. Já falei aqui antes, Becky é uma das minhas ilustradoras favoritas. E entre um ataque de fã e outro (todos perfeitamente normais e racionais) resolvi convidá-la para fazermos um #transtuesday em conjunto, com texto e ilustração. Essa história é o resultado da união Kodinha + Becky matutando juntos, pensando que fim de ano é época de partilhar a comida — seja ela uma refeição ou o seu submisso muito obediente.

Dante, Carol, Jade e Lis são a resposta para nossas indagações, e talvez sejam a resposta para as suas indagações também. Aproveitem a putaria de hoje, hehe. E espero que não passem vontade nesse ano novo.

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Adorno

Dante estava muito consciente da sua pele como um todo. Era uma sensação diferente, essa de estar tão consciente de si, mas não conseguia evitar. Estava sozinho há pouco mais de três minutos, segundo os seus cálculos, mas sabia que logo perderia a conta. E sozinho também era só forma de falar, porque sua Rainha, Madame e a Senhorita estavam logo ali, do outro lado da sala, na mesa de jantar. Estavam conversando, empolgadas e distraídas, enquanto ele estava exatamente no mesmo lugar que estava há pelo menos uma hora.

Nada disso fora ideia sua. A festa, as convidadas, o arranjo, sua disponibilidade, tudo fora decisão de sua Rainha e seu papel foi meramente dizer Sim, minha Rainha, ou Não, minha Rainha, quando ela trouxe a lista de consentimento para a noite. De resto, apenas seguiu conforme ordenado. Preparou o jantar enquanto sua Rainha preparou a casa, tomou um banho enquanto ela preparou a mesa de centro, e estava pronto, limpo e nu, às seis em ponto.

Sua Rainha o colocara deitado sobre a mesa e amarrou com carinho. Primeiro os braços, amarrados um em cada pé acima de sua cabeça. Depois as pernas, amarradas pelas coxas também nos pés da mesa, dando uma certa liberdade de movimento, se fosse necessário. Por último, o lacinho sobre o seu quadril, de forma estratégica tampando parcialmente sua buceta.

Exposto tão perto da porta da entrada do apartamento, Dante já estava excitado mesmo antes da chegada das visitas. Se sua Rainha tivesse parado na amarração, entretanto, estaria mais controlado, menos desesperado, menos molhado, até. Mas sua Rainha não era conhecida por sua piedade ou bondade. Ele esperou enquanto ela tomava banho e se arrumava, esperou quieto, calado, pensando e pensando nas convidadas, em Jade e Lis, que naquela noite não seriam Jade e Lis, mas Madame e Senhora. Suas donas também, ao menos por um breve momento.

O tormento de Dante só começou de verdade quando sua Rainha voltou do banho. Ela usava um vestido vermelho longo e com um decote profundo, os cabelos soltos caindo em ondas sobre os ombros, os lábios com um batom vermelho vivo, cor de sangue. Estonteante. Impossivelmente linda. Sua, sua Rainha. O sorriso dela deveria ter dito tudo. Deveria ter ficado óbvio que ela ainda tinha alguma carta na manga, alguma coisa para propor, algum pedido indecente a ser feito em cima de tantos outros pedidos indecentes.

Ela se ajoelhou atrás da cabeça de Dante, fora do seu ângulo de visão, e deitou o rosto sobre o ombro dele. Posso filmar a noite para nossa coleção?, foi seu pedido. E era realmente um pedido, Dante podia dizer não, mas o tesão instantâneo que sentiu ao se imaginar assistindo esse vídeo sentado no colo de sua Rainha era a única resposta que precisava.

Então disse sim, e sua Rainha montou a câmera no tripé, e para começar o vídeo da melhor-pior forma, ela se ajoelhou ao seu lado de novo e beijou seu corpo uma vez, duas, três, quatro, cinco, dez, tantas, tantas vezes.

Preciso que meu adorno seja o mais bonito que as visitas já viram, ela disse, e Dante se remexeu sob os lábios dela, ainda se adaptando ao novo petname, mas adorando, adorando cada segundo.

Sua Rainha beijou seu peitoral e sua barriga e suas coxas, repôs o batom quando as marcas começaram a diminuir e beijou mais, até seus pés, beijou seus braços, beijou seu pescoço e, santo deus, beijou seu rosto, suas bochechas, sua testa. Marcado, todo marcado, dela, dela, tão dela.

Então, sim, Dante estava muito consciente de seu corpo. Conseguia sentir cada marca de batom, o calor remanescente dos lábios de sua Rainha como se ela tivesse o deixado há pouco, e não há vários minutos.

E não ajudou que Madame e Senhora chegaram logo em seguida, sorridentes, lindas, tão absurdamente gostosas. Madame em seu terno habitual, mas agora em uma versão vinho, e Senhora com uma saia curta, um cropped justo e a sua coleira de sempre, dessa vez sem a guia. Estavam ali para compartilhar do jantar e do adorno, e sua Rainha organizara o evento com cuidado para que as visitas não saíssem com fome de nada — nem de comida, nem de buceta.

— Sua decoração está muito bonita —- a voz de Madame ecoou pela sala, tirando Dante de seus pensamentos incansáveis. — Um belo, belo adorno.

Dante suspirou baixinho e se remexeu só um pouco ao ouvir. Em algum momento no passado se lembrava do medo que tinha de se meter em situações difíceis, do medo que tinha de ter que dizer não. Foi bom se descobrir errado, e agora só temer ser esquisito demais para sua Rainha. Mas até nisso estava errado também, porque ela abraçava cada uma de suas loucuras, muitas vezes até as antecipando, de alguma forma divina.

Essa parecia ser mais uma delas. O tipo de ideia que sua Rainha tinha que, quando olhada de perto, parecia ter sido extraída diretamente de seu subconsciente.

— E a comida também está deliciosa  — foi a Senhora quem comentou dessa vez. — A manga nessa salada foi uma ótima ideia.

Dante fechou os olhos. A voz delas parecia se distanciar, abaixar e depois aumentar única e exclusivamente para provocá-lo ainda mais.

— Nosso adorno fez tudo sozinho. — Dante conseguia saber que sua Rainha sorria só pelo seu tom de voz.

Sentiu seu clitóris pulsar.

— E tão quietinho, mesmo quando eu encostei nele — Madame o elogiou.

Seu coração acelerou no seu peito.

Mordeu o lábio inferior de nervosismo, contendo um suspiro no último segundo, querendo muito ser o quieto e bom adorno que elas tanto queriam que ele fosse. Tombou a cabeça para o lado, tentando vê-las ainda que soubesse que era impossível desse ângulo, mas seu olhar cruzou com a câmera, a luz vermelha ligada, filmando tudo.

Não ajudou.

Dante se perguntou como estava visto daquele ângulo. Ou de qualquer ângulo que fosse, na verdade. Se imaginou de novo em um futuro distante, em mais uma das sessões com sua Rainha, o vídeo passando, uma fuck machine ligada metendo nele, ah. Suas pernas tremeram instintivamente. Dante pensava demais e isso não era bom. Não era nada bom. Se mal conseguia se conter parado quando estava sozinho, não teria muita chance quando encostassem nele de verdade. Mas ele seria bom. Ele seria o melhor adorno que elas já tiveram.

Então Dante esperou. Quieto, podando pensamentos excessivos que o levavam para longe, controlando sua respiração toda vez que era mencionado na conversa, contendo os calafrios que se espalhavam pelo seu corpo, se esforçando para não remexer o quadril cada vez que sentia seu clitóris pulsar e o tesão se espalhando.

Quase ficou bom nisso.

Só quase, porque logo elas finalizaram as entradas, e se Dante sonhou que teria mais tempo sozinho para aperfeiçoar sua concentração — se é que tanto treinamento valeria de alguma coisa — estava errado. Escutou sons de pratos sendo recolhidos, provavelmente por sua Rainha, e o barulho de saltos contra o chão conformem todas elas se aproximaram dele no sofá.

Senhora se sentou na parte maior do sofá, de frente para as pernas de Dante, Madame sentou à esquerda de Dante e sua Rainha logo se juntou a ela, sentando ao seu lado.

Ninguém falou nada por um momento. Dante sabia que estava sendo observado por olhares atentos, era muito óbvio. Senhora tinha o olhar muito fixo entre as pernas dele, mas era tudo que ele conseguia ver daquele ângulo. Ao seu lado, Madame passeava os olhos pelo seu corpo inteiro, sem fixar em nenhum ponto. Dante reparou quando ela cruzou as pernas muito discretamente e gostou de saber que ela estava com tesão o suficiente para querer disfarçar o pau duro.

— É bonitinho demais, Carol — Madame comentou, olhando dessa vez para a Rainha.

— Não é?

— Você fez uma decoração ótima no adorno! Lindo, lindo. Quase não quero mexer para não estragar.

— Ah, mas eu quero. — Senhora se meteu na conversa, cheia de urgências, como quase sempre.

— Vamos tirar as dúvidas do caminho, então, para começar. — sua Rainha pegou a pequena pilha de cartas que estava ao lado da cabeça de Dante na mesa e levantou. — Aqui temos as possibilidades da noite. A ideia é sortear e se divertir, mas não se apeguem muito a ordem. — Dante a observava enquanto ela mostrava as cartas para as meninas. — Por exemplo, a primeira é abrir o lacinho, e suspeito, Lis, que você vai querer essa. — Sua Rainha estendeu a carta para a Senhora, que a pegou parecendo empolgada. — De resto, divirtam-se. Vocês podem falar se quiserem algo que não está nas cartas, mas o que está nelas é seguro, podem fazer sem pedir permissão ou perguntar.

— Gosto disso — Madame comentou, pegando a pilha de cargas da mão da Rainha.

— Posso começar? — a Senhora chama a atenção para si de novo.

A fala dela tinha um tom de pedir permissão que poucas coisas naquela noite teriam, Dante sabia, mas só porque fora daquele espaço, ela era uma submissa como ele. A noite era uma exceção e ela parecia estar se divertindo, mas hábitos eram difíceis de largar.

— Sim — sua Rainha e Madame responderam juntas.

A Senhora se ajoelhou diante de Dante, entre suas pernas, com um sorriso muito safado no rosto. Dante sentiu os dedos tremerem e torceu para que isso passasse minimamente despercebido no meio de todas as outras coisas. Seu estômago estava gelado em antecipação, se perguntando como ela faria isso e o que ela faria na sequência. O que cada uma delas faria na sequência, na verdade, e quais das opções que Dante dissera que eram seguras realmente foram parar nas cartas.

Fechou os olhos, tenso, ansioso, mas logo abriu quando sentiu os dedos da Senhora sobre o seu quadril, buscando o nó do laço. Os olhos dela brilhavam, sem desviar o olhar do laço entre as pernas dele, e suas mãos pareciam tão trêmulas quanto as de Dante. Ela desfez o nó e puxou a fita com a ponta dos dedos, afastando-o do corpo de Dante e exibindo-o por completo.

Pelado de verdade agora.

O olhar da Senhora dava a sensação de estar sendo devorado.

— Posso tocar? — Ela perguntou, a voz baixinha e arranhada.

E isso não foi sorteado de nenhuma carta, mas obviamente Dante havia consentido em ser tocado e a pergunta não era, na verdade, para ele.

— Só não deixa ele se divertir muito — Madame respondeu.

Senhora acenou que sim, concordando, e logo voltou os dedos para entre as pernas de Dante. Ele não conseguiu conter muito bem o calafrio que se espalhou quando ela pôs os dedos ao redor de seu clitóris. Apertou os lábios bem firme para não gemer, mas sentiu sua respiração mudar mesmo assim, teimosa. Senhora desceu os dedos até sua entrada, escorregando muito, muito fácil.

— Um buraco tão bom de adorno... — sua voz continuou arrastada, baixinha, quase inaudível. — É errado querer foder a decoração?

Ah, como era possível ele estar se sentindo tão bem e tão desejado, mesmo com tão pouco? Nada havia sido feito, mas Dante conseguia sentir o desejo estalando na Senhora como uma coisa viva, como se ela mal pudesse se conter. Ele se perguntou se debaixo daquela saia curta ela já estava dura e melada. Se perguntou se o deixariam chupar o pau dela até ela gozar na garganta dele só por diversão. Ah. Estremeceu de novo. Inferno.

— Vai fazer muito mais do que só foder a decoração hoje, meu amor — Madame afirmou, rindo.

Dante só então voltou a olhar para ela e viu sua Rainha servindo copos de sangria para as três. Ela parecia muito em paz, exatamente como Dante imaginou que ficaria. Sua Rainha era sempre muito centrada, e, quando não queria demonstrar muitas emoções, não demonstrava. Dante era especialista em notar suas mudanças sutis, entretanto, e conseguia ver o pequeno curvar que não sumia dos lábios dela, ou o volume de seu pau marcando o vestido de forma discreta, porque suas calcinhas eram excelentes.

Madame deu um gole na sangria antes de puxar a primeira carta. Dante achou que ela leria em voz alta, mas ao invés disso ela ficou parada, a expressão ilegível. A Senhora se aproximou, parando ao lado dela para ler também, e perguntou bem rápido:

— Posso?

Distraído, Dante demorou um segundo para reparar embaixo da saia da Senhora. A calcinha dela evidentemente não foi feita para comportar seu pau, que estava duro e desajeitado embaixo do tecido. As coxas dela eram fartas, e a visão desse ângulo era tão tentadora e deliciosa que fazia Dante querer pedir coisas, o que não devia fazer. Um bom adorno deveria se comportar. Deveria aceitar. Deveria esperar.

— Claro, meu bem — Madame deixou a carta sobre o sofá, longe das vistas de Dante. Só descobriria o que seria feito quando a Senhora o tocasse. Terrível e delicioso.

Acompanhou com os olhos conforme a Senhora voltou exatamente para o lugar onde estava, de novo entre suas pernas. Ela se ajoelhou ali e sem muita hesitação e ergueu as pernas de Dante apoiando as palmas das mãos em suas coxas, uma de cada lado. Olhando para ela, do ângulo que estava, Dante se perguntou o que ela faria. Se seria com dedos ou com a boca, e se seria no seu clitóris ou... ou. Mas a resposta não demorou a vir.

A Senhora desceu as mãos até sua bunda, apertando com firmeza por um segundo antes de afastar suas nádegas e sorrir como o diabo provavelmente sorri diante de um pecador. E essa foi a última visão de Dante, porque a Senhora se abaixou e lambeu seu cu com vontade. Dante poderia ter se preparado melhor, respirado mais fundo, tentado garantir que seus músculos não se remexeriam sozinhos, sem permissão, mas de alguma forma, mesmo sabendo o que viria, ainda foi pego de surpresa e precisou morder o lábio com força para não gemer.

Tentou concentrar seus tremores em suas mãos, que imaginou estarem menos visíveis que o resto de seu corpo, mas teve pouco tempo para pensar qualquer coisa porque logo Madame puxou outra carta e só a ideia de que teria mais mãos em seu corpo já foi o suficiente para fazê-lo tremer de novo. Isso estava dando muito, muito errado.

Ela não deixou Dante saber o conteúdo, apenas mostrou para Rainha e cochicharam entre si. Dante olhava de uma para outra, tentando ter algum aviso, alguma coisa para se preparar, mas já era difícil ler as duas normalmente, e ainda mais com a Senhora se esforçando tanto para lamber e chupar e enfiar a língua nele, apertando tanto sua bunda, com certeza deixando marcas que sua Rainha admiraria no futuro.

Sua Rainha se levantou bem quando a Madame se ajoelhou ao seu lado, e Dante olhou para ela uma última vez, curioso, quando ouviu Madame dizer:

— Você traz as presilhas?

Oh.

Sua Senhora concordou, e Madame apenas sorriu de volta.

— Você vai ficar bem quietinho pra mim, adorno?

Seu instinto foi dizer que sim, ou acenar que sim, mas ele parou no último segundo, já na metade do movimento. A Madame sorriu, vendo seu esforço.

— Muito bom... Quietinho agora.

E então ela lambeu o mamilo esquerdo de Dante e o mundo se dissolveu por um segundo. De alguma forma, mesmo sem verem uma a outra, a Senhora e Madame sincronizaram suas lambidas e movimentos. Era como se tudo que a Senhora estava fazendo em sua bunda fosse replicado perfeitamente em seu mamilo, cada sugada, lambida. E era terrível, mas era delicioso. Dante tinha mamilos sensíveis, e se Madame não sabia disso antes, parecia estar se deliciando com a descoberta.

Ao invés de ficar mais fácil se comportar, entretanto, ficou obviamente mais difícil quando Madame começou a morder também. Seus peitos eram pequenos, mas Madame não pareceu se importar em nada, e mordeu e lambeu e sugou, e a Senhora também estava empolgada, apoiando agora as pernas de Dante em seus ombros e o lambendo com tanta devoção.

Quando sua Rainha voltou e se sentou do lado direito de Dante, ele precisou admitir para si mesmo, um pouco envergonhado, que talvez fosse incapaz de ser obediente a noite inteira. E queria, queria muito, mas como se as presilhas de metal em suas mãos não fossem provocação o suficiente, sua Rainha trouxe também uma vasilha com cubos de gelo. Os dois eram uma promessa que não precisava de palavra alguma para desestabilizar Dante ainda mais. Ele se sentia quente, muito quente, trêmulo por dentro, controlando tanto quanto conseguia sua respiração inquieta e seus músculos que teimavam em se mover por contra própria.

— Quer fazer as honras? — sua Senhora estendeu uma das presilhas para a Madame.

— Na verdade... — Ela olhou para o pote com os cubos de gelo. — Me mostra o seu truque.

Oh.

Oh.

Dante sabia o que viria. Sabia o que viria e mais uma vez não conseguiu se preparar.

— Vamos fazer juntas.

Não havia como se preparar.

Dante fechou os olhos, decidido a não abrir de novo, ao menos não por um momento. Decidido a aguentar.

Quis morrer quando sentiu os cubos de gelo contra os seus mamilos, os dois ao mesmo tempo. A sensação era absurda, mais ainda dado que seu corpo estava muito quente. Sentia os mamilos mais saltados ainda, tão, tão sensíveis, tão gelados, molhados com a água derretendo, e conseguia ouvir a conversa entre sua Rainha e Madame. Ah, tão durinho, uma disse, Sim, sim, ele é muito sensível, a outra respondeu. E se eu chupar também?, Depois é só por mais gelo e a presilha. E aperta bem. Ele gosta quando dói.

Ah, Dante estava perdido tão cedo. Tudo parecia um sonho, um sonho do melhor tipo, e deveria agradecer muito sua Rainha por essa ideia, por esse momento, porque Dante sequer saberia dizer se merecia algo assim. A honra de ser um objeto tão importante, a honra de receber tanta atenção. E Madame logo voltou a passar a língua quente sobre o seu mamilo, brincando com as sensações de um lado enquanto sua Rainha apertava a presilha do outro, puxando e maltratando como só ela sabia fazer. Bom demais. Infernal demais. Sensível, sensível demais.

Dante sequer percebeu quando foi que começou a suspirar e gemer baixinho. De alguma forma ainda teve o senso de ser minimamente discreto e silencioso, mas ainda assim gemia, o peito arfando a cada movimento de sua Rainha, de Madame e da Senhora. Era muto difícil ficar quieto, em silêncio, e ficava mais difícil a cada segundo, a cada toque, a cada puxão da presilha ou mordida da Madame ou passada de língua da Senhora.

— O que acha de uma mordaça? — Sua Rainha perguntou, mas Dante sabia que a pergunta não era para ele. — Gosto do nosso adorno caladinho e obediente.

Madame não respondeu de imediato e se afastou um pouco. Dante abriu os olhos e a viu puxando outra carta do topo do baralho, sorrindo para ela com malícia.

— Ainda não. Olha. — Ela mostra a carta para a Rainha, novamente sem permitir que Dante veja seu conteúdo.

— Quer escolher?

Madame acenou concordando, mas antes de se levantar prendeu a presilha também e puxou as duas de uma vez, fazendo Dante soltar mais um arfar involuntário. A dor era deliciosa demais. E Dante queria ser um bom garoto e ficar quietinho, queria continuar merecendo esse presente de natal, mas era difícil quando elas continuavam o provocando e sorrindo sempre que conseguiam arrancar alguma reação dele.

Parecendo se aproveitar da deixa, a Senhora se levantou também, os lábios e o queixo molhados de saliva, também com um sorriso no rosto, e, ignorando Dante — que queria muito protestar e pedir para ela continuar, para ela fazer mais do que só passar a língua nele —, puxou uma carta do baralho também. E depois outra. E mais uma.

— Ah, que conveniente. De primeira, justo a que eu queria!

Dante segurou uma risada, mas só até ela levantar a mão e lamber os próprios dedos um a um, devagar. Cada movimento dela era tão erótico e deliciosamente vulgar, que, embora Dante estivesse amando estar amarrado e a serviço e apenas uma coisinha para ser usada e fodida, queria também se ajoelhar e se oferecer para lamber os dedos de Senhora ele mesmo, queria beijar seus pés e agradecer por como ela havia o chupado, deixado tão melado e tão sensível. Ela era boa demais. Todas elas, boas demais com ele.

— Onde? — A Senhora levantou a carta, mostrando para alguém que estava atrás de Dante e ele não sabia quem era.

— Continue preparando a bunda dele — a Madame respondeu. — Sinto que em breve vou precisar que ela esteja pronta.

Tudo que elas diziam chegava em Dante no formato de uma bala. Conseguia sentir sua buceta pulsando, seu clitóris duro, mesmo sem se tocar, mesmo sem ver. Será um prazer, foi a resposta da Senhora que Dante só processou pela metade. E a observou lamber de novo o dedo indicador com bastante intensidade, melando-o inteiro.

Antes que ele pudesse vê-la se ajoelhar de novo, entretanto, sua Rainha e Madame se sentaram uma de cada lado do seu rosto, desviando sua atenção mais uma vez. Madame segurava um dildo médio, um dos que Dante adorava — em todos os sentidos —, e sorria para ele, parecendo imaginar tudo que poderia fazer.

— Diz quando você começar, Lis. — Madame falou, olhando para Senhora brevemente.

— Você vai saber.

E então ela esfregou dois dedos melados de saliva no cu de Dante, fazendo-o tremer um pouquinho.

— Viu? — Ela sorriu. Todas elas pareciam estar o tempo todo rindo de como ele era inquieto e era delicioso e terrível em partes iguais. — Ele está se esforçando, mas não resiste. Não resiste quando a gente encosta nele.

Como se precisasse provar mais uma vez o que disse, ela enfiou um dedo e Dante fez mais do que tremer por um segundo. Seu quadril se moveu na direção do dedo dela e seu peito se inflou de ar de uma vez. Ao menos conseguiu conter os gemidos. Estava torcendo para seu orgasmo não estar condicionado ao seu comportamento, ou ficaria frustrado a noite inteira.

Ela não esperou que Dante se acostumasse e não perguntou se poderia continuar, apenas continuou. Tirou o dedo e colocou de novo, primeiro devagar, uma, duas, três, cinco vezes, mas logo estava rindo mais rápido, arrancando pequenas reações de Dante aqui e ali. Se conseguisse processar suas emoções, Dante seria capaz de entender que estava irritado consigo mesmo por não ficar parado, mas sequer tinha tempo para processar o que estava de fato acontecendo. Piorando sua situação, Madame puxou seu foco mais uma vez:

— Abra a boca — ordenou, e Dante obedeceu.

Madame colocou só a cabeça do dildo na boca dele e Dante não precisou de uma segunda ordem para chupar e lamber com vontade. Da primeira vez que fizera isso, ele se sentiu levemente estranho. Como podia ser mais divertido vê-lo chupando um dildo quando o pau de sua Rainha estava logo ali, tão delicioso e melado? Mas muito rápido entendeu que era menos sobre sentir algo diretamente e mais sobre a sensação de poder, e tão logo percebeu que sua Rainha se sentia muito poderosa colocando-o para chupar dildos, Dante entendeu que gostava de agradá-la assim. Gostava de vê-la morrendo de tesão ao foder sua boca.

Então Dante chupou a cabeça do dildo até sentir baba escorrendo pelo seu queixo, até a Madame começar a lentamente empurrar o cumprimento do dildo mais e mais para dentro de sua boca; chupou enquanto a Senhora enfiou mais um dedo em sua bunda, abrindo aos poucos, indo cada vez mais fundo e mais forte; chupou mesmo que seu corpo não estivesse obedecendo seus comandos para ficar quieto e seus braços estivessem se remexendo contra as amarras, suas mãos se fechando e abrindo involuntariamente.

Chupou até sua Rainha se demonstrar inquieta ao seu lado e acabar levantando e puxando seu corpo um pouco para cima na mesa. Sua cabeça tombou para trás, caindo para fora do tampo, o que evidentemente deu um ângulo muito melhor para Madame brincar com a sua boca.

— Melhor. — Sua Rainha sorriu satisfeita.

Ninguém protestou pela mudança súbita de posição, e Dante estava com a boca e a bunda e a mente ocupados demais para pensar em reclamar de qualquer coisa que fosse. O dildo desceu em sua garganta bem fundo uma, duas, três vezes. Isso, adorno, isso. Me deixa usar sua boca deliciosa, mela esse dildo inteiro pra mim. Os elogios de Madame só fizeram Dante se empenhar ainda mais, como se o dildo pudesse gozar em sua boca e encher sua garganta de porra. Queria os elogios, queria ser bom, queria mais, mais, mais.

A Senhora enfiou mais um dedo, três dessa vez, e estava fodendo seu cu sem medir nenhum movimento. Dante estava tão sensível que o mero respirar quente da Senhora — perto demais de sua buceta, mas, ao mesmo tempo, tão longe — parecia suficiente para fazê-lo gozar se continuasse se somando a tudo que já acontecia. Assim, dedos na bunda, um dildo fundo em sua garganta e sua Rainha segurando sua cabeça para trás, facilitando o acesso à sua boca, Dante estava na sua definição de paraíso.

— Tão bonito, todo suado. — Sua Rainha desceu os dedos pelo seu peitoral.

— Estamos bagunçando sua decoração, as marcas estão todas borradas agora — Madame a respondeu, ainda fodendo sua boca com vontade.

— Ah, ainda mais bonito agora, não acha? Sinal de que está sendo usado.

Ah.

Como era possível que sua Rainha soubesse como piorar o seu estado só com palavras?

— Acho que ele está pronto, queridas — Senhora levantou a cabeça, parecendo também muito suada.

Ela diminuiu os movimentos até quase parar e Dante quis gritar, em especial quando Madame tirou o dildo de sua boca, mas se impediu de falar no meio do caminho. Quase. Seu esforço em ficar quieto não passou despercebido por sua Rainha, entretanto.

— Adoro o quanto meu adorno é obediente. — Ela acariciou os cabelos dele. Dante sentiu sua pele corar. — Caladinho para sua Rainha.

Dante a amava. Dante a amava e servi-la era o mínimo, era pouco, e ver ela satisfeita com a sua obediência, ainda que tão falha, o deixava eufórico. Ele conteve um sorriso, mas se sentia ainda mais quente, tinha certeza que sua pele estava vermelha — se não das manchas de batom, talvez da sua vergonha e alegria e euforia.

Ao seu lado, Madame virou uma carta, duas, três, quatro. Aparentemente passaram do ponto da paciência e todas estavam escolhendo o que fazer dele agora. Não as julgava. Tudo das cartas estava ali porque era permitido, então tudo poderia ser usado, a ordem era mera formalidade. Na quinta carta, entretanto, Madame pareceu satisfeita.

— Ah! Segura. — Ela entregou o dildo para a Senhora, que o segurou pela base com cuidado.

Madame e Rainha se levantaram rapidamente, desaparecendo atrás de Dante, e Senhora usou esse tempo para espiar a carta jogada sobre o sofá.

— Isso vai ser ótimo — ela murmurou para si mesma, e depois se virou de volta para Dante. — Mal posso esperar pra ver como você vai ficar.

Dante escutou os passos de Madame e Rainha voltando logo em seguida e não precisou se perguntar por muito tempo o que a Senhora quis dizer. Madame tinha um segundo dildo em sua mão, do mesmo tamanho, mas mais grosso, e sentou ao lado de Dante de novo sem hesitar.

— Lambe esse também, adorno.

Dante obedeceu. Fechou os lábios ao redor da ponta do dildo de novo e se preparou para a grossura diferente. Deixou Madame empurrar o dildo até sua garganta, e se esforçou para deixá-lo bem melado com saliva. Sabia o que elas fariam e queria ajudar. Não que precisasse, porque tinha a grande suspeita de que qualquer coisa que enfiassem nele deslizaria sem problema algum a essa altura, mas apreciava o cuidado mínimo.

— Esse aí é pra bunda dele, Lis. —- Madame comentou, ainda fodendo a boca de Dante com o segundo dildo. — Mas pode usar a buceta dele de lubrificante. Aposto que está molhadinho e pronto.

Parecia que ela estava lendo seus pensamentos. Como?

— Mas não comece ainda. — Madame impediu a Senhora no último segundo. Ela pareceu tão desesperada quanto Dante com a interrupção. — Carol, você pode encher meu copo, por favor?

Sua Rainha deixou alguns itens ao lado da mesa antes de se levantar, e Dante não conseguiu ver o que era. Só viu de relance quando ela foi até a cozinha, buscou a garrafa de Sangria e voltou rebolando — tão deliciosa — para encher o copo de Madame.

Dante esperou que ela bebesse tudo, ou muito, mas ao invés disso ela bebericou um único gole e sorriu para Dante. Tirou o pau da boca dele com um gesto simples, sem aviso, e esperou. Dante sempre percebeu que sua Rainha e Madame pareciam se comunicar telepaticamente durante cenas, mas ficou surpreso mesmo assim quando sua Rainha o puxou para baixo na mesa, apoiando sua cabeça sobre o tampo novamente. Como ela sabia? E por que estava sendo movido de novo? Por um segundo chegou a acreditar que o objetivo delas era preencher todos os seus buracos, mas elas pareciam ter outros planos.

— Adorno... — Madame chamou a atenção de Dante, que virou o olhar para ela de novo. — Fique bem quietinho para mim, ok?

E então Madame colocou o copo cheio de sangria entre os peitos de Dante.

Ele prendeu a respiração, tenso, morrendo de medo de tremer, de se mover, de errar.

— Isso. Muito bom. Adornos não derrubam bebida.

Tortura. Isso, sim, era tortura. Ser amarrado? Tudo bem. Ser usado? Delicioso. Ser fodido até estar fraco? Sim, por favor. Isso? Tortura.

O problema era que Dante amava ser torturado.

A Senhora enfiou o pau em sua buceta sem anunciar. Talvez Dante tivesse visto alguma coisa se estivesse conseguindo focar em algo que não fosse o movimento de seu peito e a sensação do vidro gelado sobre a sua pele, mas estava concentrado demais em não derramar tudo. Sequer se lembrou que deveria ficar calado. Gemeu com a voz arranhada quando a Senhora meteu de novo, e gemeu mais uma vez quando ela tirou o dildo e começou a esfregar contra o seu cu.

— Só a ponta primeiro. — A voz de Madame parecia distante agora. Dante mal conseguia processar.

Elas enfiaram os dois dildos ao mesmo tempo, um em sua buceta e o outro em sua bunda, e Dante nunca em sua vida tinha sentido tanto pânico. Estava morrendo de tesão também, claro, óbvio — cada centímetro de dildo era um pouco de seu coração que morria e o deixava sem conseguir sequer controlar a própria voz, gemendo baixinho, arfando baixinho —, mas toda a atenção que ainda restava nele estava no copo em seu peito, na bebida balançando perigosamente, na ordem clara que recebeu para não se mover.

Adornos não derramam bebida.

E Dante queria tanto, tanto ser um bom adorno, boa decoração, bom de usar e de foder e obediente do jeitinho que elas gostavam. Sentia os olhos cheios d’água, ameaçando chorar, e só respirou minimamente aliviado quando elas pararam com os dois dildos inteiramente dentro dele, apertados, preenchendo-o.

Alguns segundos para respirar. Para se centrar. Para tentar garantir que obedeceria. As lágrimas em seus olhos só começaram a escorrer de verdade quando sentiu a mão de sua Rainha acariciando seu cabelo com muita calma, um sorriso muito carinhoso no rosto.

— Vou precisar te ajudar a ficar em silêncio?

Dante quis responder por favor. Quis implorar, ainda que não fizesse sentido, mas mordeu a própria língua e apenas acenou que sim. Queria ajuda. Precisava de ajuda. Sua Rainha era tão, tão boa em ajudá-lo.

— Que adorno bonzinho. Quer tanto assim ser um bom adorno? Bonito e quietinho para suas donas.

Dante acabou suspirando de novo, acenando que sim, sentindo todas as coisas boas que sempre sentia quando sua Rainha o elogiava. Como a agradeceria? Quanto tempo seria necessário? Que bom que era dela. Teria a vida inteira, a vida inteira para ser bom e agradecido pelos cuidados que ela oferecia.

O gesto de piedade de sua Rainha veio no formato de uma mordaça com uma bola. Ela passou a mordaça atrás da cabeça dele e encaixou a bola em sua boca aberta. Era um alívio. Como se quisesse exemplificar ainda mais sua misericórdia, sua Rainha bebeu mais um gole do copo, dando um pouco de margem para os erros de Dante que ambos sabiam que aconteceriam.

Dante queria se esfregar contra ela, queria se mover, mas não podia, não devia, devia agradecê-la ficando perfeitamente parado, aguentar cada movimento dos paus dentro dele, ainda que parecesse impossível, ainda que fosse impossível.

Ela era misericordiosa.

Tão, tão maravilhosa a sua Rainha.

Exceto que Dante estava errado, sua Rainha não era misericordiosa coisa nenhuma, e ele demorou ainda alguns segundos para perceber o que mais estava no colo dela. Foi só quando Madame e Senhora voltaram a mexer os dildos dentro dele, quando mordeu o lábio e fechou os punhos, decidido a não se mexer mais do que isso, decidido a controlar sua respiração, a ser um bom adorno, a agradar sua Rainha, a melhor Rainha, que Dante entendeu.

Não era misericórdia que movia sua Rainha, era o tesão, puro e simples. Se ela o deu o apoio da mordaça, foi unicamente para poder testá-lo ainda mais, e isso ficou claro quando Dante a viu levantando o vibrador em formato de microfone, sorrindo como o diabo sorri para um pecador corrompido.

Dante estava ferrado.

Gemer seria o menor de seus problemas.

— Lembre-se... quietinho, adorno.

Foi a última coisa que sua Rainha falou, mas não faria diferença se tivesse falado algo mais porque Dante não iria ouvir. Não bastasse o desespero da antecipação do vibrador, Dante ainda se lembrou de súbito da câmera que o filmava, que filmava todos eles, e ele não entendia porque toda vez que começava a pensar que daria certo, que resistiria, que se acostumaria, algo o lembrava de que era falho. Não. Não tinha espaço em sua mente naquele momento para pensar nas imagens do futuro, para imaginar como estava naquele vídeo, necessitado, molhado, suado e tão aberto e fodido e usado.

Fechou os olhos com força, afastando esses pensamentos justo quando os dildos começaram a entrar mais ritmados, mais fortes, mais fundos, e o vibrador entrou em contato com seu clitóris.

Sua respiração falhou e ele sentiu seu corpo inteiro se mexer, tentando inconscientemente fugir do vibrador. Acabou abrindo os olhos de novo, assustado, temendo ter derramado toda a bebida, mas, por sorte ou milagre, o líquido estava todo no lugar. Dante estava gemendo, ou tentando pedir por piedade, ou falar alguma coisa, com certeza, mas tudo era engasgado pela bola da mordaça, saliva se acumulando em seus lábios e já ameaçando escorrer pelos cantos de sua boca.

Se fosse capaz de rir, Dante daria risada de si mesmo por ter pensado, minutos atrás, que sua Rainha era misericordiosa. Sua Rainha era o inferno, e era isso que Dante amava nela. Não fazia sentido ter esperado por facilidade, devia ter previsto o movimento de crueldade de fodê-lo ainda mais, de piorar sua situação. Devia ter imaginado como isso a deixaria tão mais excitada, tão melada, tão molhada.

Ah, que maravilha, sim, tudo que Dante precisava era, além de estar sendo fodido e provocado e estar tão desesperado, começar também a imaginar os paus duros de suas três donas, começar a se imaginar lambendo porra de cada uma delas, levando porra de cada uma delas. Era fácil demais de imaginar, fácil demais de se perder.

Dante já não tinha mais foco nenhum.

Madame esticou a mão livre e puxou o copo para beber mais um gole, logo o colocando de volta no peito de Dante.

— Você pode gozar quando a gente esvaziar o copo, adorno. Até lá...

Os dildos estavam tão fundo, tão fundo dentro dele, e sua Rainha aumentou a intensidade do vibrador muito rápido, e o copo já se movia perigosamente para cima e para baixo a cada inspirar e expirar de Dante. Seria possível esperar? Seria possível aguentar? O pior, Dante concluiu, era que desobedecer talvez causasse punições realmente ruins, e não só mais tapas e sexo. E se elas parassem? Não, não poderiam, Dante não sobreviveria se ele gozasse e elas parassem de fodê-lo, se recusassem a tocá-lo pelo resto da noite, não. Dante aguentaria. Esperaria o quanto fosse necessário.

A Senhora bebeu mais um gole do copo.

Faltava pouco agora.  

Sua Rainha bebeu mais um gole.

Só mais um pouco.

— Acho que quero mais — sua Rainha comentou, olhando para as convidadas. — Vocês ainda querem mais?

— Estou com sede, sim — Madame respondeu olhando diretamente nos olhos de Dante. — Enche o copo.

Não.

Dante não aguentava mais se controlar, se podar, se segurar. Era difícil demais, os dildos eram gostosos demais, o vibrador delicioso demais, e seu clitóris estava tão duro que doía, mas era bom, era muito, muito bom. Mais um gole. Dante queria mais. Queria que o mordessem, que o marcassem, que uma mão o enforcasse, que puxassem seu cabelo e gozassem na sua cara, no seu peito, sobre a sua buceta melada e usada, Dante queria tudo, tudo, tudo, queria que bebessem essa sangria e o deixassem gozar só pra começar tudo de novo, tudo, tudo de novo.

Mais um gole.

Dante queria implorar. Ainda bem que estava usando a mordaça ou seu papel de adorno teria sido totalmente arruinado naquele momento, seria incapaz de não dizer por favor, por favor Rainha, por favor Madame, por favor Senhora, mais, mais, por favor, por favor, como um disco arranhado, um cachorro pidão, uma coisinha irritante e necessitada. Mais um gole. Estava tão melado e conseguia ouvir o som molhado do dildo entrando e saindo, conseguia sentir cada centímetro, cada movimento, cada, cada coisa, e...

Alguém encheu o copo de novo.

A saliva estava realmente escorrendo pelo seu pescoço agora, seus sons engasgados pela bola da mordaça, as risadinhas de suas donas ecoando como sinos dentro de sua mente, avisos, lembretes, promessas. Ele não aguentaria. Dante não aguentaria. Precisava gozar, precisava muito gozar, e que fosse logo ou morreria, ou explodiria, derreteria, entraria em combustão.

Ele não aguentaria.

Nem mais um segundo.

Sua Rainha puxou o copo e o bebeu inteiro de uma vez.

— Estou com fome. — Ela anunciou para as outras. — Vamos deixar ele gozar e seguir com o jantar. Preciso de energia para continuar me divertindo com o melhor adorno do mundo.

Dante não precisou que ela repetisse a autorização. Estava gozando antes mesmo de sua Rainha terminar de falar, na verdade, o corpo esticado e tenso por um longo momento antes de relaxar contra o tampo da mesa, tremendo um pouco, saliva escorrendo mais pelo canto de sua boca, lágrimas rolando livres por suas bochechas, e os dildos molhados, tão molhados.

Um vidro de lubrificante surgiu de algum lugar e o líquido foi derramado em abundância sobre a sua buceta, sendo levado pelos dildos para dentro dele, mais molhado, mais melado e barulhento, e elas... elas iriam fazer ele gozar... de novo?

Não era possível.

Dante estava sensível demais, atordoado demais, não mais um bom adorno, agora apenas uma coisinha incontrolável, sofrendo, tremendo, um longo orgasmo parecendo já se emendar em outro quando sua Rainha aumentou mais um nível no vibrador.

Misericordiosa, risos.

Dante queria gritar. Queria dizer obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, porque o orgasmo era intenso e delicioso e infernal e terrível. Era tudo que Dante sempre quis e tudo que elas estavam se esforçando tanto para proporcionar. Ele não merecia, um adorno tão inquieto, mas recebia mesmo assim de suas donas, de sua Rainha, sua, sua Rainha.

Não parecia ter fim, até que teve.

Sua Rainha abaixou o vibrador devagar, diminuindo a intensidade até parar. Os movimentos dos dildos foram ficando mais lentos e lentos, até saírem completamente também.

Dante fechou os olhos e sentiu mãos removendo a mordaça de sua boca. Se elas queriam um adorno imóvel, conseguiram, porque parecia impossível se mover. Estava exausto, exaurido, com fome e sede também.

— Vou te soltar, adorno — sua Rainha sussurrou em seu ouvido. — Você vai se ajoelhar ao meu lado da mesa, como o bom cachorrinho que é quando não está sendo meu adorno, e vai comer e beber o que eu colocar na sua boca. E quando estivermos todas satisfeitas, vou te amarrar de novo, mas dessa vez de quatro na cama.

Dante abriu os olhos, sem saber se sentia pânico ou ainda mais tesão.

— Isso mesmo. Você é um cachorrinho muito educado, não vai deixar as visitas irem embora sem gozar em você, não é?

Não deixaria.

Jamais.

É isso! Um xêro e um queijo,

Kodinha

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