#17 - Dungeon Daddy - Só uma rapidinha

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Tags do dia: aftercare, meeeio que um subspace

OI

What a week, uh?

Mas apesar de estar cansadinho, estou firme e forte de volta com mais uma rapidinha.

BORA PROS RECLAMES DO PLIMPLIM

Anteriormente, no catarse

Semana passada tivemos dobradinha de rapidinha no catarse!

Para ler ambos, basta apoiar a partir de cinco reais. Aqui, temos um bibliotecário se divertindo no seu quartinho, nos fundos da biblioteca. Aqui, um casal de mulheres que decide flertar com uma desconhecida durante as férias.

E hoje, o que teremos?

Na última semana os dois temas que não ganharam a votação ficaram muuuito próximos: Dungeon Daddy e Ex namoradas se pegando em uma festa.

Meu plano era fazer uma votação na terça para definir qual dos dois viria essa semana, e qual viria semana que vem, mas a vida às vezes decide as coisas sozinha, então decidi focar em um deles e já carimbar o outro para semana que vem.

Então hoje teremos, diretamente do formulário de sugestões, o tema:

Dungeon Daddy

E, como sempre, tomei algumas liberdades para brincar com a proposta, puxando para um lado que ainda não apareceu nos textos!

Dungeon daddy

— E vocês subiram a montanha, devagar e cansados, sabendo que nada tinha mudado, mas, estranhamente, muita coisa tinha mudado. — Jonas falava com a voz calma. — Pensativos, pensando em tudo que ficou para trás, em como vocês nunca mais iam conseguir viver da mesma forma que antes… Mas com uma pequena chama queimando no peito, que empurrava vocês a cada passo, em busca do outro lado e das aventuras que aguardavam no infinito. E a gente continua na semana que vem!

Os jogadores gritaram, animados. Quase todos, ao menos. May e Lito gritaram, mas Charlie apenas soltou um nossa bem sonoro, talvez até mais alto do que gostaria.

— Caralho Jonas, hoje foi massa — May comentou.

— E terminou bem na hora do ônibus! É o que eu chamo de timing perfeito — Lito completou.

Jonas se levantou da mesa rindo, mas parou no meio do caminho, percebendo algo.

— E quem é que vai me ajudar a limpar isso tudo aqui? — disse, apontando para a bagunça de miniaturas, mapas e dados sobre a mesa.

Silêncio. Charlie levantou a cabeça, como se estivesse saindo de um transe.

— Eu posso — A voz dela saiu baixa e grave.

Os amigos se entreolham. Sabem que ela às vezes fica assim: como se a cabeça estivesse em outro lugar e o corpo fosse só um enfeite da sala. Mesmo assim, ainda ficaram um pouco preocupados.

— Tá tudo bem, Li? — May passou a mão sobre o cabelo da Charlie com carinho.

Charlie puxou o seu melhor sorriso do fundo do peito, piscou um pouco mais lento e respirou fundo antes de responder:

— Tô sim, Meimei. Preocupe não.

May e Lito pareceram aceitar a desculpa, mas Charlie sente o olhar de Jonas sobre si. Ele sabia. Ele sempre sabia.

— Bom pessoal, o ônibus é agora mesmo então? — Jonas caminhou em direção ao chaveiro na parede, e segurou as chaves na mão.

— É, isso — Lito respondeu, juntando todas as suas coisas em uma mochila. — A gente já vai, e depois fofocamos mais no grupo. Beijo, viu Charlie?

— Beijo, Charlie — May também falou antes de se ir até a porta.

Em poucos minutos eles estavam sozinhos. Charlie ainda não tinha se movido. Estava se sentindo… estranha. Mas segurou muito firme até estarem só os dois, não porque não confiava nos amigos, e sim porque eles iriam se preocupar sem saber o que fazer. Mas ele sabia. Ele sempre sabia.

Jonas voltou para a sala, o som dos seus passos soando distantes. Tec. Tec. Tec.

Charlie fechou os olhos. Tudo estava muito longe. Tinha muito tempo desde a última vez que isso aconteceu. Se sentia frágil, pequena, e, ao mesmo tempo, gigante, sem contorno, maior que todas as coisas. Parecia que seu coração estava exposto, que sua pele não poderia suportar o menor contato. Jonas se aproximou, ajoelhou ao lado da cadeira e segurou as mãos dela com delicadeza. Todo cuidado era pouco. A linha estava muito fina, agora, mais tênue do que nunca. Ela poderia facilmente ser levada ao prazer e conforto, mas também poderia acabar frágil e sofrendo.

— Posso cuidar de você hoje? — ele perguntou.

Ela já estava quase ansiosa. Temeu, por alguns segundos, que ele não fosse perguntar, que hoje não pudesse, ou que não quisesse mais ter esse tipo de troca com ela. Acenou que sim, sem saber se conseguiria falar mais uma frase sem arrebentar a corda. Sua cabeça flutuava, seu peito se expandia e se contraia. Queria chorar, mas não assim, e não agora.

Jonas passou os braços dela ao redor do seu corpo e eles caminharam devagar até o banheiro. As pernas dela pareciam de gelatina, tremendo sobre o piso, incertas do próximo passo. Ajudou Charlie a se sentar sobre a tampa do vaso, e lentamente tirou sua roupa.

Blusa de frio — ela tinha tanta sorte.

Camiseta — eles todos eram tão incríveis.

Sutiã — essa era a pior e a melhor sensação de todo o mundo.

Tênis — pequena, tão pequena.

Meias — sem nenhum contorno, maior que o próprio universo.

Calça — milhões de estrelas pipocando dentro de si.

Calcinha — ela precisava ser tocada ou iria enlouquecer.

Em seguida, ele tirou a própria roupa, com um pouco mais de pressa: blusa, calça, cueca, e aquela sensação de que não existia ela, e não existia o mundo, apenas uma confusão de coisas se misturando e explodindo e renascendo.

Êxtase.

Catarse.

A maioria das pessoas conhecia essa sensação através do sexo, mas algumas pessoas também sentiam em caminhadas ao ar livre, assistindo filmes ou lendo livros. Com ela, era jogando RPG. Mais especificamente naquele tipo de sessão caótica, onde tudo acontecia, e passados eram escavados, futuros escritos, grandes decisões tomadas, segredos revelados. Ela se sentia parte de algo infinitamente maior que ela, e isso era bom.

Jonas ajudou Charlie a se sentar dentro do box, ligou o chuveiro e se sentou ao lado dela. Quente. Explodindo. Tão intenso. Ele apoiou a cabeça dela um pouco para o lado, desviando o cabelo da água, e começou um carinho contra sua pele. Ombros — suas mãos firmes como uma âncora; braços — a ponta dos seus dedos um lembrete; pescoço — sorte, tanta sorte; pernas — ele estava ali, cuidando, embainhando cada toque em um sentimento profundo, uma mistura perfeita de amor e sensualidade..

 Um bom mestre, é isso que ele é.

Charlie só conseguia ter pensamentos pela metade. Meu deus, foi tudo tão incrível que… A sensação da bucha contra a sua pele. Como ele consegue fazer isso, é sempre... O som da água caindo sem parar. Ainda bem que tinha um aftercare, ou…

— Você ainda vai me matar, Jô — ela murmurou, ainda de olhos fechados, ainda sem se mover.

Ele riu. Sabia que ela ainda não estava aqui. Que ainda precisaria de muitos beijos, carinhos e conchinha até que ela voltasse a colocar os pés no chão de novo, mas não se importava com o tempo que iria levar. Os minutos pareciam passar mais lentos, as gotas d’água caindo em pequenos pontinhos de fogo.

Jonas levantou quando Charlie já estava quase cochilando em seus braços. Desligou o chuveiro, pegou toalhas secas e ajudou-a a se levantar. Secou seu corpo com carinho e calma, desejando que ela pudesse sentir o quanto esses momentos são importantes para ele também. O quanto ele se sente querido por saber que é querido.

Levou-a para o quarto e deitou sobre a cama. Os lençóis eram macios e estavam frios. Charlie se sentiu em casa, afundando e voltando à superfície diversas vezes por segundo. Jonas enroscou seu corpo no dela e beijou-a no ombro.

— Ainda quer isso, meu bem? — sussurrou.

Ela sorriu um pouco. Lá no fundo, seu coração martelava no peito. Se sentia encontrada e perdida ao mesmo tempo, e isso dizia tudo: não é só que ela queria, e sim que precisava disso.

— Uhmmm — murmurou e acenou.

Jonas ajoelhou sobre a cama e puxou um creme da mesa de cabeceira. Colocou um pouco nas mãos, e o cheiro se espalhou pelo quarto. Amêndoas. O favorito dela. Começou pelos pés, apertando nos lugares certos, e subiu pelas pernas, espalhando creme pelas coxas, massageando com devoção. Charlie gemeu baixinho algumas vezes, se sentindo puramente envolta em amor. Não necessariamente amor como mostram nos filmes, romântico, para sempre, e que às vezes é mais uma amarra do que uma vontade. Amor como algo que se escolhe doar todos os dias, e que se multiplica quando encontra outro coração onde se depositar.

De novo, se sentiu sortuda por ser um dos lugares onde Jonas estava disposto a depositar amor, e feliz que ele também era esse lugar para ela. Como cordas emaranhadas que se encontram e se desencontram em um bordado, mas que estão sempre ali, parte do todo, se complementando e completando.

Ele tocou os seus seios, massageou sua cintura e sentou sobre o seu quadril. Estava um pouco duro, mas não completamente, e cada toque seu apertava em pedaços inimagináveis dentro dela, mas também fazia relaxar todas as inseguranças. Lar. Não como um lugar onde nascemos e vamos morrer, mas como lugar cheio de vida onde acontece o durante. Mais calma, ela puxou ele para um beijo molhado. Gotas pingavam do cabelo dele sobre o rosto dela, geladas. Sorriu do tamanho do mundo.

— Me come por favor, daddy? — ela sussurrou.

Lágrimas quase escaparam, mas não aqui, e não agora. Ele se levantou para pegar uma camisinha. Agora era só… isso.

E nada mais importava.

No próximo episódio...

Já tô ansioso pro texto da semana que vem, então não perde não, viu?

Fiquem seguros e usem camisinha!

Um xêro,

Koda

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