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#12 - Canção da moita + devaneios sobre a bienal - Só uma rapidinha

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Tags do dia: cosplayers, haters to lovers, desaventureiros

E ai rapidinhers???

Como estão? Eu confesso que estou #exausto até hoje da viagem e da bienal. Incapaz de imaginar o nível de cansaço que estaria de estar lá todos os dias (e admirando os amigues que estão, inclusive!).

Foi uma longa viagem. Mas, ao mesmo tempo que foi cansativo, foi restaurador.

No sábado, tivemos uma sessão de autógrafos de Vozes Trans que foi intensa e linda. Assinei muitos livros, abracei pessoas, distribuí marca páginas. Inclusive, se você passar no evento e quiser um marca página do Só uma rapidinha, deixei alguns no estande do P.S.: Edições, G128. Estão ao lado da edição física de Manda foto de agora. É só passar e pegar :D E se quiser aproveitar para conhecer meus livros, se ainda não conhecer, eles estão ó, no precinho.

No domingo, eu já estava só o pó. Mas alguns amigues iriam me encontrar por lá, então fui contente. Fiquei boa parte da tarde gargalhando horrores, e me sentindo extremamente sortudo e pertencente.

Arte dificilmente é algo que se constrói sozinho. Do momento que nasce um ideia até o momento que ela chega na mão do leitor, quase tudo perpassa outras pessoas. Seja em um encontro que se tornou inspiração, na revisão, betagem, ou até mesmo sendo o ombro de apoio que ajuda o autor a não ruir completamente diante do cenário caótico-infernal desse mundo.

Arte é feita de pessoas para pessoas, e encontrar leitores e amigues pela primeira vez nesse evento reconstruiu minha fé, me encheu de coragem e forças, me trouxe esperança (em mim, nas pessoas e no mundo). Não está fácil. Nada tem sido fácil nesse nosso Brasil, mas é bom olhar nos olhos de outras pessoas e enxergar resistência.

Então para todo mundo que está sendo resistência em existir, um abraço. As distâncias físicas, as obrigações do mundo corporativo, o dia a dia de trabalho, o capitalismo!, são todos causadores de uma sensação de solidão que tenta todos os dias grudar nos nossos ossos. Nos sentimos sozinhos no mundo, nas nossas dores, nas violências que sofremos, nos desafios que enfrentamos. Mas não estamos. E a arte é uma ferramenta poderosíssima para unir pessoas, virar os holofotes para as nossas causas e colocar o microfone na mão de pessoas que precisam ser ouvidas.

Não estamos sozinhos.

Espero que você possa se lembrar disso nas noites caóticas.

E AGORA QUE JÁ CHORAMOS POR CIMA, VAMOS CHORAR POR BAIXO.

Catarse

No texto exclusivo do catarse essa semana tivemos: uma escritora de fanfics que quer muito agradecer a amiga que a incentivou, porque agora ela conseguiu um contrato de publicação sério. mesmo que ela não saiba como agradecer, sua amiga sabe muito bem o que quer pedir.

Tags: friends to lovers, sáfico

E você pode ler o texto aqui, assinando a partir de cinco reais.

E vamos ao tema da semana:

Na última semana eu fiz uma votação e o tema cosplayers haters to lovers ganhou! E não consegui mandar esse texto logo em seguida, mas ontem fiz mais uma enquete sobre quais seriam esses cosplays.

A opção vic e salaz ganhou, de desaventureiros! E eu fiquei mais do que feliz de revisitar a dinâmica desses dois, que eu adoro. Apesar de inspirado neles, é uma leitura divertida até pra quem não conhece a série, prometo!

E o resultado você pode ler aqui:

Canção da moita

É claro que ele se vestiu de Salazariel. Depois que eu cometi a estupidez de postar meu cosplay de Vic antes do evento, é óbvio que alguém tentaria avacalhar o meu show. Alguém com nome, sobrenome, e que o endereço deveria ser a casa do caralho, porque só lá para ser insuportável desse jeito. Eu estava tirando uma foto com uma Hatsune Miku, mas meu olhar encontrou o dele no exato momento que o flash do celular brilhou no meu rosto. Saí na foto com cara de bravo, e a garota entendeu como se eu estivesse só estivesse agindo no personagem.

Mas não era só ódio de personagem.

A gente simplesmente nunca tinha se dado bem, e ele andava com uma galera chata, e não gostavam dos meus amigos. Só faltava ele ter roubado meu namorado, porque daí esse cosplay ia estar mesmo perfeito. Juno colocou a mão no meu ombro, me tirando de dentro da minha cabeça:

— Nick, ele não vale a sua raiva.

Bufei. Não importava se ele valia ou não, porque ele merecia cada pedaço dessa raiva. Ele e seu bonde mais que incrível, os veteranos intocáveis, que elevaram o nome da faculdade a um nível jamais antes visto, que não se misturavam… com a ralé. Balancei a cabeça, tentando afastar os pensamentos.

— Vontade de encher ele de porrada — murmurei.

— Cadê seu senso de comunidade, ein? Lutar pelos nossos, etc e tal…

Gargalhei. Comunidade.

— Quando eles falam que a gente tá precisando de representatividade do trans trambiqueiro deve ser porque ainda não conhecem esse daí — eu disse, apontando para ele, sem vergonha de ser visto. No mesmo instante ele se virou, e reparei em algo que não tinha visto antes. — Ih, alá, tá de rabinho e tudo.

Fui rir de novo, mas por um segundo algo naquela cena me deixou intrigado. A soma da roupa com o local do rabo… a possibilidade de… será? Jesus. Bom, não fazia diferença, afinal, não nasci pra fazer caridade, e nem achei minha boca no lixo pra beijar gente que nem ele.

Continuei só andando pelo evento, tirando fotos com as pessoas, comprando coisinhas e tentando evitar o maldito. Não funcionou tão bem, porque mais de uma vez alguém pediu uma foto com nós dois, e chegamos a encontrar um menino que não era o Fliq, mas tão emo quanto, que se divertiu muito em ver nós dois no mesmo lugar, compartilhando universo de cosplay. O Lipe achou engraçado, e me abraçou bem forte em uma das fotos, rindo na minha cara quando olhei com ódio para ele. Fingi que não senti meu corpo formigar com a proximidade da pele dele e sai de perto, irritado.

Depois dessa, decidi ir embora mais cedo. Chega de humilhação. Ou quase isso, porque para voltar para casa eu precisaria pegar duas conduções. E sozinho ainda, porque o Juno cagou pra minha irritação e disse que ainda tinha muita coisa pra ver, então ficou por lá mesmo. As ruas já estavam escuras, mas ainda era cedo. O ponto estava vazio, mas mesmo assim fiquei apoiado atrás do lugar. Um vento frio soprava, e ali ao menos eu tinha alguma proteção. Mas por isso que eu não ouvi ele chegar. Parou na minha frente, fazendo sombra com a sua altura.

— Não devia estar sozinho nesse lugar escuro a essa hora — Lipe comentou.

Revirei os olhos.

— Primeiramente, você não é meu pai. E segundo, desde quando é da sua conta?

Ele cruzou os braços, visivelmente impaciente.

— Larga de ser chato, Nick. Só tô tentando ajudar.

— Ah, porque você é a madre teresa de calcutá agora — resmunguei. — Até parece que não tá aqui porque tá querendo alguma coisa. — Me virei de lado, desviando dele. — Provavelmente encher o saco, só pra variar.

Lipe me puxou pelo braço e apertou o meu corpo contra o vidro do ponto. A superfície estava fria, mas ele estava quente. Como diabos ele estava quente se estava quase pelado?

— Por que você estava me olhando estranho hoje? — ele perguntou.

Sua respiração saia abafada, se espalhando pela minha pele. Dava para ver a fumaça saindo cada vez que ele falava.

— Eu sempre te olho estranho, Lipe. Você e sua corja não são flor que se cheir…

— Cansei de ver você falando assim de mim. — Ele deu mais um passo na minha direção. Me encolhi. — E nem vem, você sabe do que eu estou falando. O que foi agora?

Cometi o erro de olhar para os lábios dele enquanto ele falava. Talvez eu tenha achado minha boca num lixão sim, pensei. A pergunta que rondou minha cabeça pelas últimas horas voltou, na ponta da língua. Enquanto eu pensava se falava ou não, ele colou ainda mais o rosto no meu:

— Fala logo, Nicolas.

Mantive meu olhar na altura do dele.

— Você tá usando um plug anal?

Ele riu por um breve segundo, e se desestabilizou. Respirei fundo, e então ele voltou para perto de mim.

— E se eu estiver? — Perto demais. Os lábios perto demais.

Praguejei minha mente maldita e fértil, que estava me fazendo imaginar ele de quatro, empinando a bunda com esse rabinho enquanto anda pelo chão… implorando para chupar a minha buceta. Não foi só a boca que achei no lixão.

Aproveitei a nossa proximidade e passei a mão ao redor do quadril dele, tentando alcançar a base do rabinho, no local de onde ela sai de dentro da saia. Era uma costura elegante e discreta, e podia realmente enganar os mais desatentos. Mas com os dedos ali, não restavam mais dúvidas. Empurrei um pouco, tentando tirar alguma reação dele.

Lipe colou o corpo no meu de vez. Seu packer apertou o meu quadril e eu mordi os lábios, tenso. Insuportável, mas por que tão gostoso, meu deus?

— Proponho uma trégua, por hoje — ele murmurou. Minha mão ainda estava na saia, encaixada na bunda dele.

Suspirei.

— Achei que era mais provável canção da moita ser canon do que isso daqui acontecer — respondi.

Ele me beijou molhado, com a língua na minha, lambendo meus lábios, as mãos apertando minha cintura. Segurei ele pelos ombros e inverti nossas posições, apertando-o contra o vidro gelado. Passei a mão para dentro da saia, encostei meu rosto no dele e o forcei a olhar para a rua. Ninguém vinha. O canto era escondido o suficiente, mas não escondido demais. Encaixei meus dedos perto da base do plug, e mexi devagar.

Lipe gemeu. Tentou se mover. Segurei-o no lugar. Ele gemeu mais. Com a outra mão, mantive o rosto dele virado para a rua. Não foi preciso força. Ele colocou um dos meus dedos na boca e sugou. Minhas pernas pareciam fracas. A bunda dele era tão firme e gostosa. Queria comer ele. Que merda. Eu queria muito comer ele. Como isso foi acontecer?

Vimos o 322 apontar na avenida. Ele me empurrou para trás. Me apoiei na parede, tentando fingir pra mim mesmo que não, não era a minha buceta que tava molhada de tesão pelo Lipe. Era a de outra pessoa, uma com quinhentos miolos a menos e sem amor próprio. Será que a dele também estava molhada assim? Salivei.

— Você vem? — ele perguntou, sério, quando o ônibus parou.

Hesitei por um segundo. Ainda dava tempo de desistir. Ele virou de costas e subiu as escadas rebolando. Pensei de novo no rabinho. Na bunda dele.

Que se dane.

Todo molhado desse jeito, eu merecia uma foda.

Subi no ônibus.

That's all folks!

Semana que vem tem mais - segunda no catarse, quinta por aqui e por lá!

Fiquem seguros e usem camisinha!

Um beijo,

Koda

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